Uma pequena vertente de água nasceu no
alto da montanha. Foi descendo pela encosta e, aos poucos aumentando de
volume. Foi abrindo passagem por entre pedras e árvores. As suas margens
assinalavam a festa da vida: arbustos, flores, borboletas, pequenos animais e
muitos pássaros. De vez em quando, uma pequena queda; depois, um remanso
maior. Conheceu outras correntes de água e seguiam juntas. Suas águas semeavam
progresso e felicidade. Nelas, os peixes se multiplicavam. Ao longo do rio
cresciam lavouras, crianças brincavam e em muitos corações nascia o amor. Era
a festa da vida. O rio era muito feliz.
Depois de centenas de quilômetros, o rio
foi despertado para uma realidade inquietante: o caminho seguia inexoravelmente em direção ao mar. Chegaria o dia em que iria adentrar nele e
desaparecer para sempre. E o rio teve medo. Pensou num meio de fugir dessa realidade
mas era impossível. Os rios não param e, muito menos, voltam atrás. Ao fazer
uma grande curva, avistou as ondas possantes do mar. Fez uma última descida.
Era o fim. Entrou no mar.
Descobriu, então, a grande verdade:
entrar no mar não é desaparecer, mas fazer parte dele. E o que parecia ser o
fim era o começo de uma vida nova e definitiva. Era a comunhão de todos os
rios. Era o fim lógico de sua jornada. Era seu destino; desapareceu o rio e
nasceu o mar.
Assim é a vida. O início é frágil.
Depois vem o riso, a festa, o amor. A caminhada prossegue. De vez em quando
uma queda, um momento de estagnação; depois, o recomeçar a uma velocidade cada
vez maior. E numa curva do caminho situa-se o fim. Começa o mar sem fim da
eternidade.
Diante de determinados fatos, muitas
pessoas se questionam: existe o destino? Sim, existe. Todos somos destinados à
felicidade, todos somos destinados pelo Pai a uma vida feliz e definitiva com
ele. O rio não pode fugir do seu destino. Pode perder parte das águas em areias
desérticas ou em pantanais, mas um dia suas águas chegarão ao mar.
A
criatura humana, obra-prima de Deus, é dotada de liberdade. É ela que escolhe
seu destino. É ela que escolhe ser feliz ou não. Na realidade, cada um escolhe
o seu destino Aquele que vive com Deus na terra, terá uma eternidade feliz
com ele. E esse viver com Deus supõe a comunhão fraterna. Mas aquele que
escolhe uma vida egoísta, sem Deus, sem os irmãos, está escolhendo a eterna
solidão.
Você acredita no destino? Qual o nosso destino?
“A criatura humana, obra-prima de Deus, é dotada de liberdade."
Essa afirmação, o que fala a você?
Nenhum comentário:
Postar um comentário