sexta-feira, 23 de novembro de 2012

SUCESSO, FRUTO DO TRABALHO


A mão diligente dominará, mas a remissa será sujeita a trabalhos forçados (Pv 12.24).
Thomas Alva Edson, um dos maiores cientistas de todos os tempos, disse que as nossas vitorias são resultados de 10% de inspiração e 90% de transpiração. O sucesso é o resultado do esforço diligente e do trabalho abnegado. Aqueles que se dedicam aos estudos, esmeram-se no seu labor, trabalham dom diligencia e fazem tudo com excelência são conduzidos às posições de liderança em todas as áreas da vida. O sucesso não é uma questão de sorte, mas de diligencia. O preguiçoso, que faz corpo mole, que não se empenha nos estudos nem trabalha com dedicação, empobrecerá. Na verdade, aqueles cujas mãos são lerdas e remissas acabam sendo destinados aos trabalhos mais rudes e de menor remuneração. Na vida, nós colhemos o quer plantamos. Aqueles que semeiam pouco têm uma safra medíocre, mas aqueles que semeiam com fartura, com abundância ceifarão. Aqueles que cobrem a fronte de suor e trabalham com esmerado esforço terão sua recompensa. Honra e riquezas estão destinadas aos diligentes, mas pobreza e desprezo soa a porção dos preguiçosos. O trabalho não é maldição, mas bênção; não é fardo, mas deleite. O trabalho não mata, ao contrario, motiva-nos a viver de forma exponencial!
A Gotas de Sabedoria para a Alma – LPC Publicações – Digitado por: Rev. Zé Francisco.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Conhecer e ser conhecido

Para que fomos feitos? Para conhecer a Deus. Que alvo devemos estabelecer para nós na vida? Conhecer a Deus. O que é a "vida eterna" dada por Jesus? O conhecimento de Deus. "Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 17:3).
Qual é a melhor coisa na vida, que traz alegria, prazer e contentamento acima de todas as outras? O conhecimento de Deus. "Assim diz o Senhor: 'Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor" (Jr 9:23, 24a).
Das situações em que Deus vê o homem, qual lhe dá mais prazer? O conhecimento dele. "... quero [...] conhecimento de Deus, mais do que holocaustos", diz Deus (Os 6:6; ra).

Dissemos muitas coisas nestas poucas sentenças. O ponto que queremos evidenciar é aquele que aquece o coração de cada cristão, embora o adepto da religião apenas formal não seja afetado por ele. (Justamente por este fato evidencia sua condição não-regenerada.) O que dissemos proporciona instantaneamente o alicerce, a forma e o alvo de nossa vida, além de um princípio de prioridades e uma escala de valores.

Uma vez que você se convença de que a principal razão de sua estada aqui é conhecer a Deus, muitos dos problemas da vida se enquadrarão devidamente. O mundo está cheio de vítimas do mal devastador que Albert Camus1 denominou absurdismo ("a vida é uma piada sem graça") e da doença que chamaremos "febre de Maria Antonieta"2 ("nada tem gosto"), já que foi ela que encontrou essa frase para descrevê-la.

Essas enfermidades prejudicam toda uma vida: tudo de repente se torna um problema e um aborrecimento, porque nada parece valer a pena. Mas os vermes do absurdismo e a "febre de Maria Antonieta" são doenças às quais, pela própria natureza, o cristão está imune, exceto por momentos ocasionais de perturbação, quando o poder da tentação deforma-lhe a mente; mas estes, graças a Deus, não duram muito.

O que dá valor à vida é ter um grande objetivo, alguma coisa que prenda nossa imaginação e conserve nossa fidelidade; e isto o cristão tem como ninguém. Pois haverá objetivo mais alto, mais exaltado e mais estimulante que conhecer a Deus?

De outro ponto de vista, entretanto, ainda não dissemos muita coisa. Quando falamos sobre conhecer a Deus, usamos uma fórmula verbal, e as fórmulas são como cheques, não têm nenhum valor a menos que saibamos como sacá-los. Sobre o que falamos ao usar a expressão conhecer a Deus? Sobre certo

tipo de emoção? Arrepios na espinha? Um sentimento irreal, como em um sonho? A sensação de entorpecimento e euforia procurada pelos viciados em drogas? Ou conhecer a Deus é um tipo de experiência intelectual? Ouvimos vozes? Temos visões? Pensamentos estranhos começam a passar pela mente? Ou o quê? Estes assuntos devem ser discutidos especialmente porque, segundo as Escrituras, trata-se de uma área na qual é fácil ser enganado, e às vezes se pensa conhecer a Deus quando isso não é verdade. Perguntamos então: que tipo de atividade, ou acontecimento pode ser propriamente descrito como "conhecer a Deus"?

O QUE O CONHECIMENTO DE DEUS ENVOLVE

Logo de início está claro que "conhecer" a Deus é necessariamente um assunto mais complexo que "conhecer" uma pessoa, assim como "conhecer" meu vizinho é mais complexo que "conhecer" uma casa, um livro ou uma língua. Quanto mais complexo o assunto, mais difícil é obter conhecimento sobre ele. Conhecer algo inanimado, como o Ben Nevis3 ou o Museu Britânico, é possível mediante a inspeção e a exploração. Essas atividades, embora exigentes em termos de esforço concentrado, são relativamente fáceis de descrever.

Quando se trata, porém, de coisas vivas, conhecê-las se torna muito mais complicado. Não se conhece realmente algo vivo enquanto não se souber, além da história passada, como costuma reagir e se comportar em certas circunstâncias. Uma pessoa que diz "Eu conheço este cavalo" normalmente não está indicando apenas que "já o viu antes" (embora possa ter só esse significado). O mais provável, entretanto, é que a pessoa queira dizer: "Conheço o comportamento dele e posso dizer-lhe como deve ser conduzido". Tal conhecimento só ocorre depois de algum contato anterior com o cavalo, vendo-o em ação e tentando conduzi-lo.


No caso de seres humanos, a situação é mais complicada ainda, porque, diversamente dos cavalos, as pessoas fazem segredo e não mostram aos outros tudo o que lhes vai no coração. Poucos dias são suficientes para conhecer completamente um cavalo, mas você pode passar meses e anos convivendo com outra pessoa e ainda dizer: "Eu realmente não a conheço bem". Reconhecemos graus de conhecimento acerca de nossos semelhantes; nós os conhecemos "bem", "não muito bem", "só nos cumprimentamos", "intimamente" ou "pelo avesso", de acordo com o grau de abertura deles para conosco.

Assim, a qualidade e a extensão de nosso conhecimento sobre outras pessoas depende mais delas que de nós. Nosso conhecimento é mais o resultado da permissão para que as conheçamos que de nosso esforço nesse sentido. Quando nos encontramos, devemos dar-lhes nossa atenção e demonstrar interesse, manifestando boa vontade e nos abrindo de maneira amigável. A partir desse ponto, entretanto, são as outras pessoas que decidem se vamos chegar a conhecê-las ou não.

Imagine agora que seremos apresentados a alguém que sentimos ser "superior" a nós, quer em posição, distinção intelectual, habilidade profissional, santidade pessoal quer de outro modo qualquer. Quanto mais consciência tivermos de nossa inferioridade maior será a sensação de que nosso papel é apenas ouvir respeitosamente e deixar que a pessoa tome a iniciativa da conversa. (Pense em um encontro com a rainha da Inglaterra ou com o presidente do Brasil.) Gostaríamos de conhecer pessoas assim importantes, mas sentimos que isso depende mais da decisão delas que da nossa. Se elas se restringirem ao protocolo, não poderemos reclamar, ainda que fiquemos desapontados, pois, afinal, não tínhamos nenhum direito a sua amizade.

Mas se, ao contrário, elas começarem a fazer confidências e a falar francamente o que pensam sobre assuntos comuns, se nos convidarem para algum programa particular que tenham planejado e pedir que estejamos permanentemente disponíveis para esse tipo de colaboração sempre que precisarem de nós, então nos sentiremos tremendamente privilegiados e nossa perspectiva mudará completamente. Se a vida até então parecia sem importância e monótona, não o será mais, agora que essas grandes personagens nos incluíram entre seus assistentes pessoais. Que grande novidade para transmitir à família — e uma boa razão pela qual viver!

Respeitadas as diferenças, esta é uma ilustração do que significa conhecer a Deus. O poderoso e justo Deus disse por meio de Jeremias: "mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me..." (Jr 9.24a) — pois conhecer a Deus é um relacionamento capaz de fazer vibrar o coração humano.

O que acontece é que o Criador todo-poderoso, o Senhor dos Exércitos, o grande Deus diante de quem as nações são como uma gota no oceano, se aproxima de você e começa a falar-lhe por meio das palavras e verdades das Sagradas Escrituras. Talvez você já conheça a Bíblia e as verdades cristãs há muito tempo, mas não tenham muito significado. Um dia, porém, você desperta para o fato de que Deus está realmente falando com você — você! — por meio da mensagem bíblica. Enquanto você ouve as palavras de Deus, sente-se cada vez mais diminuído, pois Deus lhe fala sobre seu pecado, sua culpa e sua fraqueza, sua cegueira e sua insensatez e o leva a considerar-se sem esperança e indefeso, e a implorar por perdão.

Mas isto não é tudo. À medida que ouve, você compreende que Deus está realmente lhe abrindo o coração dele, tornando-se seu amigo e aceitando-o como companheiro — segundo a expressão de Barth, um parceiro da aliança. É um fato desconcertante, mas verdadeiro — o relacionamento em que seres humanos pecaminosos conhecem a Deus é tal que Deus, por assim dizer, os aceita como seus assistentes para serem daí por diante seus cooperadores (v. 1Co 3:9) e amigos pessoais. O ato divino de tirar José da prisão e torná-lo primeiro-ministro do Faraó ilustra o que ele faz com todo cristão: de prisioneiro de Satanás, vê-se transferido a uma posição de confiança a serviço de Deus. Sua vida é transformada imediatamente.

A diferença entre sentir orgulho ou vergonha da condição de servo depende daquele a quem se serve. Muitas pessoas falaram do orgulho de prestar serviços pessoais a sir Winston Churchill na Segunda Guerra Mundial. Quão maior deveria ser o orgulho e a glória de conhecer e servir ao Senhor do céu e da terra!

O que então está contido no ato de conhecer a Deus? Juntando os vários elementos incluídos neste relacionamento, já delineados, podemos dizer que o conhecimento de Deus envolve inicialmente o ato de ouvir a Palavra de Deus e recebê-la de acordo com a interpretação do Espírito Santo ao aplicá-la a nós. Em segundo lugar, prestar atenção à natureza e ao caráter de Deus revelados em sua Palavra e obra; em terceiro lugar, aceitar seu convite e obedecer a suas ordens e, em quarto lugar, reconhecer o amor demonstrado por Deus e alegrar-nos nele. Com isso, o Senhor se aproxima de nós e nos atrai para sua divina companhia. (O Conhecimento de Deus - J. I. Packer - versão eletrônica)

1Filósofo de origem argelina (1913-1960), radicado na França. Foi um dos principais proponentes do existencialismo. Seus livros são marcados pela visão desesperançada e niilista da condição humana. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957.
2Mulher de Luís xvi, rei da França. De ascendência austríaca (1755-1793), era odiada por muitos franceses. Conhecida por sua vida regalada e por debochar dos desafortunados, foi guilhotinada durante a Revolução Francesa.
3A montanha mais alta da Escócia (Reino Unido), com 1 343 metros.



terça-feira, 20 de novembro de 2012

CRESCIMENTO ESPIRITUAL: ASPECTOS DISTINTIVOS - Parte 2


TEXTOS BÍBLICOS:
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12:14). Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. (Jo 17: 15- 17).

INTRODUÇÃO:
A união com Cristo certamente redundará em crescimento espiritual, santificação, este é um caminho inevitável. (1 Ts 5.24).
Mas como saberei se estou no caminho certo? Quais devem ser os aspectos distintivos do crescimento espiritual, da santificação?

CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS DA SANTIFICAÇÃO
1. É o resultado lógico de todo que é unido a Cristo por meio de uma verdadeira fé. (Jo 15.5)
2. É o resultado e a consequência inseparável da regeneração. (1 Jo 3.6; 2. 29)
3. É a única evidência da habitação do Espírito Santo. (Gl 5.22, 23)
4. É o único sinal seguro da eleição divina. (1 Ts 1.3, 4)
5. É algo que sempre será visto. (Lc 6.44)
6. É algo pelo que todo crente é responsável. (Fp 2.12);
7. É algo que admite crescimento e diferentes graus. (1Ts 4.1; 5.23; 2 Pd 3.18);
8. É algo que depende muito do uso dos meios que o Senhor deixou. (Jo 17.7; Mt 26.26, Lc 18.1);
9. É algo que não impede que o homem enfrente conflito espiritual interior. (Gl 5.17)
10. É algo que não justifica o homem, mas agrada a Deus. (Rm 3.20, 28; Hb 13.16)
11. É algo que será absolutamente necessária no Dia do juízo. (Jo 5.29; 2 Co 5.10; Ap 20. 13)
12. É absolutamente necessária para treinamento e preparação para o céu (Sl 15).
APLICAÇÕES:
1.      O crescimento espiritual se distingue de toda falsa religiosidade. Logo, que tipo de religião é a minha? (Tg 1.26, 27);
2.      Um crescimento espiritual é visível. Tenho visto em mim e em meus irmãos este crescimento? (1 Ts 1.3-4);
3.      Peçamos a Deus a graça de sermos santos no mundo (Jo 17.9).
CONCLUSÃO:
Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós. Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo, de sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia (1 Ts 1.2-7).

Estudo aplicado na Escola Bíblica Dominical
Igreja Presbiteriana de Ipanguaçu-Rn
Pr. José Francisco.

FANFARRONICE, PURA INSENSATEZ


O homem prudente oculta o conhecimento, mas o coração dos insensatos proclama a estultícia (Pv 12.23).
O sábio é aquele que sabe que nada sabe. O homem prudente não vive tocando trombetas acerca do seu conhecimento nem fazendo propaganda de suas virtudes. Fanfarronice e pura insensatez. Não devem ser os nossos lábios que nos louvam. A soberba é a porta de entrada do fracasso, a sala de espera da vergonha, o palco da queda. Os que se exaltam serão humilhados. Os que querem ocupar os primeiros lugares serão colocados no final da fila. O homem prudente oculta o conhecimento. Ele não enaltece a si mesmo como um fariseu soberbo nem se compara aos demais apenas para sobressair-se. A humildade é o caminho da honra, enquanto a altivez é a autopista da vergonha. O insensato não apenas proclama a estultícia, mas também anuncia as virtudes que não possui. Apresenta-se como herói quando seu verdadeiro papel é o de vilão. Exibe-se em público como benfeitor, mas na verdade não passa de um larápio. O insensato é um falso intelectual e um falso filantropo. Vive apenas de aparência. É apenas um ator que representa um papel no palco da vida. Não vale a pena viver como um hipócrita, tentando enganar os outros e enganando a si mesmo.
Gotas de Sabedoria para a Alma – LPC Publicações – Digitado por: Rev. Zé Francisco.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

LÍNGUAS ENTRE OS CRENTES - OBJEÇÕES (3)


Continuando nossa série de estudos sobre as “Línguas entre os crentes falaremos da objeções. Diante do que foi dito na postagem “2” afirma-se que o fato das línguas serem idiomas estrangeiros é evidente a partir das seguintes considerações.

AS OBJEÇÕES

Parece que as evidências dadas acima são insuperáveis. Contudo, aqueles que sustentam que as línguas eram um falar extático, apresentam os seguintes argumentos:
Objeção #1. No Pentecoste, quando os apóstolos falaram em línguas, eles foram acusados de estarem bêbados (Atos 2:13).
Este é um argumento comum e justo. Uma análise mais atenta da passagem, contudo, revela que havia dois grupos de pessoas presentes: 1) os estrangeiros que entendiam em seus próprios idiomas e estavam “todos maravilhados” com tão impressionante fenômeno (versos 9-12), e 2) os Judeus Palestinos que, em vista de os apóstolos estarem falando em idiomas estrangeiros, não podiam entender o que eles estavam falando. Estes Judeus Palestinos locais são descritos como “outros” (heteroi) no verso 13 em contraste com os estrangeiros listados nos versos 9-12. O verso 13 diz, então, que eram estes Judeus locais que estavam lançando a acusação de embriaguez. Os idiomas que estavam sendo falados eram claramente entendidos pelos estrangeiros, por isso eles não foram os que levantaram a acusação de embriaguez. Além do mais, como já mostrado, as línguas de Atos 2 foram especificamente chamadas “idiomas” [ou “línguas” em algumas versões] (dialektos) nos versos 6 e 8.
(Isto, a propósito, também mostra que o milagre de Pentecoste era de fala, não de audição, porque havia aqueles que não entenderam. Um milagre de audição teria sido experimentado pelos Judeus locais e estrangeiros igualmente.)
Objeção #2. Paulo fala de “línguas dos anjos” em 1 Coríntios 13:1, o que deve se referir à uma linguagem celestial desconhecida por qualquer ser humano.
O problema com este entendimento desta frase é que Paulo, em todo este cenário dos versos 1-3, está falando em termos hipotéticos. O “aindas” nestes versos estão no modo subjuntivo, o modo da irrealidade. Nestes versos Paulo está falando de coisas que claramente não aconteceram, tais como dar seu corpo para ser queimado (verso 3). Ele está simplesmente falando no superlativo para enfatizar o que estava falando. Não há nada aqui que demande balbucio. Além do mais, não há exemplo de ninguém no Novo Testamento falando numa língua angelical.
Objeção #3. Em 1 Coríntios 14, Paulo usa o termo laleo (“falar”; por exemplo, verso 2). Esta palavra significa tagarelice ininteligível.
O fato do assunto é que este verbo grego não precisa de modo algum ser entendido como uma tagarelice; ela mui frequentemente significa simplesmente “falar” (por exemplo, Mateus 9:18). Paulo usa este verbo no verso 21, sem dúvida, porque este é o verbo usado na Septuaginta que ele está citando. Além do mais, os verso 34-35 do mesmo capítulo usam o verbo para descrever “o fazer perguntas”. Finalmente, o verso 16 equaciona este termo com lego, um verbo grego que sempre significa “falar” ou “dizer”.
Objeção #4. O termo “línguas desconhecidas” indica expressões extáticas.
O primeiro e mais óbvio problema com este argumento é que o termo “desconhecidas” é uma adição feita pelos tradutores da King James; a palavra não está nos manuscritos gregos (note que ela está sempre escrita em itálico). Evidentemente os tradutores caíram no erro comum de permitir que sua teologia desnecessariamente influenciasse sua tradução. Além do mais, até mesmo se a palavra fosse genuína, ela não demandaria balbucio; ela poderia da mesma forma se referir ao idioma desconhecido pelo locutor.
Objeção #5 . I Coríntios 14:2 diz que os que falam em línguas falam “a Deus” e
que “nenhum homem entende” a língua.
É interessante encontrar alguns versos das Escrituras usados para sustentar um ponto, quando o verso ensina exatamente o oposto; tal é o caso com este argumento. Como será demonstrado, Paulo argüi nesta passagem que um intérprete é necessário, de outra forma as línguas seriam inúteis, porque elas não seriam entendidas. Como resultado, alguém falar em línguas (sem um intérprete) é falar somente a Deus, porque, pela natureza do caso, ninguém pode entendê-lo (porque não há intérprete).
Objeção #6. A necessidade de um intérprete em Corinto mostra que as línguas
dos Coríntios eram diferentes das línguas em Atos.
Novamente, este argumento também sustenta o ponto oposto. Em Atos, os estrangeiros ouviram em seu próprio idioma, de modo que eles não necessitavam de intérprete. Em Corinto quando um homem falava em uma língua estrangeira, ela era pela natureza do caso ininteligível; um tradutor era necessário simplesmente porque não havia estrangeiros presentes para entender o idioma falado. A expressão era ininteligível para os ouvintes, mas não para o locutor.
Objeção #7. I Coríntios 14:14-15 diz, " Porque se eu orar em língua, o meu
espírito ora, sim, mas o meu entendimento fica infrutífero. Que fazer, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento”. É arguido que Paulo aqui contrasta orar com o espírito com orar com a mente. Orar com o espírito, é dito, significa orar com fala ininteligível, a mente estando “infrutífera”; orar com a mente é orar em linguagem humana.
Os Coríntios poderiam estar simplesmente abusando do dom de línguas desta forma, e isto é o que Paulo procurar corrigir naqueles versos. Estes versos, então, dirão a mesma coisa para ensinar exatamente o oposto. A palavra “infrutífero” significa “improdutivo”. É evidente pela explicação do verso 16 que Paulo está falando da oração pública. Tudo que ele diz é que se você orar em uma língua, você pode pensar que está orando, mas você realmente não está realizando nada; isto é infrutífero, improdutivo. Você deve, antes, procurar edificar a igreja (verso 12); isto é, pela oração em um idioma que todos possam entender.
No verso 15 ele dá a solução: toda oração deve ser tanto com o espírito como com o entendimento. Em outras palavras, todas elas devem ser inteligíveis; senão ela não será produtiva, e aqueles que ouvem não serão capazes de dizer “Amém” quando você terminar “porque que não sabem o que dizes” (verso 16b). Não importa o que possa não ser claro sobre este verso, está muito claro que na mente do apóstolo “orar no Espírito” não indica a ausência do entendimento; oração deve ser tanto “no Espírito” como “com a mente”. Além do mais, como foi mostrado acima, falar em línguas não era algo feito sem a mente; era algo inteligente e deliberado.
Muitos apelam para Romanos 8:26 para sustentar esta mesma alegação que orar “no Espírito” é orar em fala extática. “Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. Mas note que os “gemidos” são feitos pelo Espírito, não pelo Cristão. Este verso simplesmente descreve o crente em oração desejando mas não sabendo realmente como orar segundo a vontade de Deus, em cujo caso o Espírito Santo leva aquele desejo sincero da coração ao trono em uma oração agradável a Deus. O verso não diz nada sobre “oração em línguas”. Nada!
Sumário
O dom de línguas era a capacidade de falar em uma língua estrangeira não conhecida ou estudada previamente pelo locutor. O verdadeiro dom não tem nada a ver com balbucios. O dom de interpretação de línguas era a capacidade de traduzir a mensagem dada em uma língua estrangeira. Não há evidência de que as línguas de Atos sejam algo diferente das línguas de 1 Coríntios, exceto que pode ter havido algum abuso do verdadeiro dom pelos Coríntios. (Do Livro "Línguas estranhas entre os crentes).


IGREJA PRESBITERIANA DE IPANGUAÇU-RN
VIVENDO E CRESCENDO NO EVANGELHO
Rev. José Francisco do Nascimento