domingo, 16 de maio de 2010

A FAMÍLIA QUE “DEUS” ME DEU

Introdução 

Se pudéssemos tirar uma foto da realidade de nossa casa, como seria? Nítida? Meio embasada? Escura? Sem luz? (Texto básico: Gênesis 37)

Talvez a sua família não seja a dos seus sonhos, mas é a sua família. Há bons momentos e também brigas, desentendimentos, diferenças, e outras coisas que é melhor nem conversar... Você pode falar mal de sua família, mas ai de quem falar mal dela. Ao mesmo tempo em que criticamos os nossos, os defendemos com toda garra.

Não é fácil conviver com a família. As pessoas são diferentes, têm ideias, opiniões, manias e jeitos diferentes. E muitas vezes, por mais que você goste delas, dá vontade de o fora, brigar e até mesmo dar uns apertões. Principalmente quando se trata de irmão.

Mas a família é propósito de Deus. Ele não a criou para ser um peso nas costas nem para ser motivo de tristeza. Pelo contrario, na família, é para abençoar o outro.

Talvez você comente: “Você falou isso porque não conhece a família que me deram”. Pois chegou a hora de você fazer a sua parte e ser bênção dentro de casa.

1. Seriedade na Família

Sabemos que não é fácil conviver em família, principalmente quando nos sentimos sem espaço. Não estamos falando de espaço físico, mas de liberdade. Muitos adolescentes/jovens exigem mais liberdade por parte dos pais, mas quando adquirem essa tão sonhada liberdade, pisam na bola e colocam tudo a perder. Aí as coisas dentro de casa se tornam insuportáveis, pois falta dialogo e compreensão. Você já parou para pensar se você está fazendo a sua parte? Você tem conversado com seus pais sobre isso? E os pais têm buscado um dialogo amigável com os filhos?

Toda vez que lemos a Bíblia e encontramos passagens e histórias relacionadas a pais e filhos, nos assustamos com as conseqüências da desobediência. Olhemos para algumas passagens: (Ef 6.1-3; 1Sm 2.22-36 e 1Tm 5.8).

O nosso texto básico fala sobre a vida de José. É uma história da qual podemos tirar muitas lições sobre família. José era um adolescente quando foi jogado em um poço pelos próprios irmãos e depois vendido para comerciantes que o levaram para o Egito. Com tantas coisas acontecendo em sua adolescência, ele poderia ter se transformado em alguém revoltado com a vida e com todos. Mas não foi isso que aconteceu. Ele conseguiu, em Deus, transformar toda essa situação ruim em bênção, pois José reconheceu que o Senhor estava com ele. E com o coração quebrantado pelo próprio Deus, resolveu perdoar os seus irmãos.

Vamos ser sincero, por menos queremos dar uns tapas nos nossos irmãos e brigar com os nossos pais. Sim ou não?

Isso tudo serve para nos mostrar que quem com Jesus no nosso coração, temos que lhe obedecer, amando o nosso próximo, respeitando os nossos pais (não importa a idade que temos), e cuidando dos nossos irmãos, por mais difícil que seja.

Quem convive na liberdade é feliz e não vive para magoar e desrespeitar os pais. Liberdade bem vivida é aquela que enxerga os pais como pessoas que merecem todo respeito e amor.

2. Reencontro na familia

Uma das passagens mais linda da historia de José diz: “Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. Apresentou-se, lançou-se-lhe ao pescoço e chorou assim longo tempo. Disse Israel a José: já posso morrer, pois já vi o teu rosto, e ainda vives” (Gn 46.29,30).

Não sabemos como é o relacionamento com seus familiares, mas você já parou para pensar que um dia você também será pai ou mãe? Como gostaria de ser tratado? Da mesma forma que você trata os seus?

Algumas coisas não podem faltar dentro da nossa casa para um bom relacionamento.

1. O habito de se comunicar  Comunicando-se os indivíduos se conhecem. Sem conversa, não se pode adquirir confiança de pais para filhos ou de filhos para pais.

2. A importância de obedecer  C Bíblia é clara quando trata da obediência aos pais como um mandamento. E mandamento não se discute – se obedece.

3. Compreender as diferenças  Ninguém é igual a ninguém, até mesmo os nossos irmãos e parentes têm as suas diferenças. Uns gostam de falar, outros são caldos, uns mais risonhos, outros mais chorões. Mas todos são peças especiais na formação da família.

3. Perdão na Família

O nosso personagem do texto, José, não só perdôo, ele ainda ajudou a todos porque Deus estava com ele.

Um dos maiores desafios que temos na vida cristã é perdoar as pessoas que nos magoam. Isso se torna ainda mais complicado se elas são próximas. Por mais que você tente esconder, é fácil deixar escapar dentro de casa quem realmente é. E por conhecer tão bem, começam as diferenças, as briguinhas e algum tipo de discussão.

Por isso, perdoe. Champlin define perdão como sendo “um ato da alma mediante a qual a pessoa ofendida permite que o seu ofensor fique livre, esquecendo-se então da ofensa” (Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia).

“Tomem cuidado para que ninguém abandone a graça de Deus. Cuidado, para que ninguém se torne como uma planta amarga que cresce e prejudica muita gente com o seu veneno” (Hb 12.15 – NTLH).

Implicações práticas

1. Conseqüências emocionais  Amargura, tristeza, angústia, solidão, depressão, que tira de nós uma grande dose de energia por causa da força que precisamos para manter nossas “broncas” contra aqueles que nos ofenderam.

2. Conseqüências físicas  úlcera, pressão alta, descargas de adrenalina (por causa da associação com a ira) e outras complicações.

Necessidade do perdão

1. Porque é um Mandamento de Deus;

2. Porque você se sente livre das conseqüências, que muitas vezes são sentimentos que nos aprisionam;

3. Porque a vida pára quando o ódio toma conta do coração e acabamos tomando atitudes e falando coisas que podem nos prejudicar para o resto da vida;

4. O perdão nos dá oportunidade de demonstrar que temos sentimentos mais elevados;

5. Porque nossa casa deixa de ser um inferno e se torne um pedaço do céu.

Precisamos ter coragem de pedir perdão. Muitas vezes, o orgulho é tão grande que achamos que é humilhante pedir desculpas. Ao perdoar, diminuímos o peso, a mágoa ou a dor em nosso coração.

O nosso Catecismo Maior na Pergunta 131. Quais são os deveres dos iguais?

Resposta: Os deveres dos iguais são considerar a dignidade e o mérito uns dos outros, preferir em honra uns aos outros e regozijar-se com os dons e o progresso uns dos outros como se fossem próprios. (1Pe 2.17; Rm 12.10; 12.15-16; Fp 2.3-4)

O Capítulo 13 do CM aborda o tema: “A vontade de Deus expressa em nosso dever para com o próximo”.

A perg. 122. “Qual é a síntese dos seis Mandamentos que abrangem os nossos deveres para com o homem?

R. Os nossos deveres para com o homem é amar o nosso próximo como a nós mesmo e fazer aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem a nós. (Mt 22.39; 7.12)

Perg 123. E qual é o 5º Mandamento?

Alguém aqui sabe? E o que significa as palavras “Pai” e “Mãe”?
R. Incluem os nossos pais naturais (Pv 23.22,25; Ef 6.1-2); incluem os nossos superiores na idade (1Tm 5.1-2); incluem os nossos superiores em dons (Gn 4.20-22; 45.8); incluem aqueles que tem autoridade sobre nós na Igreja (2Rs 2.12; 13.14; Gl 4.19); e incluem aqueles que tem autoridade sobre nós no Estado (Is 49.23).

Conclusão

É na família que tudo começa. Aprende-se a ser honesto, trabalhador; aprende-se a ser um bom esposo e mãe, a ser cidadão e cidadã. A família não é obra do acaso. Por isso, exercite ser uma boa pessoa dentro de casa. Não espere que o outro tome atitude de começar a tratá-lo melhor, dê o primeiro passo com coragem e ousadia, em nome de Jesus. – Tudo depende e começa em você com você.

(Textos sugeridos: 1Tm 5.8; Gn 50.15-21; Ef 6.1-4; Sl 127; Pv 23.22 e Gn 43.27-34).


Retirado da Revista do Aluno para Adolescente da Ed. Cultura Cristã; Ampliado por: Seminarista Zé Francisco