sábado, 12 de abril de 2014

CREIO EM DEUS -- Lição 02

Texto Básico: Dt 6.4

Objetivo da Lição: Conhecer como Deus se autorrevela na Bíblia.
INTRODUÇÃO
No Breve Catecismo de Westminster, temos a seguinte pergunta; O que é Deus? Resposta: Deus é espírito (Jo 4.24), infinito, eterno e imutável em seu ser (SI 90.2; Ml 3.6; Tg 1.17; 1 Rs 8.27; Jr 23.24; Is 40.22); sabedoria (SI 147.5; Rm 16.27); poder (Gn 17.1; Ap 19.6); santidade (Is 57.15; Jo 17.11; Ap 4.8); justiça (Dt32.4); bondade (SI 100.5; Rm 2.4) e verdade (SI 31.5; SI 117.2)
Deus é espírito. Esta declaração significa que Deus é imaterial, completamente distinto de qualquer ser biológico, sem corpo físico; não se funde e nem se confunde com a natureza. Nenhum ícone retirado da ordem natural pode representar a divindade, que pertence a outro universo além, acima e incomparavelmente diverso do nosso. O contato entre Deus, um ser genuinamente espiritual, e o homem, espiritualizado por criação e por regeneração, dar-se-á sempre por iniciativa divina, que se efetiva concretamente pela encarnação do Filho, pela palavra das Escrituras e pelo testemunho interno do Espírito Santo.
Hoje estudaremos o conceito bíblico de Deus.

EXPOSIÇÃO

1.    HA UM SO DEUS, VIVO E VERDADEIRO
A Bíblia, no estágio final da revelação, desconhece a existência de outros deuses, a não ser a Trindade, união absolutamente igualitária e consensual em essência, natureza e objetivos do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O Deus das Escrituras revelou-se a si mesmo, deu- se a conhecer, primeiramente a uma nação limitada racial, geográfica e culturalmente, os judeus; depois, em Cristo Jesus, o Filho, humanizou-se, universalizou-se, mostrou-se a todas as raças, viabilizando-lhe a adoração em todos os lugares, por qualquer indivíduo de qualquer etnia. O Deus dos cristãos, encarnado em Cristo, único, universal e onisciente, Senhor e Salvador, habita a Igreja e tabernacula com e em cada regenerado. O cristianismo, como fazia o judaísmo, repudia o politeísmo com sua consequente polilatria por meio de ícones físicos ou imaginários.
A Bíblia nega peremptoriamente a existência real de qualquer divindade além, acima ou abaixo de Javé tanto na ordem natural (embaixo na terra) como na espiritual superior (acima, nos céus), ou na espiritual inferior (nas águas debaixo da terra). Destes respectivos universos (cósmico, espiritual superior e espiritual inferior) o homem estava, e ainda está, retirando imagens de deuses imaginários e, portanto, falsos. Contra tais idolatrias, iconificadas ou não, o Deus verdadeiro e vivo se levanta veementemente, porque adorar outro deus, que não seja o verdadeiramente real, não passa de adultério espiritual, uma afronta ao Deus vivo e verdadeiro.
2.    UNIDADE TRINITÁRIA
A Trindade expressa-se na confissão da Igreja pelo Credo dos Apóstolos (Sínodo de Milão, 390), onde se afirma objetiva e enfaticamente a crença trina nos seguintes termos: "Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra. Creio em Jesus Cristo seu único Filho, nosso Senhor...Creio no Espírito Santo".
Diga-se, para dúvida não ficar, que o povo de Deus em Cristo Jesus não é e nem pode ser triteísta, não crê em um panteon de três divindades com ministérios, poderes e atribuições independentes, unidas apenas por convenção social ou por afinidades espirituais. Os eleitos redimidos creem num Deus único, de pessoas distintas em sua individualidade, mas coiguais, consubstanciais, absolutamente consensuais em majestade, potestade, santidade, eternidade, afinidade, essencialidade e glória. Entre o Pai, o Filho e o Espírito não há e nem haverá conflito de espécie alguma.
O amor e a comunhão que Deus exige dos homens, a Trindade vive-os perfeita e profundamente na inter-relação solidária e igualitária do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A perfeição das pessoas trinitárias permite uma comunhão santíssima, harmônica e irrestrita entre elas, eliminando a possibilidade de contradições e de divergências, e isto em caráter absoluto e eterno, pois Deus é imutável exatamente por ser irretocavelmente perfeito. Nele não há nem sombra de variação.
3.    BASES HISTÓRICA E BÍBLICA
3.1. Base Histórica
A palavra "trindade" não se encontra nas Escrituras; foi usada por Tertuliano no final do segundo século da era cristã. O designativo pertence à Igreja, adotado no Concílio de Niceia, em 325 d.C., mas a doutrina trinitária, sem dúvida alguma, é bíblica.
Velho Testamento
Vemos essa doutrina, embora incipientemente, já no Velho Testamento.
Na criação, percebem-se a presença do Pai, a ordenar; do Verbo Criador (Jesus Cristo), a Palavra produtivamente eficaz; do Espírito de Deus, pairando sobre as águas primevas, certamente como vitalizador da criação (Gn 1.1-3). O Deus que dá origem a todas as coisas, no primeiro capítulo de Gênesis, chama-se "Helohim", plural de "Heloah". Pode ser um plural de majestade, mas nada nos impede, exegeticamente, de crer tratar- se de uma referência implícita à Trindade, quando comparado com a pluralização do verbo fazer no versículo 26 do mesmo capítulo: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Entendemos, por outro lado, que a personificação da Sabedoria (Pv 8.22- 36; Jó 28.23-27) refere-se a Jesus Cristo, o revelador do Pai e instrumento da onisciência de Deus.
Ninguém pode negar, honestamente, a presença do Espírito Santo, eficientemente atuante, implícita ou explicitamente, em todos os eventos e pronunciamentos revelacionais vetotestamentários (verifique, por exemplo, Êx31.3; Nm 11.25; Jz 3.10; Is 61.1; Jl 2.28; Ez 36.26,27). Calvino entendia que o Anjo de Javé, em textos como Gn 16.7; 24.7; 48.16 cf 1 Rs 19.5; 2 Rs 19.35; 2 Sm 24.16, é designação da Segunda Pessoa trinitária, Jesus Cristo, por ter atributos divinos e aceitar a adoração, que somente a Deus se admitia em Israel.

Novo Testamento
No Novo Testamento a Trindade se revela claramente: Na encarnação (Lc 1.35). No batismo de Jesus (Lc 3.21,22). Na ordenação batismal (Mt 28.19). No Pentecostes (At 2.32,33). Na Bênção Apostólica (2 Co 13.13). Os quatro evangelhos mostram a indissolúvel interdependência operativa das pessoas trinitárias; do Pai, que está no Filho cheio do Espírito, e do Filho que envia, comissiona o Parácleto pelo qual sua presença se efetiva na Igreja. A nossa Confissão de Fé, a de Westminster, diz que o Filho é eternamente gerado do Pai, e que o Espírito é eternamente procedente do Pai e do Filho.
Cristo e o Espírito não são "modos de ser" do Pai, são pessoas distintas. Nenhuma obra divina, no entanto, se realizou e se realiza sem o concurso das três pessoas da Trindade.
As Escrituras, pois, sustentam, sem reservas e concessões, a existência de uma única divindade operante nos céus e na terra, autora, regedora e mantenedora da criação, redentora dos eleitos e autorreveladora em Cristo Jesus. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus. Não há entre as pessoas trinitárias contrastes, conflitos ou diferenças ideológicas, pois são absolutamente coiguais, consensuais em santidade, poder, soberania, justiça, bondade, amor e sabedoria. Há três pessoas distintas na divindade, mas não há três deuses. Há um só Deus, trino, onisciente, onipotente, onipresente, Criador, Salvador, Mantenedor e Redentor.
PONTOS PARA DISCUTIR

1. Qual a natureza de Deus, segundo a Bíblia?

2. É possível compreender e explicar a doutrina da Trindade? 
3. Qual a base, no AT, para a defesa da doutrina da Trindade?
Retirado da Revista "Creio e Confesso" - Volume 23 - Editora Z3 ideias.

DEUS OUVE AS NOSSAS ORAÇÕES


O Senhor está longe dos perversos, mas atende à oração dos justos (Pv 15.29).
Uma das verdades mais extraordinárias da vida cristã é que Deus ouve as nossas orações. Orar é falar com aquele que está assentado na sala de comando do universo. Orar é unir-se àquele que tem poder para mudar as circunstâncias. Nunca somos tão fortes como quando nos colocamos de joelhos diante do Pai. Um crente piedoso de joelhos enxerga mais longe do que um filósofo na ponta dos pés. Um crente de joelhos é mais forte do que um exército. A rainha Maria Stuart, da Escócia, dizia que temia mais as orações de John Knox do que os exércitos da Inglaterra. Quando o rei Ezequias foi afrontado por Senaquetibe, rei da Assíria, ele clamou ao Senhor, e Deus enviou um anjo que matou 185 mil soldados assírios num só dia. A vitória sobre o inimigo não resultou de um combate por meio de armas, mas foi fruto de oração. O soberano Deus escolheu agir na história em resposta às orações do seu povo. O altar está conectado ao trono. As orações que sobem do altar para o trono descem à terra em forma de intervenções soberanas de Deus. O mesmo Deus, porém, que atende à oração dos justos está longe dos perversos. Deus se afasta daqueles que se afastam dele. Os que desprezam a Deus são desmerecidos.
Gotas de Sabedoria para a Alma – LPC Publicações – Digitado por: Rev. Zé Francisco

segunda-feira, 7 de abril de 2014

ATIVIDADE CRIADORA DE DEUS NO RELACIONAMENTO (4)


QUESTÃO PRÁTICA
Aqui entramos em uma questão prática. Como não violar esta ordem estabelecida por Deus quando a mulher tem alguma coisa a perguntar ou deseja aprender mais daquilo que o pastor pregou? Bem, para isso ela deve, segundo Paulo, perguntar ao marido em casa:
Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja” (1 Co 14:35).
Isso também vai edificar o marido. Edificar no sentido de que ele tem de se preparar e ficar apto para responder e ensinar à esposa. Mas isso não impede a mulher de procurar um presbítero ou algum oficial da igreja para tirar sua dúvida e aprender melhor sobre determinado assunto, visto que nem todos os esposos têm a capacidade para isso. O presbítero tem esta autoridade porque a Bíblia afirma que ele deve ser apto para o ensino. Isso vai impedir que alguém levante a mão e fale: “Quero só fazer uma pergunta”. Será que isso significa simplesmente fazer uma pergunta ou significa ter o direito de usar o tempo para debater e ensinar alguma coisa, ou expor sua posição ou ainda confrontar aquele que ensina?
Charles Hodge comentando este versículo diz:
“Não podemos reprimir o desejo que a mulher tem de aprender, nem devemos negar-lhe ajuda quanto à sua melhor instrução... Podem perguntar tanto quanto desejem sem, contudo, fazê-lo em público, porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja. A palavra usada significa no grego algo que é feio, deformado”.
Paulo está aqui preocupado com a ordem externa do culto, mas especialmente com a imagem da mulher diante da congregação; que ela não aja de forma indecorosa; que não seja vista com desonra;
que sua piedade seja preservada. Há uma versão em espanhol que diz assim: “porque desonesta coisa é falar uma mulher na congregação”.

PROFETIZAR — Você poderia perguntar: Se Paulo diz em 1 Co 11:5 que uma mulher podia profetizar na igreja naquela época, por que ela não pode pregar hoje?
I) Bem, poderíamos simplificar aqui dizendo que naquela época havia profetizas que recebiam revelações e podiam profetizar na Igreja. Mas hoje não temos mais na igreja os dons revelacionais. Sendo assim, reivindicar o direito da mulher falar na igreja tomando como base este fato, não procede, porque as revelações cessaram.
II) Mas alguém respondeu assim:
“Nos comentários de Calvino ele vê dois problemas em Corinto. O primeiro era a questão do véu e o segundo era o problema das mulheres falarem publicamente na igreja. O tratamento de Calvino é: No capítulo 11 ele trata do problema do véu e no capítulo 14 ele lida com a questão da mulher falar em público no culto. Isso levanta a pergunta: Por que no capítulo 11 Paulo fala de mulheres orando e profetizando? A resposta é a seguinte: Paulo lidou com estes problemas um de cada vez. Paulo não misturou os dois problemas. Primeiro lidou com o problema do véu e depois ele tratou do falar das mulheres. Quando chega ao capítulo 14, Paulo deixa bem claro que é impróprio para a mulher falar em público”.
III) Alguns explicam este ponto dizendo que profetizar, no contexto de receber revelação, e repassar para o povo é algo passivo e não necessariamente significa usar de autoridade. Mesmo assim (como dissemos anteriormente), como não existe mais profetismo em nossa época, isso fica descartado. Mas creio que esta explicação fica a dever quanto à questão de a mulher orar em público ou mesmo de profetizar, porque o texto diz que a mulher podia profetizar e orar na igreja, contanto que tivesse a cabeça coberta (2). 
Como resolver a questão:
1) O mais coerente é afirmar que Paulo em 1 Co 11:5 está ditando uma orientação específica com respeito à uma das irregularidade que ocorria na igreja de Corinto, dentre tantas outras: a mulher não estava manifestando submissão e consideração por seu esposo, quando ela não cobria a cabeça, diz Calvino.
2) Outro fato importante é que o texto de 1 Co 14:34-35, explica o texto de 1 Co 11:5. Esta é uma regra de interpretação sadia. O texto claro explica o obscuro.
3) Mas há ainda outro dado importante. Paulo diz que isso era comum a “todas as igrejas dos santos” e assim nos mostra um fato histórico importante. Por que este fato histórico é importante? Porque quando consideramos o Princípio Regulador do Culto, não só devemos fazer aquilo que (1) a Bíblia ordena explicitamente, mas também o que (2) podemos inferir exegeticamente do texto e (3) se há algum exemplo histórico bíblico que nos autorize a permitir determinada coisa no culto. Neste caso vemos que o dado histórico é que em todas as Igrejas do Novo Testamento as mulheres se conservavam caladas (v. 33-34); e não temos nenhum exemplo histórico na Bíblia que autorize a permitir a mulher orar e falar em público quando se trata do contexto da igreja e seu papel na congregação e suas extensões.(3) Não vemos isso no Velho Testamento e nem no Novo Testamento. Até na Sinagoga judaica somente os homens tinham permissão de orar ou ensinar e esta prática continuou na Igreja posteriormente.
Há quem diga de forma mais simplista que Paulo proíbe porque seria apenas sua opinião pessoal. Mas Paulo proíbe porque tem razões divinas para isso: a) quebra a ordem da criação; b) quebra o princípio da liderança no lar e na igreja.
Muitos pensam que tudo isso é ideia da cabeça de Paulo. Será?

De quem foi a ideia?
Vamos voltar para 1 Co 14. Veja como o apóstolo Paulo chega ao ponto crucial da sua explicação. Vejamos o v. 36: “Porventura a palavra de Deus se originou no meio de vós, ou veio ela exclusivamente para vós outros?”. Ou seja: “Foram vocês que deram origem a esta palavra?”.
Para mim é uma frase bastante irônica. É como se Paulo também perguntasse: (1) “Será que foram vocês que escreveram Bíblia, ou (2) será que a Palavra de Deus foi dada só para vocês?”. “Será que só vocês sabem o que é uma ordem de culto e nós não sabemos?”. Paulo está fazendo esta pergunta penetrante porque está certo de que eles conhecem qual a resposta correta.
A resposta de Paulo está na sua conclusão no versículo 37: “Se alguém se considera profeta, ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo”. Ele está se referindo aos profetas da época, aos que falam línguas e às mulheres, dizendo: “Como vocês devem receber o que eu escrevi?”. Resposta: Como mandamento do Senhor! Então, ele destaca que o que ele acaba de falar é mandamento do Senhor e ele é seu porta-voz. Paulo escreve Bíblia!

CONCLUSÃO
IO que isso não proíbe às mulheres? Olhemos para Tito 2:1-5. Ali Paulo afirma que as mulheres mais velhas devem ensinar às mulheres mais novas como se portarem com seus maridos e seus filhos, a serem sensatas honestas, boas donas de casa, submissas aos seus maridos, bondosas e assim a Palavra de Deus não será difamada. Além disso a Bíblia também não proíbe as mulheres de testemunharem informalmente da ressurreição de Cristo como foi o caso de Maria Madalena ou de compartilharem sua fé em Cristo, mesmo com os homens, como ocorreu com Priscila e Apolo.
Vejamos estes dois exemplos:
a) Mateus 28:7,9,10. Pense nas últimas palavras de Jesus para as mulheres. “Ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galiléia, e lá me verão”.
b) A Bíblia não proíbe a mulher de, junto com o marido ou um presbítero e de forma reservada, falar com algum homem que está precisando de ajuda doutrinária. É a forma de ajudar às pessoas a crescerem. Portanto, aqui podemos tirar a lição de que Paulo permite um ajuntamento mais particular de homens e mulheres juntos para ajudar uma pessoa a crescer na fé. Isso aconteceu com Áquila e Priscila em Atos (At 18: 24-26): 
“24.Nesse meio tempo, chegou a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem eloquente e poderoso nas Escrituras. 25. Era ele instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João. 26. Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga. Ouvindo-o, porém, Priscila e Áquila, tomaram-no consigo (‘o levaram consigo’ – Revista e Corrigida) e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus”.
II) Mas o texto não proíbe as mulheres de ensinarem às crianças (2 Tm 3:14-15; 2 Tm 1:5). Portanto, a mulher pode e deve desenvolver um ministério amplo na área do ensino na igreja.
Lembremos que o ensino de Paulo, entretanto, para a Igreja é a seguinte:
“E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade sobre o homem”.

Uma pergunta prática.
A mulher pode ser convidada a ir à frente para conduzir toda a congregação a Deus em oração? Temos de lembrar que Paulo proíbe não só o ensinar, mas como o exercer autoridade. Quando alguém lê as Escrituras, como o pastor, por exemplo, nós temos uma pessoa que é uma autoridade sobre nós (4). O mesmo se deduz em relação à oração pública. Quando alguém nos conduz em oração, esta pessoa também está exercendo autoridade. Então, de acordo com a Palavra, o ler as Escrituras ou orar sobre a congregação, isso significa autoridade e, como tal, não é permitido à mulher.*

Notas:
2. É importante sabermos que aquele que falava em línguas e aquele que profetizava, ambos estavam trazendo algum ensino para edificar a Igreja.
3. Escola Dominical, Seminário Teológico, Simpósios, Congressos, etc.
4. O Catecismo Maior de Westminster diz: Pergunta 156: A Palavra de Deus deve ser lida por todos?
Resposta: Embora não seja permitido a todos lerem a Palavra em público para a congregação, as pessoas de todas as categorias têm, contudo, a obrigação de a ler em particular para si mesmos e com as suas famílias; finalidade pela qual as Sagradas Escrituras devem ser traduzidas das línguas originais para as línguas vernáculas.

O LUCRO DESONESTO É UMA DESGRAÇA

O que é ávido por lucro desonesto transtorna a sua casa, mas o que odeia o suborno, esse viverá (Pv 15.27).
A avareza é um saco sem fundo. Quanto mais você tem, mais deseja ter. A avareza gera no coração do homem uma sede insaciável, uma busca desenfreada pelo lucro desonesto e uma insatisfação desmedida. Há pessoas que mentem, corrompem, matam e morrem por causa do lucro desonesto. Há indivíduos que vendem a alma para o diabo a fim de conquistar riquezas. Passam por cima das pessoas, oprimem os fracos e torcem o direito do justo para acumular mais tesouros em sua casa. Essa riqueza ilícita, porém, não lhes dá segurança nem paz. A casa do homem ávido por lucro desonesto vive sobressaltada. As pessoas têm conforto, mas não paz. Têm luxo, mas não descanso. Dormem em camas macias, mas são assaltadas por pesadelos. Participam de banquetes, mas não se fartam. Sorvem os mais doces licores da vida, mas não se saciam. Não é o rico desonesto que vive abundantemente, mas aquele que, embora pobre, odeia o suborno. E melhor viver uma vida modesta, mas com dignidade, do que ajuntar riquezas e ter o nome sujo na praça. E melhor ser pobre e íntegro do que ser rico e não ter paz de espírito. A maior riqueza que um homem pode ter é um coração transformado pelo evangelho, uma vida exemplar e um caráter irrepreensível.
Gotas de Sabedoria para a Alma – LPC Publicações – Digitado por: Rev. Zé Francisco.

domingo, 6 de abril de 2014

CREIO E CONFESSO Lição 01 - Credo Apostólico

TEXTO BÁSICO: Romanos 10.9,10
Objetivo da lição:  Entender que a fé possui um conteúdo, que precisa ser confessado
Creio que estamos vivendo o momento previsto por Paulo: Tempo em que não suportarão a sã doutrina e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (2Tm 4.3,4). A solução bíblica para este problema é a pregação da Palavra de Deus, a sã doutrina. E uma das maneiras em que a sã doutrina está sistematizada e pode ser estudada e pregada é através dos credos elaborados pela Igreja Cristã através da História.
O Credo dos Apóstolos continua a ser usado hoje como expressão maior da fé cristã. Neste trimestre iremos utilizá-lo como esboço para o ensino doutrinário:
Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra.
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está sentado à mão direita de Deus Pai, Todo-Poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo; na santa igreja universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.
1. OS CREDOS
A palavra Credo é do latim "credo", que denota uma postura ativa de "eu creio". Eu creio, logo, eu confesso (Credo, ergo confiteor). A origem do credo está na natureza do crente. Segundo o ensinamento de Jesus Cristo, registrado nos Evangelhos (Novo Testamento), a pessoa que desejasse segui-lo deveria assumir um compromisso público. A confissão pública de fé e o batismo com água marcavam o início da vida cristã do seguidor de Jesus. Veja o exemplo nos versículos seguintes:
"Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está no céu" (Mateus 10.32).
"Quem crer e for batizado será salvo" (Marcos 16.16).
Na Igreja Cristã primitiva, da experiência de fé do crente, o credo passou a ser uma fórmula fixa que resumia os artigos essenciais da religião cristã, sempre com a sanção de uma autoridade eclesiástica. O propósito dos credos sempre foi o de expressar verdades bíblicas essenciais. Os credos tiveram sempre quatro funções:
Confissão de fé recitada pelo fiel na hora do batismo (Rm 10.9,10).
Após o batismo servia como roteiro para a instrução catequética na doutrina cristã.
Com o surgimento de tantas heresias, o credo tornou-se como uma chave para a compreensão correta da Bíblia.
Durante o ato de culto, o credo pas­sou a ser recitado como uma expressão de adoração a Deus.
Os credos mais importantes da Igreja Cristã, elaborados e aprovados nos primeiros séculos são: Credo Apostólico, Credo Atanasiano, Credo Niceno- Constantinopolitano e Credo de Calcedônia. Estes são eclesiasticamente chamados de "Credos Ecumênicos", pois ex­pressaram o pensamento doutrinário da Igreja Primitiva como um todo, nos primeiros cinco séculos da era cristã. Também porque receberam a sanção de concílios eclesiásticos e ecumênicos da Igreja Cristã: Niceia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431) e Calcedônia (451).
2. O CREDO APOSTÓLICO
O Credo Apostólico tem a sua origem no Credo Romano Antigo (Século II), sendo modificado através dos séculos por algumas injunções doutrinárias, chegando à sua forma atual, por volta do sétimo século.
Observe que a sua estrutura é trinitária, ou seja, é uma confissão de fé na
Trindade Divina. Em primeiro lugar, é afirmada a fé em Deus Pai, Todo-Poderoso e Criador. Mas a parte essencial é a confissão a respeito de Jesus Cristo, único Filho de Deus e Senhor nosso, com destaque aos eventos da sua concepção, nascimento, sofrimento, crucificação, ressurreição, ascensão, exaltação e juízo final.
Quando o Credo Apostólico afirma a realidade da humanidade e a historicidade de Jesus, o objetivo é combater os argumentos dos marcionistas e docéticos, os quais afirmavam que Jesus não foi uma pessoa plenamente humana. Por outro lado, ao afirmar a concepção de Jesus como obra do Espírito Santo por meio da virgem Maria e a sua exaltação após a ressurreição, o objetivo é reafirmar a divindade de Jesus Cristo. Jesus Cristo era verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
A última parte declara a fé na pessoa do Espírito Santo e na santa igreja universal, na comunhão dos santos, no perdão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna.
3. A NECESSIDADE DO CREDO
Geralmente, nos movimentos religiosos marcados pelo misticismo, os fiéis se reúnem em torno de pessoas ou de um líder maior. Quando o líder fracassa, o movimento chega ao fim. Leia os argumentos de Gamaliel (At 5.33-39).
A Igreja de Jesus Cristo tem como característica principal a confessionalidade, ou seja, não se reúne em torno de pessoas, mas de doutrinas. As pessoas passam, mas as verdades de Deus permanecem. Na Igreja Primitiva, os cris­tãos "perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2.42). Os apóstolos morreram, mas a Igreja continua ensinando e vivendo as suas doutrinas (Ef 2.19,20). O conteúdo da doutrina dos apóstolos foi fornecido por Jesus Cristo (Jo 7.17; 1Co 11.23; 1 Jo 1.1-6; 2Pe 1.17-21). Jesus Cristo é o "espírito da profecia" e reunir- se em torno de Jesus é reunir-se em torno da sua Palavra. Ele vive e a sua Palavra permanece para sempre!
Nunca a Igreja precisou tanto do Credo como hoje. Com tanta confusão religiosa e doutrinária, a Igreja precisa confessar, ensinar e defender aquilo em que ela acredita. O pluralismo, o relativismo, o subjetivismo, o pragmatismo e o mundanismo se têm infiltrado na Igreja de forma avassaladora e impiedosa. Precisamos resistir à secularização da Igreja, à profanação do sagrado (Fp 1.27; Jd 3; 2 Pe 3.16). A pureza doutrinária é vital à sobrevivência da Igreja.

Philip Melanchton, grande reformador do século 16 disse: Nenhuma fé é firme se não é mostrada em confissão. Não pode existir uma fé verdadeira em Deus que não se expresse por meio de uma formulação doutrinária. Creio, logo confesso.
É importante frisar que a autoridade dos credos não é absoluta e infalível. A Bíblia é a única regra infalível e absoluta de fé e prática do cristão. Como o Credo é uma formulação humana, a sua autoridade é secundária e derivada da Bíblia.
1.    Qual o valor do Credo Apostólico para a Igreja hoje?
2.    Existe alguma base bíblica para a formulação dos credos?
3.    O que significa a expressão "lutar juntos pela fé evangélica" (Fp 1.27)? 

Retirado da Revista "Creio e Confesso" - Volume 23 - Editora Z3 ideias.