TEXTO BÁSICO: Romanos 10.9,10
Objetivo da lição: Entender que a fé possui um conteúdo, que precisa ser confessado
Objetivo da lição: Entender que a fé possui um conteúdo, que precisa ser confessado
Creio
que estamos vivendo o momento previsto por Paulo: Tempo em que não suportarão a
sã doutrina e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (2Tm
4.3,4). A solução bíblica para este problema é a pregação da Palavra de Deus, a
sã doutrina. E uma das maneiras em que a sã doutrina está sistematizada e pode
ser estudada e pregada é através dos credos elaborados pela Igreja Cristã
através da História.
O Credo
dos Apóstolos continua a ser usado hoje como expressão maior da fé cristã.
Neste trimestre iremos utilizá-lo como esboço para o ensino doutrinário:
Creio em Deus
Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra.
Creio em Jesus
Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do
Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu dos mortos ao terceiro
dia; subiu ao céu; está sentado à mão direita de Deus Pai, Todo-Poderoso, donde
há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no
Espírito Santo; na santa igreja universal; na comunhão dos santos; na remissão
dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.
1. OS CREDOS
A
palavra Credo é do latim "credo", que denota uma postura ativa de
"eu creio". Eu creio, logo, eu confesso (Credo, ergo confiteor). A
origem do credo está na natureza do crente. Segundo o ensinamento de Jesus
Cristo, registrado nos Evangelhos (Novo Testamento), a pessoa que desejasse
segui-lo deveria assumir um compromisso público. A confissão pública de fé e o
batismo com água marcavam o início da vida cristã do seguidor de Jesus. Veja o
exemplo nos versículos seguintes:
"Portanto,
todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante
de meu Pai, que está no céu" (Mateus 10.32).
"Quem
crer e for batizado será salvo" (Marcos 16.16).
Na
Igreja Cristã primitiva, da experiência de fé do crente, o credo passou a ser
uma fórmula fixa que resumia os artigos essenciais da religião cristã, sempre
com a sanção de uma autoridade eclesiástica. O propósito dos credos sempre foi
o de expressar verdades bíblicas essenciais. Os credos tiveram sempre quatro
funções:
Confissão
de fé recitada pelo fiel na hora do batismo (Rm 10.9,10).
Após
o batismo servia como roteiro para a instrução catequética na doutrina cristã.
Com
o surgimento de tantas heresias, o credo tornou-se como uma chave para a
compreensão correta da Bíblia.
Durante
o ato de culto, o credo passou a ser recitado como uma expressão de adoração a
Deus.
Os credos mais importantes da Igreja
Cristã, elaborados e aprovados nos primeiros séculos são: Credo Apostólico,
Credo Atanasiano, Credo Niceno- Constantinopolitano e Credo de Calcedônia.
Estes são eclesiasticamente chamados de "Credos Ecumênicos", pois expressaram
o pensamento doutrinário da Igreja Primitiva como um todo, nos primeiros cinco
séculos da era cristã. Também porque receberam a sanção de concílios
eclesiásticos e ecumênicos da Igreja Cristã: Niceia (325), Constantinopla
(381), Éfeso (431) e Calcedônia (451).
2. O CREDO APOSTÓLICO
O
Credo Apostólico tem a sua origem no Credo Romano Antigo (Século II), sendo
modificado através dos séculos por algumas injunções doutrinárias, chegando à
sua forma atual, por volta do sétimo século.
Observe
que a sua estrutura é trinitária, ou seja, é uma confissão de fé na
Trindade
Divina. Em primeiro lugar, é afirmada a fé em Deus Pai, Todo-Poderoso e
Criador. Mas a parte essencial é a confissão a respeito de Jesus Cristo, único
Filho de Deus e Senhor nosso, com destaque aos eventos da sua concepção,
nascimento, sofrimento, crucificação, ressurreição, ascensão, exaltação e juízo
final.
Quando
o Credo Apostólico afirma a realidade da humanidade e a historicidade de Jesus,
o objetivo é combater os argumentos dos marcionistas e docéticos, os quais
afirmavam que Jesus não foi uma pessoa plenamente humana. Por outro lado, ao
afirmar a concepção de Jesus como obra do Espírito Santo por meio da virgem
Maria e a sua exaltação após a ressurreição, o objetivo é reafirmar a divindade
de Jesus Cristo. Jesus Cristo era verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
A última parte declara a fé na pessoa do
Espírito Santo e na santa igreja universal, na comunhão dos santos, no perdão
dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna.
3. A
NECESSIDADE DO CREDO
Geralmente,
nos movimentos religiosos marcados pelo misticismo, os fiéis se reúnem em torno
de pessoas ou de um líder maior. Quando o líder fracassa, o movimento chega ao
fim. Leia os argumentos de Gamaliel (At 5.33-39).
A
Igreja de Jesus Cristo tem como característica principal a confessionalidade,
ou seja, não se reúne em torno de pessoas, mas de doutrinas. As pessoas passam,
mas as verdades de Deus permanecem. Na Igreja Primitiva, os cristãos
"perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2.42). Os apóstolos
morreram, mas a Igreja continua ensinando e vivendo as suas doutrinas (Ef
2.19,20). O conteúdo da doutrina dos apóstolos foi fornecido por Jesus Cristo
(Jo 7.17; 1Co 11.23; 1 Jo 1.1-6; 2Pe 1.17-21). Jesus Cristo é o "espírito
da profecia" e reunir- se em torno de Jesus é reunir-se em torno da sua
Palavra. Ele vive e a sua Palavra permanece para sempre!
Nunca
a Igreja precisou tanto do Credo como hoje. Com tanta confusão religiosa e
doutrinária, a Igreja precisa confessar, ensinar e defender aquilo em que ela
acredita. O pluralismo, o relativismo, o subjetivismo, o pragmatismo e o
mundanismo se têm infiltrado na Igreja de forma avassaladora e impiedosa.
Precisamos resistir à secularização da Igreja, à profanação do sagrado (Fp
1.27; Jd 3; 2 Pe 3.16). A pureza doutrinária é vital à sobrevivência da Igreja.
Philip
Melanchton, grande reformador do século 16 disse: Nenhuma fé é firme se não é
mostrada em confissão. Não pode existir uma fé verdadeira em Deus que não se
expresse por meio de uma formulação doutrinária. Creio, logo confesso.
É importante frisar que a autoridade dos
credos não é absoluta e infalível. A Bíblia é a única regra infalível e
absoluta de fé e prática do cristão. Como o Credo é uma formulação humana, a
sua autoridade é secundária e derivada da Bíblia.
1.
Qual o valor do Credo
Apostólico para a Igreja hoje?
2.
Existe alguma base
bíblica para a formulação dos credos?
3.
O que significa a
expressão "lutar juntos pela fé evangélica" (Fp 1.27)?
Retirado da Revista "Creio e Confesso" - Volume 23 - Editora Z3 ideias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário