quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CUIDADO COM A IRA

O que presto se ira fala loucuras, e o homem de maus desígnios é odiado (Pv 14.17).
A ira é um fogo crepitante e assaz perigoso. Uma pessoa iracunda é uma bomba mortífera prestes a explodir. E, quando explode, lança estilhaços para todos os lados e fere as pessoas à sua volta. Quem se zanga facilmente fala muito, pensa pouco e provoca grandes transtornos a si e aos demais. O homem de maus desígnios é odiado. Torna-se persona  non  grata. O destempero emocional provoca tensões e conflitos no lar, no trabalho e nos demais setores da vida comunitária. É melhor morar no deserto do que relacionar-se com uma pessoa rixosa. É melhor viver só do que estar acompanhado de uma pessoa irritadiça. Há duas maneiras erradas de lidar com a ira. A primeira é a explosão da ira. Um indivíduo temperamental e explosivo machuca as pessoas com suas palavras e atitudes. Torna-se duro no trato e maligno em suas ações. A segunda é o congelamento da ira. Alguns não explodem, mas armazenam a ira. Não jogam sua agressividade para fora, mas a acumulam no coração. Tornam-se amargos, mal-humorados, fecham-se como uma cabeça de repolho e acabam azedando a alma. A solução não é a explosão nem o congelamento da ira, mas o exercício do perdão. O perdão cura e restaura. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente e a cura das emoções.
Gotas de Sabedoria para a Alma – LPC Publicações – Digitado por: Rev. Zé Francisco.

O ENCONTRO DE JESUS COM A MULHER SAMARITANA

Evangelho de João Capítulo 4.1-42
Temos aqui um memorável diálogo entre Jesus e uma mulher, que conhecemos apenas pelo nome de "a mulher samaritana". Esse diálogo se deu em Samaria. Mas Jesus estivera na Judéia pouco antes. Por que foi para a Galiléia? Para evitar dificuldades entre os seus discípulos e os de João Batista (3.25; 4.1-3). Jesus nos é apresentado através, das Escrituras, como "O Príncipe da Paz", e é ele quem nos ensina a viver em paz: evitando as dificuldades e fugindo delas. O seu Apóstolo compreendeu isso e o ensinou, ao preceituar: "quanto depender de vós, tende paz com todos os ho­mens" (Rm 12.18). Foi nessa viagem, quando fugia de dificuldades, que se verificou o diálogo entre ele e a mulher samaritana. Nesse diálogo temos o que podemos chamar "a sua revelação". Nesta revelação, em que ele aparece como Salvador, vemos que ela se faz, ora pelo próprio Jesus, ora pela experiência dos seus interlocutores, atribuindo-lhes os horizontes do coração e da mente até que ela se torne completa (v.42), e seja um patrimônio da alma: "Sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo".
1 - Nesta revelação observamos como Jesus se revela o Salvador: a) Pelo seu interesse em salvar os perdidos; procurando-os: "Era-lhe necessário passar pela província de Samaria". Aquele caminho escolhido e preferido por Jesus era evitado por todos os judeus. Portanto, que interesse havia nele, para Jesus? Pecadores para serem salvos por ele; b) sacrificando os seus maiores interesses por eles (vv.31,34). O contexto permite concluir que ele não comeu nem bebeu. Absorveu-se na sua missão. À insistência dos discípulos: "Mestre, come". Ele responde: "A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou a realizar a sua obra". Ele tinha bem nítidas, uma consciência e uma preocupação: veio para salvar e tinha que realizar essa obra, que ia lhe custar a própria vida; c) provocando oportunidade para falar com os pecadores e dessa maneira descobrir- lhes o coração, bem como as suas necessidades. "Dá-me de beber". Esse pedido feito à samaritana foi a porta de entrada para aquele diálogo revelador entre ele e ela (vv.6-8). Ele não salva somente quando acha oportunidade; ele procura e descobre essa oportunidade; d) apresentando-se como o dom de Deus, ao mundo a que se refere Jo 4.10: "Se conheceras o dom de Deus". Ele é o doador da vida eterna, plena satisfação em contraste com as satisfações passageiras do mundo, que, por muito boas que pareçam, por fim enfadam (v.15). O pecador precisa conhecer o dom de Deus, Cristo, para ser salvo: "Se tu conheceras o Dom de Deus, e quem é aquele que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias e ele te daria água viva". Jesus se apresenta e se faz conhecer como esse dom. Ele está sempre ao alcance do pe­cador e pronto para salvá-lo: "Tu lhe pedirias e ele te daria água viva".

2 - Revelando-se como Profeta. Logo que ele descobre a vida da mulher samaritana, como é que ela vivia (vv.16,18,19), ela percebe que não está tratando com um simples judeu, como pensava (v.9), porém, com um profeta e o declara: "Senhor, vejo que és profeta" (v.19). E por isso faz referência ao culto que os judeus e os samaritanos prestavam a Deus. Ela aproveita a oportunidade para obter esclarecimento sobre esse assunto. Como profeta, ele passa a ensinar: a) sobre o verdadeiro culto que se deve prestar a Deus (vv.21,24), assunto sobre o qual havia muita confusão (v.20): "Nossos pais adoravam neste monte; vós dizeis que é em Jerusalém o lugar em que se deve adorar: e não se chegava a um acordo; b) a ela, que já tinha alguma ideia, embora vaga, sobre o Messias e a sua obra de ensinar (v.25), Jesus se apresenta como o Messias que esperavam (v.26); c) como resultado daquela palestra, ela se aprofunda na sua experiência sobre Jesus, e diz aos seus patrícios samaritanos: "Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; será este, porventura, o Messias?" Sua compreensão é progressiva: descobre em Jesus um profeta e que ele é o Cristo; ainda como profeta ele fala com os seus discípulos, e de maneira otimista, sobre o futuro próximo do reino de Deus (v.35): "Erguei os vossos olhos e vede..." Na seara material ele via uma figura da seara e colheita para o reino de Deus (v.41): Almas que se aproximavam dele (v.30).

3 – Completa-se a revelação do Salvador, com a experiência que os samaritanos tiveram com Jesus durante dois dias. Falavam com Ele e dele tiveram as instruções e as provas necessárias para uma conclusão segura: "Nós sabemos que este é verdadeira­mente o Salvador do mundo..." (v.42). Não se trata mais do Messias prometido a Israel (v.25), muito mais do que isso: É o Salvador do mundo. Assim conclui a experiência pessoal da alma com Cristo. A experiência maior ou menor com referência à pessoa de Jesus, como Salvador, está na razão direta da nossa maior ou menor convivência e comunhão com ele. Conclusão: "Vindo, pois, os samaritanos ter com Jesus, pediam-lhe que permanecesse com eles; e ficou ali dois dias" (v. 40). Aqui está a chave do segredo para se gozar o dom da salvação: Permanecer com Cristo. Ele atendeu ao pedido dos samaritanos para ficar com eles, atendeu ao pedido dos discípulos no caminho para Emaús: "Fica conosco" (Lc 24.29). Quantas bênçãos e quanta felicidade decorrentes desse desejo cumprido. Ele está pronto para ficar conosco o tempo que quisermos e o lucro será nosso. Nessa comunhão descobriremos nele o nosso profeta; o nosso Messias e o nosso Salvador.

Do Livro Meditações no Evangelho de João de J.C Ryle – Ed. Fiel

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

NÃO SE ENVOLVA EM ENCRENCAS

O sábio é cauteloso e desvia-se do mal, mas o insensato encoleriza-se e dá-se por seguro (Pv 14.16).
Há pessoas que atraem problemas, se envolvem facilmente em discussões tolas e perdem a calma, a compostura e a razão. O insensato encoleriza-se e dá- se por seguro. O tolo é impetuoso e irresponsável. E descuidado e age sem pensar. E arrogante e confia em si mesmo. Envolve-se com frequência em encrencas que lhe custam a honra, a paz e até a própria vida. Muito diferente é a atitude do sábio. Ele desvia os seus pés do mal. Quem tem juízo toma cuidado para não se meter em dificuldades. Os jornais destacam todos os dias os muitos crimes que acontecem no campo e na cidade. Quando se faz um diagnóstico desses desatinos, percebe-se que a maioria tem o mesmo pano de fundo: embriaguez, drogas e promiscuidade. Precisamos ter cautela para nos afastar de más companhias. Precisamos ter sabedoria para nos ausentar de lugares e ambientes que são um laço para a nossa alma. Precisamos ter coragem para fugir das paixões da carne. O caminho da felicidade não é a aventura pecaminosa, mas a santidade. A bem-aventurança não está nas taças dos prazeres mundanos, mas na intimidade do Senhor.

Gotas de Sabedoria para a Alma – LPC Publicações – Digitado por: Rev. Zé Francisco.

Louvor e Vida - 08

Os evangelhos nos falam sobre o momento quando alguns romanos, reunidos em um palácio, na presença de pessoas ilustres, ajoelharam-se diante de Jesus e o adoraram dizendo: "Salve, Rei dos Judeus". Narrando assim, de forma resumida, porém fiel ao conteúdo bíblico, a cena pode passar a ideia de um culto. Até mesmo alguém que entrasse naquele recinto poderia pensar dessa forma (Mt 27.27-31; Mc 15.16-20; Jo 19.1-5). Entretanto, aqueles "adoradores" eram soldados que prendiam o Senhor. Faziam aquilo como forma de escárnio. Foram os mesmos que colocaram uma coroa de espinhos em sua cabeça, cuspiram-lhe na face, deram-lhe bofetadas e bateram-lhe com uma cana, fazendo com que os espinhos se encravassem em sua fronte. Saindo dali, o levaram para ser crucificado. Perfuraram suas mãos, seus pés, e, mais tarde, traspassaram seu corpo com uma espada. Só não lhe quebraram as pernas porque, àquela altura, ele já estava morto.
Esse episódio nos leva a refletir sobre a religiosidade, o louvor e a adoração, em contraste com o nosso modo de vida. O que fazemos nos cultos reflete fielmente o que somos, ou é apenas uma cena momentânea? Aqueles homens não eram servos de Deus, embora sua boca confessasse que Jesus é o Rei. Louvamos e adoramos ao Senhor, de fato, ou estamos escarnecendo de sua majestade? Estar ajoelhado fisicamente não é tudo. Precisamos assumir uma vida de submissão ao Senhor. Dizer as palavras corretas não preenche o vazio de uma vida errada.
Em um momento estavam ajoelhados diante de Jesus. Em outro, estavam agredindo o Senhor. Saindo dali, o levaram para ser crucificado. O que fazemos depois que saímos do local de culto? Estaremos levando o Senhor para ser novamente crucificado? (Hb 6.6). Como é a nossa vida fora do templo?
"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai..." (Mt 7.21). O culto ao Senhor só é verdadeiro e satisfatório se for um modo de vida. Se nos dirigimos a ele como Rei, precisamos estar dispostos a obedecê-lo. Aqueles soldados o chamavam de "Rei", mas, na realidade, o rei deles era César. Quantos proclamam que Jesus é o seu Senhor, mas vivem servindo ao Diabo! Suas palavras são maravilhosas, mas suas vidas são motivo de sofrimento para o Senhor e vergonha para o evangelho.
Aquele episódio no Pretório de Pilatos nos leva a uma reflexão muito profunda quando o analisamos sob o enfoque da oportunidade perdida. Jesus estava entre aqueles homens. Eles o conheceram pessoalmente. Estiveram no cenário do maior ato divino em favor da humanidade. No entanto, perderam aquela oportunidade de se tornarem cristãos e filhos de Deus. Quantos desejam ver Jesus, mas não podem! Aqueles soldados tiveram uma chance extraordinária e perderam-na de modo absurdo.
Agora, cabe a nós a análise da oportunidade que o Senhor nos dá hoje. Conhecemos a sua palavra, o seu amor e a sua bondade para conosco. Ele está entre nós, na pessoa do seu Espírito Santo. Não podemos perder a chance de sermos cristãos autênticos.
Depois que Jesus expirou, "o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era filho de Deus". (Mt 27.54). Não podemos avaliar a amargura que dominou o coração e a alma daqueles soldados, quando constataram o grande mal que haviam feito.
Após a ressurreição dos mortos, aqueles mesmos homens verão o Senhor novamente. "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele..." (Ap 1.7). Naquele momento, será tarde demais para o arrependimento e a conversão, mas hoje ainda existe oportunidade para nós.
O Senhor deseja que todos se salvem. Ele quer que reconheçamos os nossos pecados e nossa vida errada diante da sua presença. Ainda há tempo. Jesus continua sendo Rei e espera que todos os homens se submetam espontaneamente ao seu domínio, antes que ele venha como juiz e se assente no grande trono para o julgamento final.




Autor: Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.