sábado, 27 de novembro de 2010

Homofobia x evangelicofobia


Nos últimos dias, a mídia deu atenção a um manifesto da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre o Projeto de Lei, conhecido como PL 122.

O pronunciamento da IPB postado pelo Reverendo Augustus Nicodemus, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie (que já foi retirado), gerou muita controvérsia. A OAB o chamou de "Postura da Idade Média". Usuários, da rede social Facebook, organizaram ato para protestar contra declaração sobre a criminalização da homofobia. 
O que me perturba é perceber que, conquanto o PL 122, ainda esteja em discussão, todos os sinais apontam para o favorecimento de uma classe de pessoas (os homossexuais), em detrimento de um grupo muito maior, os cristãos, particularmente, os evangélicos, que têm, como regra de fé, a Bíblia Sagrada.
A grande ironia, quanto a este projeto de lei, é que, pelo que entendi, eu não posso me pronunciar contra o homossexualismo, podendo, a qualquer hora, caso o PL 122 seja aprovado, ser preso como homofóbico. Mas, ao mesmo tempo, eu, na condição de evangélico, posso ser ridicularizado, posso ser tratado como ignorante ou como uma pessoa obtusa. Todos podem dizer o que quiserem sobre minha fé em novelas, filmes ou em textos jornalísticos, como um publicado em 2008 na Revista Veja, da lavra de André Petry, sem o menor constrangimento, e sem que isto seja entendido como um ato “evangelicofóbico”. 
Petry criticou Marta Suplicy, candidata, na época, à prefeitura de São Paulo, que, num comercial de trinta segundos, incinerou sua vida pública, ao insinuar que o prefeito Gilberto Kassab, candidato à reeleição pelo DEM, é homossexual. Petry declarou: “Marta Suplicy está pronta para juntar-se à massa de evangélicos homofóbicos que, a esta altura, deve estar exultante com a sua conversão dramática e pública”. 
Minha preocupação, é perceber que preconceito parece uma via de mão única. Quando diz respeito aos homossexuais, qualquer crítica à sua prática, é chamada de homofobia. Quando, críticas e preconceitos, se dirigem aos evangélicos, isto é interpretado como senso crítico aguçado.
Entendo que os homossexuais devem ser tratados com a devida dignidade e o devido respeito. Afinal de contas, são cidadãos brasileiros, que pagam impostos e cumprem seus deveres. Mas entendo, também, que os evangélicos não devem ser tratados como pessoas obtusas, menores e preconceituosas por causa de sua fé. Entendo que, merecemos mais respeito do que recebemos, até porque, também, somos cidadãos brasileiros, que pagam impostos e cumprem seus deveres.
Calvino Rocha - leitor da Revista Ultimato de Caruaru - Pe. http://www.ultimato.com.br/