quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O martelo de Deus nas mãos da mídia
A oitava e última bem-aventurança diz respeito aos perseguidos por causa do evangelho. Jesus antecipa que eles serão vítimas da mentira e de todo tipo de calúnia (Mt 5.11). Mas certamente não se trata de calúnia quando os observadores, e mesmo os perseguidores, falam de alguma coisa que realmente esteja acontecendo, de algum escândalo, de alguma aberração, de algum comportamento que leva ao descrédito o anúncio do evangelho. “Se o sal perder o seu sabor”, disse também o Senhor, “não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens” (Mt 5.13). Com a pregação da teologia da prosperidade, com a febre do crescimento da igreja, e com o predomínio da quantidade sobre a qualidade, o testemunho evangélico deixa muito a desejar nos dias de hoje. Quase diariamente a mídia aponta os descaminhos dos evangélicos, misturando todas as denominações e colocando-as no mesmo patamar. Para exemplificar isso, vejamos apenas três referências aos “evangélicos” publicadas na imprensa brasileira em outubro de 2005: Em entrevista a Veja (12/10/2005, p. 14), a apresentadora Hebe Camargo, de 76 anos e há 55 na televisão, declarou: “Às vezes me pergunto como as igrejas evangélicas conseguem fazer lavagem cerebral em milhares de pessoas. Os fiéis ficam completamente obcecados e não percebem que estão deixando os pastores cada vez mais ricos às custas desse ‘mensalinho do demônio’”. O jornalista político Mauro Santayana, do Jornal do Brasil, escreve acertadamente que “a ética religiosa de todas as crenças parte do combate permanente contra o pecado do egoísmo”, mas coloca a ressalva entre parêntesis: “excluídas as ‘crenças’ meramente mercantis do nosso tempo” (Jornal do Brasil, 17/10/05, p. A2). Mais assustador é o artigo Tenho medo, do jornalista Fausto Wolf, publicado também no Jornal do Brasil (18/10/05, p. B4). Ele enumera dez exemplos de como é alarmante a situação do mundo hoje. Entre eles estão: “Bush é louco e quer dominar o mundo”; “Os judeus estão dando aos palestinos uma provinha do tratamento que receberam dos nazistas”; e “Com raras exceções, o mundo inteiro, via TV, recebe milhares de toneladas de lixo cinematográfico americano que ensinam a matar, a torturar, a mentir e a roubar, chegando a endeusar o sadismo, como em Kill Bill, o pior filme da história”. No meio disso tudo, há uma pesada acusação aos evangélicos: “‘Igrejas evangélicas’ [Fausto coloca entre aspas] roubam dinheiro dos miseráveis mediante ameaças: ‘Jesus sabe que você tem dinheiro e não quer dar. Quem é mais importante, Jesus ou sua família?’” Nossos observadores ou perseguidores colocam no mesmo saco igrejas evangélicas sérias, sejam históricas ou pentecostais, e uma grande quantidade de igrejas novas cujas práticas deformam o evangelho e o expõem à crítica e ao ridículo. Mesmo com algum exagero, não se podem chamar essas críticas, necessariamente, de calúnia e perseguição. Às vezes, Deus coloca o seu martelo de despedaçar em mãos laicas e seculares, como aconteceu com a Babilônia (Jr 51.20)!
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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Necessidade das duas Naturezas de Cristo
A necessidade das duas naturezas de Cristo decorre daquilo que é essencial à doutrina escriturística da expiação.

Necessidade da Humanidade de Cristo.
Desde que o homem pecou, era necessário que o homem sofresse a penalidade. Além disso, o pagamento da pena envolvia sofrimento de corpo e alma, sofrimento somente cabível ao homem, Jo 12.27; At 3.18; Hb 2.14; 9.22. Era necessário que Cristo assumisse a natureza humana, não somente com todas as suas propriedades essenciais, mas também com todas as debilidades a que está sujeita, depois da Queda, e, assim devia descer às profundezas da degradação em que o homem tinha caído, Hb 2.17,18. Ao mesmo tempo, era preciso que fosse um homem sem pecado, pois um homem que fosse, ele próprio, pecador e que estivesse privado da sua própria vida, certamente não poderia fazer expiação por outros, Hb 7.26.
Unicamente um Mediador verdadeiramente humano assim, que tivesse conhecimento experimental das misérias da humanidade e se mantivesse acima de todas as tentações, poderia entrar empaticamente em todas as experiências, provações e tentações do homem, Hb 2.17,18; 4.15-5.2; e ser um perfeito exemplo humano para os Seus seguidores, Mt 11.29; Mc 10.39; Jo 13.13-15; Fp 2.5-8; Hb 12.2-4; 1 Pe 2.21.

Necessidade da Divindade de Cristo
No plano divino de salvação era absolutamente essencial que o Mediador fosse verdadeiramente Deus. Era necessário que (1) Ele pudesse apresentar um Sacrifício de valor infinito e prestar perfeita obediência à lei de Deus; (2) Ele pudesse sofrer a ira de Deus redentoramente, isto é, para livrar outros da maldição da lei; e (3) Ele pudesse aplicar os frutos da sua obra consumada aos que o aceitassem pela fé.
O homem, com a sua vida arruinada, não pode nem cumprir a pena do pecado, nem prestar perfeita obediência a Deus. Ele pode sofrer a ira de Deus e, exceto pela graça redentora de Deus, terá que sofrê-la eternamente, mas não pode sofrê-la de molde a abrir um caminho de livramento, al 49.7-10; 130.3.
Autor: Louis BerkhofFonte: Teologia Sistemática, pág 318,319; Ed LPC