quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Ler poesia é mais útil para o cérebro que livros de autoajuda, dizem cientistas


Ler autores clássicos, como Shakespeare, William Wordsworth e T.S. Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool publicado nesta terça-feira (15).

Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos e depois essas mesmas passagens traduzidas para a “linguagem coloquial”.

Os resultados da pesquisa, antecipados pelo jornal britânico “Daily Telegraph”, mostram que a atividade do cérebro “dispara” quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano.

Esses estímulos se mantêm durante um tempo, potencializando a atenção do indivíduo, segundo o estudo, que utilizou textos de autores ingleses como Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin.

Os especialistas descobriram que a poesia “é mais útil que os livros de autoajuda”, já que afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva.

“A poesia não é só uma questão de estilo. A descrição profunda de experiências acrescenta elementos emocionais e biográficos ao conhecimento cognitivo que já possuímos de nossas lembranças”, explica o professor David, encarregado de apresentar o estudo.

Após o descobrimento, os especialistas buscam agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles Dickens. [ retirado de Folha de S.Paulo]

A pesquisa apenas comprova um consentimento quase que geral aos leitores. Possuo vários amigos escritores de autoajuda e sei o quão cuidadoso eles são com suas obras, mas, não é segredo para ninguém que elas são “mastigadas”, pois, o leitor comum do gênero não sente vontade, nem necessidade, de refletir profundamente, de chegar às conclusões por atividade própria.

Eu não leio autoajuda, não gosto, não tenho interesse e ainda acredito que os “autores sérios” do gênero acabam dentro do estereótipo que engloba toda a área. O resultado do estudo, ao meu ver, não tira o valor da autoajuda, mas, valoriza, ainda mais, os textos clássicos. Se para algumas pessoas é puro “pedantismo” ou “pseudo-intelectualismo”, a preservação e amor aos livros consagrados da literatura mundial só devem ser reitarado com tal resultado.

Por Gustavo Magnani,

Ler é bom. Ler clássicos é ainda melhor.

Postado de: http://literatortura.com/