sábado, 25 de agosto de 2012

ESBOÇO DAS CORRENTES MILENISTAS - 1

A partir deste estudo, estaremos postando um esboço das três correntes milenistas. Começaremos pela corrente pré-milenista.


O PRÉ-MILENISMO
 3.1 A APLICAÇÃO E SIGNIFICAÇÃO DO TERMO.
O pré-milenismo divide-se em dois pontos: Histórico e dispensacionalista.
O pré-milenismo crê que a volta de Cristo será precedida de certos sinais, tais como: pregação do evangelho a todas as nações, uma grande apostasia, guerra, fome, terremotos e o aparecimento do anti-cristo e uma grande tribulação. Sua volta será seguida de um período de paz e justiça antes do fim do mundo. Cristo reinará como rei pessoalmente ou através de um grupo seleto de seguidores.
O pré-milenismo tem um sistema interessante, que o reino de terrestre de Cristo que é estabelecido pela sua segunda vinda. Em comum com o pós-milenismo, o pré assevera que haverá um período em que a vontade de Deus é feita na terra, período este em que o reino de Cristo é uma realidade entre os homens. Este reino significa que haverá perfeita paz, retidão e justiça entre os homens. Alguns pré-milenistas consideram que o período é literalmente de mil anos, outros seriam menos literal, considerando-o apenas como um período extenso de tempo.
Além disso, este milênio terrestre não chegará a ser uma realidade de um processo paulatino de crescimento ou desenvolvimento progressivo.
 3.2 PRÉ-MILENISMO HISTÓRICO
3.2.1 Doutrina:
Sua doutrina afirma que após a segunda vinda de Cristo, ele reinará por mil anos sobre a terra antes da consumação final do propósito redentivo de Deus, nos novos céus e nova terra na era vindoura.
O pré-milenista adota uma hermenêutica relativamente literalista na interpretação da escritura.
O conceito de futuro sustenta que necessariamente o livro de Apocalipse tinha uma mensagem para a própria era de João e que representa a consumação da história da redenção.
 3.2.2 Aspecto Positivo:
O lado positivo é que tem relevado seriedade das críticas do que muitos representantes competitivos.
Sem dúvidas, às vezes tem levado isto a pontos extremos, demonstrando um interesse excessivo nas coisas futuras e dando-se a especulações indevidas acerca de por menores que nunca podemos resolver com os dados atualmente disponíveis.
 3.2.3 Aspecto Negativo:
O lado negativo implica com problemas vinculado com o esquema pré-milenista e estes devem ser examinados com cuidado, também uma das objeções é a raridade das referências bíblicas ao milênio.
É explicitamente referido somente em Apocalipse 20, certamente se esta doutrina fosse tão importante quando alegam o pré-milenista, deveria ser mencionado mais do que só uma vez na totalidade na escritura.
Jesus tinha muito a dizer acerca dos últimos tempos. Porém nunca afirmou ou predisse um reino terrestre de mil anos.
 3.3 PRÉ-MILÊNISMO DISPENSACIONALISTA.
O sistema dispensacionalista é um estudo aprofundado que relaciona entre a vida de Cristo e a tribulação, ou seja, é muito mais que o ponto de vista.
O movimento dispensacionalista é de origem mais ou menos recente. Nenhum sinal desta teologia pode ser achado na história primitiva da igreja. Os defensores do dispensacionalista geralmente reconhecem que não era um sistema completamente desenvolvido até o século XX.
O pré-milenista dispensacionalista segue quase exclusivamente o método futurista de interpretação, fazendo uso da hermenêutica em sua literalidade.
 3.3.1 Doutrina Dispensacionalista:
Sua doutrina é baseada na literalidade da Bíblia. Para evitar corretamente este fato é necessário reconhecer que o dispensacionalismo surgiu quando a alta crítica estava em desenvolvimento.
Outra é uma distinção nítida e específica entre Israel e a igreja. Esta distinção é considerada básica para qualquer
compreensão correta da escritura. Alem disso o Israel natural e a igreja também são contrastados no novo testamento.
Tudo isso justifica um principio de interpretação que traz o sentido da bíblia para dentro do que o povo de Deus, “ de fio a pavio”, poderia alcançar. Este principio, colocado de maneira clara, é o de tomar as escrituras no seu sentido normal e literal, entendendo que isto á toda bíblia.
 3.3.2 Aspecto Positivo:
O primeiro ponto forte o benefício do sistema dispensacionalista é que realmente é um sistema. E em segundo lugar o dispensacionalismo tem procurado levar a sério a idéia de revelação progressiva e com isso vem desenvolvendo um aspecto genuíno a bíblia.
 3.3.3 Aspecto Negativo:
O dispensacionalista tem seus problemas também, principalmente ao que se diz respeito a Israel e a igreja, onde há uma implicação extremamente relacionada a ambos.
E ele é inconsistente quando abandona sua interpretação extremamente literal da profecia em troca de uma interpretação virtualmente alegórica da narrativa histórica, especialmente onde não há justificativa para isto, ou no contexto imediato de uma passagem específica, ou noutro trecho da escritura.
Há um outro fator que a afirmativa de que o  novo testamento interpreta o velho, afirmação tal que compromete sua hermenêutica a exemplo de Mateus 2:15 onde interpreta Oséias  11:1. Com isso a interpretação do velho testamento fica totalmente comprometida.

Próximo post será sobre o Pós-Milenismo. Até lá.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

QUEM É O HOMEM? Parte 2


O QUE A BÍBLIA NOS ENSINA SOBRE A NATUREZA HUMANA

TEXTOS BÁSICOS:
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gn 1. 26, 27).
Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. (Gn 3.7,8). Também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho. (Rm 8:29)
INTRODUÇÃO:
  No estudo passado vimos que o homem é uma pessoa criada. Logo, sua existência depende de Deus e, a despeito disto, é um ser responsável por todos os seus atos.
  O segundo aspecto bíblico sobre quem é o homem é revelado na expressão “à imagem e semelhança de Deus”.
  Uma pergunta: o que podemos saber sobre a imagem e semelhança de Deus já que o homem foi criado por Ele, Deus?
O ensino do Antigo Testamento (1)
Somente três passagens versam sobre a imagem de Deus no AT: Gn 1. 26- 28; 5. 1-3 e 9. 6.

1º) Gn 1. 26- 28:
Ø O homem foi criado por Deus que vive numa pluralidade (Trindade);
Ø O termo homem é colocado em distinção a todas as demais criaturas anteriormente criadas, as quais foram criadas segundo a sua espécie;
Ø Imagem, semelhança são palavras indistintas. Formas diferentes de expressar a mesma ideia.
O ensino do Antigo Testamento (2)

Em que consiste esta imagem?
Ø O homem é semelhante a Deus em alguns aspectos. Entretanto, não são estes: a posição ereta ou forma, o intelecto ou a imortalidade.
Ø O homem assemelha-se ao Criador: no domínio sobre os animais; na vida em comunidade; na responsabilidade. Esta imagem é no sentido moral, comumente chamado justiça original (Ec 7:29).
Ø O homem quando foi criado não era corrupto, depravado ou pecaminoso, seu estado era de integridade, inocência e santidade.
O ensino do Antigo Testamento (3)
2º)Gn 5. 1- 3:
Ø O grande diferencial nesta passagem é que o filho de Adão, Sete, foi feito à sua imagem e não segundo a imagem de Deus, posto que a imagem de Deus em Adão fora desfigurada pelo pecado. Contudo, Adão ainda guardava a imagem de Deus, mas não no estado original.
3º) Gn 9.6:
Ø Neste texto ratifica-se a idéia anterior (Gn 5. 3) de que o homem caído ainda é portador da imagem de Deus.
q Conclui-se que: o ser humano é ser segundo a imagem de Deus, mesmo depois da queda.
O ensino do Novo Testamento (1)
Ø O entendimento do AT sobre a imagem de Deus no homem é observado também no NT.
Ø Tiago 3. 9: Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.
Ø Atente que qualquer homem (ser humano caído) que é amaldiçoado é uma ofensa direta ao Senhor, por ser aquele segundo a sua semelhança, mesmo após a queda.
O ensino do Novo Testamento (2)

Cristo como imagem de Deus
Ø 2 Coríntios 4.4: “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. Colossenses 1.15: “Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”.
O ensino do Novo Testamento (3)
Ø João 14.8-9: “Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”
Ø Hebreus 1.3: “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser”.
O ensino do Novo Testamento (4)

CONCLUSÕES:
Ø  No NT testamento a imagem precisa de Deus é o Cristo encarnado. Logo, não devo olhar para qualquer outra parte da criação para ver a perfeita imagem de Deus, mas para Cristo Jesus.
Ø  O homem em pecado, caído, que desejar ter a imagem Deus, precisa ser restaurado, nascer de novo, assemelhando-se a Cristo diuturnamente, santificação. Ver: Rm 8. 29; 2 Co 3. 18; Cl 3. 9, 10 e Ef 4. 21- 24.
Síntese:
  1. O homem foi criado à imagem de Deus.
  2. O homem caído, corrompido pelo pecado, ainda preserva a imagem de Deus de maneira distorcida.
  3. O homem caído pode ser redimido, renovado segundo à imagem daquele que o criou, Deus.
            Aplicações:
Ø  Devemos olhar para o próximo como imagem e semelhança de Deus, O Criador, e tratar as pessoas a partir desta dignidade peculiar.
Ø  Devemos considerar que, a despeito da imagem, as pessoas estão caídas, mortas nos seus delitos e pecados, portanto, por si mesmas, nunca conseguirão refletir a imagem de Deus perdida por ocasião da queda.
Ø  Como crentes devemos sempre procurar assemelhar-nos a Cristo imagem perfeita de Deus.
Resumos de Aulas:
Quem é o homem?
2ª resposta: Uma pessoa criada à imagem e semelhança de Deus.

*Estudo para EBD organizado pelo Rev. José Alex Barreto;
Estudado, com algumas adaptações para slides pelo Rev. José Francisco na Igreja Presbiteriana de Ipanguaçu-Rn.

1ª CulturArtes na Igreja Presbiteriana de Ipanguaçu-Rn



Venha apresentar seu talento nesse evento cultural. Sua presença será de muita importância para nós.Vai ser uma bênção.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O BATISMO INFANTIL É BÍBLICO?



 
Sempre ouvi, “O Batismo Infantil é católico e é errado, e os evangélicos devem batizar somente os que crêem, pois batizar crianças é errado é não tem base bíblica”. Ou, “Os evangélicos que batizam crianças são iguais aos católicos, logo estão errados”.
Sempre me intrigou em ver grandes teólogos que muitos dos evangélicos gostam de ler e estudar, os admiram muito, mas são homens que aceitam o Pedobatismo (batismo infantil), posso citar alguns deles aqui: João Calvino, Jonathan Edwards, Charles Hodge, Louis Berkhof, Antony Hoekema, Willian Hendriksen, Leon Morris, R.C. Sproul, John Stott, Augustus Nicodemus, Heber Campos, Hernandes Dias Lopes e tantos outros.

Creio que o Batismo infantil é muito questionado no meio evangélico, devido a desvios do seu real significado e um mau entendimento do que ele significa.
     Por isso, eu gostara que juntos nós víssemos uma visão bíblica e reformada do Batismo Infantil.

            Para entendermos o batismo infantil, e importante termos bem em mente o que é a Igreja e sua relação com Israel.
 A Igreja do Novo Testamento é chamada de Israel de Deus pelo apostolo Paulo (Gl 6.16), já que para ele agora tanto os cristãos judeus como os cristãos gentios foram unidos na mesma Igreja, e juntos eles foram feitos um (Ef 2.11-19).
naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo”. (Ef 2.11,12)

Depois ele diz que foram unidos na mesma Igreja e feitos um pela sangue de Cristo.
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus,” Efésios 2.13-19

O apostolo Pedro escrevendo também a gentios usa uma linguagem em que era usada para Israel no Antigo Testamento e a Igreja nestes versículos é chamada de:

Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” I Pe 2.9

Assim como no Antigo Testamento
Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel”. Ex 19.5,6

Pedro ainda diz que nós não éramos povo de Deus, mas agora somos:
Vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia”. I Pe 2.10

            A confissão de fé de Westminster define Igreja como:

“A Igreja católica ou universal, que é invisível, consta do numero total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, sua cabeça: ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas[1]
           
Por esta definição entendemos que a Igreja é composta de todos os salvos. Paulo em Efésios 5.25 afirma “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela”. Aqui o termo Igreja é usado para referir-se a todos aqueles pelos quais Cristo morreu, todos os salvos do Antigo e Novo Testamento, Igreja que Cristo comprou com o seu sangue (At 20.28).
Já que entendemos que todos os cerimoniais do Antigo Testamento apontavam para Cristo (Cl 2.16,17; Hb 10.1-10), e que não foram estes cerimoniais que salvaram os crentes do Antigo Testamento, mas a morte de Cristo e como ele morreu pela sua Igreja e derramou o seu sangue para comprá-la, e isto também inclui os crentes do Antigo Testamento.
            O próprio Senhor Jesus disse que edificaria sua Igreja em (Mt 16.18), porém mais a frente ele a reconhece como uma instituição já existente (Mt 18.17).
Entendemos com isto que a Igreja é o Israel de Deus e não uma nova constituição, para maiores informações leiam http://theologiaevida.blogspot.com/2011/05/por-que-deixei-o-dispensacionalismo.html
           
O que é o batismo infantil?

            Entendemos pela Palavra que Deus fez um pacto com Abrão (Gn 12.1-3) e o Senhor diz que em Abraão seriam abençoadas todas as famílias da terra:
Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra”.

Já no capítulo 17 o Senhor Deus chama a Abraão  dizendo que Ele seria o Deus da sua descendência “  (Gn 17.7)
Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência”.

E Deus sela este pacto com a circuncisão (Gn 17.9-14).
            Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança

Este sinal veio a existir depois da fé de Abraão, pois ele era o selo de sua fé em Deus.
Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça”. (Gn 15.6)
E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso; para vir a ser o pai de todos os que crêem, embora não circuncidados, a fim de que lhes fosse imputada a justiça, e pai da circuncisão, isto é, daqueles que não são apenas circuncisos, mas também andam nas pisadas da fé que teve Abraão, nosso pai, antes de ser circuncidado.” (Rm 4.11,12)

Vemos claramente que o filho de Abraão Isaque veio a ser circuncidado após o nascimento, mesmo antes que tivesse fé (Gn 21.4), e todo israelita homem era circuncidado ao oitavo dia após o nascimento. Mas o principal para Deus era a circuncisão do coração.
O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas”. (Dt 30.6)
Circuncidai-vos para o SENHOR, circuncidai o vosso coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo e arda, e não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras”. (Jr 4.4)

Também vemos que quando algum homem se convertia a religião israelita (chamado de prosélito) depois de velho, ele recebia a circuncisão e deviria cumprir a Lei como um israelita, logo ele também circuncidaria seus filhos homens ao oitavo dia como um judeu.
Porém, se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a Páscoa do SENHOR, seja-lhe circuncidado todo macho; e, então, se chegará, e a observará, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela. A mesma lei haja para o natural e para o forasteiro que peregrinar entre vós”. (Ex 12.48,49)

Da mesma forma no Novo Testamento o Batismo é o sinal da Nova Aliança (Cl 2.11,12).
Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos”.

Assim como no Antigo Testamento o Senhor fez uma aliança incluindo a família (Gn 17.7), “Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência.

Da mesma forma Ele as inclui no Novo Testamento (At 2.38,39; 16.14,15; 16.33; I Co 1.16; 7.14). É por isso que vemos famílias inteiras sendo batizadas no Novo Testamento.
E ao contrario do que dizem que o Novo Testamento não ordena o batismo infantil, da mesma forma ele não condena, mas mostra famílias inteiras sendo batizadas.

UMA PERGUNTA A SER FEITA PARA AQUELES QUE REJEITAM O BATISMO INFANTIL É, ONDE BIBLICAMENTE DEUS ABOLIU O SINAL DA ALIANÇA NOS INFANTES?

Deus inclui as crianças no pacto com seu povo, os filhos dos judeus eram chamados de “semente santa” (Es 9.2; Is 6.13) e os filhos dos crentes gozam do status de filhos da aliança e também são chamados de santos (I Co 7.14), portanto devem ser batizados do mesmo modo que os filhos meninos dos judeus eram anteriormente circuncidados.

Calvino falando sobre o pedobatimos diz:
“O pacto é comum; comum é a razão de confirmá-lo. Só o modo de confirmar é diverso, porque àqueles era a circuncisão, a qual foi substituída pelo batismo[2]”.
R.C.Sprou diz:
“Embora o batismo e a circuncisão não seja idênticos, têm pontos  cruciais em comum. Ambos são sinais de aliança e ambos são sinais de fé[3]”.

            Uma coisa a se deixar muito clara aqui é que ser batizado na infância não significa salvação da criança, pois para a salvação é necessário a fé (Jo 3.16; Rm 5.1), mas sim uma consagração formal e pública dos filhos dos crentes a Deus. Uma expressão da fé dos pais na promessa do pacto de Deus.
           
Os pais da Igreja também adotavam o batismo infantil.

·         Irineu ( do 1 século) - Escreveu sobre o batismo infantil dizendo que Cristo mandou a igreja batizar todos os que foram alvos do evangelho, e assim, as criancinhas deveriam ser batizadas, ele declara isso em seu livro “Contra as Heresias, Livro III, Capítulo 9”.
·         Justino Mártir, que chegou a ver o apóstolo S. João, escreve : “Cristãos de ambos os sexos, alguns de 60, outros de 70 anos de idade se tornaram discípulos pelo Batismo desde a infância”.  Justino: apologia, vol.1.
·         Origenes que viveu 85 anos depois da morte do apostolo João escreveu (185-254 A.D.), "de acordo com o costume da Igreja, o batismo é conferido às crianças" [Homilia a Leviticus 8:3:11, (244 d.C.}]A igreja recebeu uma ordem dos apóstolos para dar o batismo também as crianças” (Comentário deRomanos).
·         Hippolito (215 A.D), “batize-se primeiro as crianças, e se elas podem falar, deixe-as falar. Se não, que seus pais ou outros parentes falem por elas" (Tradição Apostólica 21,16).

O Batismo infantil é uma prática Bíblica e histórica da Igreja e precisamos resgatá-la em nosso meio.

Para terminar, gostaria de colocar o que R.C.Sproul diz:
“A nova aliança é mais inclusiva do que a Antiga Aliança. Aqueles que contestam a validade do batismo de crianças estão tornando a Nova Aliança menos inclusiva com relação às crianças, a despeito da ausência de qualquer proibição bíblica contra o batismo de crianças[4]”.

Até o próximo post
Davi Helon de Andrade 


[1] Confissão de fé de Westminster. Cap. XXV.
[2] CALVINO, João. As institutas. Vl 4. Pg. 315.
[3] SPROUL. R.C. Verdades Essenciais da Fé Cristã: doutrinas básicas em linguagem simples e prática. São Paulo: Cultura Cristã, 1999. 3vls. Pg. 18.
[4]Ibid., p. 18.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Igreja não é para divertir e sim para adorar a Deus


SERMÃO EM ATOS 14.8-18.


Narração: O livro de Atos foi escrito por volta de 61 e 63 da era cristã. Quando Lucas escreve este livro tem a intenção tanto de confirmar Teófilo na fé como de apresentar cuidadosamente o desenvolvimento da Igreja primitiva e da atuação do Espírito Santo de Deus na vida dos apóstolos. Lucas neste livro, não tem necessariamente a preocupação de apresentar ensinos de cunho doutrinário, no entanto, podemos extrair dele preciosos ensinos práticos para a nossa vida. Esse livro é verdadeiramente um clássico da literatura antiga. Nele o médico Lucas narra de forma vívida e impressionante não somente a história da Igreja, mas, também a maneira como Paulo pôde demonstrar o seu caráter verdadeiramente cristão, mesmo quando as circunstâncias adversas o acometeram.
Após Paulo ter saído de Antioquia da Psídia devido a uma perseguição que se levantou contra ele e Barnabé foi até Icônio e pregaram o evangelho na sinagoga judaica aonde grande multidão veio a crer, Paulo demorou-se ali falando ousadamente no Senhor, derrepente surgiu um tumulto entre judeus, gentios e autoridades com o propósito de apredeja-los. Então Paulo e Barnabé fugiram para Listra. Chegando a Listra Paulo se deparou com um homem que jamais pudera andar e realiza um milagre curando-o daquela enfermidade. Então as multidões viram o que Paulo fizera, e começaram a adorá-lo com a intenção de sacrificar juntamente com a multidão. Então Paulo clamando no meio da multidão os repreende mostrando quem ele era.

Tema: CHAMADOS A TESTEMUNHAR SOBRE O DEUS VIVO?
Introdução: A convocação de uma testemunha perante um tribunal para falar o que sabe. Quando falamos em testemunhar, nos vem à mente um tribunal.
Proposição: A VERDADEIRA TESTEMUNHA FALA SOMENTE AQUILO QUE SABE.
Oração Interrogativa: Como podemos ser uma testemunha do Deus vivo?
Oração de transição: A luz do texto lido de que maneira nós podemos ser uma testemunha do Deus vivo.
1ª-) RECONHECENDO SUAS LIMITAÇÕES HUMANAS (v. 15a)
 Paulo aqui questiona o comportamento daqueles homens em achar que eles eram deuses gregos e por isso procura impedi-los de sacrificar e os reverenciar, pois eles eram homens, criaturas e não deveriam adorá-los, pois com isto estariam pecando contra Deus.
Paulo também reconhece aqui a suas limitações e impotências humanas e que também assim como aqueles homens ele era passivo dos mesmos sentimento e fraquezas humanas.
E que é totalmente dependente de Deus.

2ª-) RECONHECENDO PARA QUE FOI CHAMADO. (vv. 15.b e 16)
Paulo sabia o porquê estava naquele lugar e o que deveria fazer.
Paulo também sabia qual era a função do evangelho que ele pregava e seu poder em mudar o rumo da vida daqueles homens que serviam aos deuses gregos Zeus e Hermes.  Ler Romanos 1.24 e comentar sobre a idolatria dos homens – deixar os ídolos (1Ts 1.8,9; Gl 4.9) Nós não podemos voltar aos rudimentos fracos e padrões deste mundo.

3ª-) RECONHECENDO OS FEITOS DE DEUS. (vv. 15, 16, 17).
Paulo aqui declara que o Deus que ele servia é o Senhor da Criação (v.16).
E que o seu poder criador e providencial se estende a todo lugar e a toda sua criação.
O conteúdo desse sermão de Paulo é semelhante ao seu posterior sermão em Atenas Ler: (17.22-31).
Ambos os sermões de Paulo foram endereçados às multidões pagãs.
Podemos ver aqui também a Bondade de Deus em Preservar a sua criação dando-lhe chuvas dos céus e estações frutíferas, ou seja, recursos dispensados no seu tempo certo de acordo com o estabelecido na sua obra criadora.

APLICAÇÃO: É que em todo o tempo o homem sempre vai ser homens limitados, dependentes de Deus para tudo e Deus sempre vai ser Deus, o Criador Soberano Sustentador, Mantenedor, Preservador, Governador de todas as coisas que estão criadas.

CONCLUSÃO: Como testemunhas do Senhor precisamos reconhecer o nosso chamado divino em detrimento da nossa limitação humana. Porém, precisamos, também, reconhecer os feitos de Deus em nossas vidas, que são realizáveis pela sua soberania e bondade na natureza, estendendo-se a todas as criaturas.
Assim como todas as coisas que estão criadas, as estações do ano constituem-se em mais uma das indicações da maravilhosa criação de Deus. Ler Gênesis 1.14: “Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos”, e Gênesis 8.22.

Sermão pregado pelo Rev. José Francisco na congregação do povoado e na Igreja Presbiteriana de Ipanguaçu-Rn nos dias 18 e 19 de Agosto de 2012.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

REFLEXÃO: O AVÔ E O NETO


Um frágil e velho homem foi viver com o filho, a nora e o neto de quatro anos. As mãos do homem tremiam a vista embaralhada e o seu passo, hesitante. A família comia à mesa, mas, para o avô ancião, aquele era um ato que se tornara bastante difícil: derramava o leite na toalha, os alimentos caíam da mesa para o chão... A bagunça que se formava foi irritando fortemente o filho e a nora. “Nós temos que fazer algo sobre o meu pai”, disse certo dia o filho. “Já tivemos bastante do seu leite derramado, ouvindo-o comer ruidosamente, e muito da sua comida no chão”. Assim, o marido e a esposa prepararam uma mesa pequena no canto da sala. Lá o avô comia sozinho, enquanto o resto da família desfrutava o jantar. Desde que o avô quebrara dois pratos, a comida dele vinha servida em uma tigela de madeira. Quando a família olhava de relance na direção dele, às vezes, percebia uma lágrima em seu olhar, por estar só. Ainda assim, as únicas palavras que o casal tinha para ele eram de advertências acentuadas quando ele derrubava um arfo ou derramava comida. O neto de quatro anos assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai notou que seu filho estava brincando no chão com sucatas de madeira. Ele perguntou docemente para a criança: “O que você está fazendo?”. Da mesma maneira dócil, o menino respondeu: “Oh, estou fabricando uma pequena tigela para você e mamãe comerem sua comida quando eu crescer”. E voltou a trabalhar. As palavras do menino golpearam os pais, que ficaram mudos. Então, lágrimas começaram a fluir nos rostos deles. Apesar de nenhuma palavra ter sido falada, ambos souberam o que devia ser feito. Aquela noite o rapaz pegou a mão do pai e, com suavidade, o conduziu à mesa familiar. Para o resto de seus dias de vida, ele comeu sempre com a família. Por alguma razão, nem o marido nem a esposa pareciam se preocupar mais quando um garfo era derrubado, ou o leite era derramado, ou a toalha ficava suja. As crianças são relativamente perceptivas. Os olhos delas sempre observam, os ouvidos sempre escutam e a mente processa as mensagens que elas observam. Se elas nos veem pacientemente providenciar uma atmosfera feliz em nossa casa, para nossos familiares, elas imitarão essa atitude para o resto da vida. O pai sábio percebe diariamente que alicerce está sendo construído para o futuro da criança. Sejamos sábios construtores do bem em nossas funções.

Você já pensou que um dia ficará velho? Está se preparando para isso?
O Mandamento nos ordena amar os nossos pais, assim como eles são, independentemente de suas virtudes e qualidades.

Do livro: ABRINDO CAMINHOS
Parábolas e reflexões – Paulinas
Digitado por: Rev. Zé Francisco.