quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Doutrina da Incapacidade
OS SERES HUMANOS DECAÍDOS SÃO TANTO LIVRES COMO ESCRAVIZADOS
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”Jeremias 17.9
Uma idéia clara a respeito da condição degradada do homem requer uma distinção entre o que nos dois últimos séculos tem sido chamado livre agência e o que desde o começo do Cristianismo tem sido chamado livre arbítrio. Agostinho, Lutero, Calvino e outros falaram do livre arbítrio em dois sentidos, o primeiro trivial, o segundo importante; mas isso é confuso, sendo melhor sempre usar livre agência para o seu primeiro sentido.
A livre agência é uma marca dos seres humanos como tais. Todos os seres humanos são agentes livres no sentido de que tomam suas próprias decisões a respeito do que fazer, escolhendo o que lhes agrada à luz de seu discernimento do que é certo e errado e das inclinações que sentem. Assim foi Adão, antes e depois de suas escolhas voluntárias. Assim foi Adão, antes e depois de pecar; assim somos nós agora, e assim são os santos glorificados que estão confirmados na graça em tal sentido que eles não mais tem em si esta inclinação para cometer pecado. A incapacidade para pecar será um dos deleites e glórias do céu, mas não extinguirá a humanidade de ninguém; os santos glorificados farão ainda escolhas de acordo com sua natureza, e essas escolhas não serão de forma alguma o produto da livre agência humana, exatamente porque elas serão sempre boas e retas.
O livre arbítrio, porém, tem sido definido por eruditos cristãos, a partir do segundo século, como a capacidade de escolher todas as opções morais que uma situação oferece, e Agostinho afirmou contra Pelágio e a maioria dos Pais gregos que o pecado original nos tirou o livre arbítrio neste sentido. Não temos capacidade natural de discernir e escolher os caminhos de Deus, porque não temos inclinação natural em direção a Deus; nossos corações são cativos do pecado, e somente a graça da regeneração pode libertar-nos desta escravidão. Isto, em substância, foi o que Paulo ensinou em Romanos 6.16-23; somente a vontade libertada (Paulo fala em homens libertados) livre e fervorosamente escolhe a retidão. Um amor permanente pela retidão - isto é, uma inclinação do coração pelo modo de vida que agrada a Deus - é um aspecto da liberdade que Cristo nos dá (Jô 8.34-36; Gl 5.1,13).
Vale a pena notar que vontade é uma abstração. Minha vontade não é parte de mim no sentido de que eu decida mover-me ou ficar parado, tal como minhas mãos ou meus pés; é precisamente a escolha de agir e, em seguida, de entrar em ação. A verdade sobre a livre agência, e sobre Cristo libertando o escravo do pecado do domínio do pecado, pode ser mais claramente expresso se a palavra vontade for eliminada e cada pessoa diga: Eu sou agente livre moralmente responsável; eu sou escravo do pecado que Cristo deve libertar; eu sou o ser degradado que tenho unicamente em mim a escolha contra Deus até que Ele renove meu coração.

Autor: J. I. Packer
Fonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista.
Um mundo só para você!
Alexandre Uhlig
Se todas as pessoas do mundo tivessem o meu estilo de vida, precisaríamos dos recursos naturais de 1,4 planetas Terra. Só temos um! Você já parou para pensar no seu estilo de vida e quão sustentável ele é? Existe um conceito chamado “pegada ecológica”, desenvolvido pela ONG internacional WWF, que mede como utilizamos os recursos naturais (água, terra e ar) e os impactos que provocamos sobre eles. O método avalia como você se alimenta, se locomove, como é a sua casa e quais equipamentos você usa, e gera um número que corresponde à quantidade de planetas que precisaríamos se todas as pessoas do mundo tivessem o mesmo estilo de vida que você. Ficou curioso? Você pode calcular a sua pegada ecológica no site http://www.pegadaecologica.org.br/. Se você calculou o tamanho da sua pegada ecológica deve estar se perguntando: Por que o planeta ainda não entrou em colapso se eu preciso de uma quantidade maior de recursos naturais do que ele pode prover? Por dois motivos: primeiro, porque muita gente, principalmente na África e na Ásia e nas regiões mais pobres do Brasil, utiliza poucos recursos naturais para viver, levam uma vida simples, sem conforto. Segundo, porque o Brasil é um país abençoado e possui, atualmente, mais que o dobro dos recursos naturais de que nós, brasileiros, precisamos. Isto aumenta nossa responsabilidade como cidadãos e como cristãos. Precisamos cuidar bem destes recursos; caso contrário, teremos sérios problemas de abastecimento de alimentos, de água e de energia no futuro. Este é o princípio da sustentabilidade, a capacidade de utilizarmos os recursos naturais, presente de Deus, sem comprometê-los por um período de tempo muito longo. A vontade de Deus para as nossas vidas é que cumpramos os seus mandamentos e guardemos as suas ordenanças (Dt 26.16). Dentro destas ordenanças está o cuidado e o cultivo do jardim do Éden, lugar reservado para o homem viver (Gn 2.15). Deus nos recomendou uma vida simples e nos prometeu que teríamos tudo de que precisássemos (1Tm 6.6-8). Alertou-nos que a riqueza (traduzida por nosso estilo de vida) “leva o homem à destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1Tm 6.9-10). Considerando a vontade de Deus para as nossas vidas, precisamos nos arrepender, rever nosso estilo de vida e simplificá-lo (2Cr 7.14). Será que precisamos de tudo o que temos? Ou de tudo o que queremos? Será que não nos preocupamos demasiadamente em acumular? E ainda por cima no lugar errado? (Mt 6.19-20). O que podemos fazer para simplificar a nossa vida? Coisas simples e que não custam nada: 1) guarde o essencial, doe o supérfluo; 2) compre somente o necessário; 3) caminhe. Estas são pequenas sugestões que farão diferença em nossas vidas, em nosso país e em nosso planeta. Utilize-as para iniciar uma conversa sobre o amor de Deus, que salva as nossas vidas (Jo 3.16) e o cuidado dele com a criação (1Jo 3.1).

“Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança” (Mt 5.5).
Site cristão com sugestões de como simplificar a sua vida na igreja, no trabalho, no lazer, nas compras etc. Planeta Sustentável — planetasustentavel.abril.uol.com.br/home/.
• Alexandre Uhlig é presbítero da Igreja Presbiteriana Independente do Ipiranga, em São Paulo. É físico e doutor em energia pela Universidade de São Paulo.