Objetivo da lição: Reconhecer a necessidade do arrependimento para a confissão de fé
Texto Básico: “E que vos parece? Um
homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje
trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao
segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois,
arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo.
Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos
precedem no reino de Deus. Porque João veio a vós outros no caminho da justiça,
e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós,
porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele”. (Mt 21.28-32).
INTRODUÇÃO: A doutrina do arrependimento é um ensino
ausente em muitas Igrejas nos nossos dias.
Temos ouvido
sermões superficiais que diluem a ideia do pecado, oferecendo muito e exigindo
pouco demais.
Temos visto
"conversões" que não evidenciam na prática o fruto do arrependimento,
ou seja, uma transformação, mudança radical de vida (2 Co 5.17; Mt 12.33).
A palavra grega para
arrependimento é metanoia, que é derivada de meta - "depois", e neo
- "compreender", literalmente significa "Reflexão
posterior", ou "mudança de mente".
Todavia o seu
sentido bíblico vai além, significando uma mudança de rumo, mudança de direção,
de atitude. Este é o significado da palavra.
Em Mateus
21.28-31, o Senhor Jesus nos dá lições claras sobre o arrependimento.
EXPOSIÇÃO
1. A LIÇÃO DO PRIMEIRO FILHO: CONFISSÃO
DE FÉ SEM ARREPENDIMENTO GERA UMA DEVOÇÃO MERAMENTE EXTERIOR.
Devoção
meramente exterior: O primeiro filho, na parábola, representa os
fariseus, e nos ensina que corremos o risco de vivermos um cristianismo só de
aparências, pois podemos estar dizendo que vamos fazer, mas nunca fazemos (Mt
23.5). Isto é bastante comum em nossos dias.
Muitos que frequentam os cultos, batizam,
tornaram-se membros, dão o dízimo e cumprem algumas normas da Igreja; não
obstante, vivem absorvidos pelo mundanismo.
Estes são como o primeiro filho da parábola que dizem que vão obedecer,
mas não obedecem. Por quê? Porque não houve arrependimento. Jesus disse: Por
que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? (Lc 6.46). Uma
religião de aparências, chamam a Jesus de "Senhor, Senhor", mas não
conseguem submeter à vontade de seu Senhor. Dizem, mas não fazem. Uma confissão
de fé sem um genuíno arrependimento só consegue gerar uma devoção meramente
exterior
(Mateus 7.21-23; 6.5,16-18; Mateus 23.3).
Jesus não se impressiona com palavras piedosas. Ele quer ver os frutos, as
evidências de nosso cristianismo em obras de obediência.
2. A LIÇÃO DO SEGUNDO FILHO:
CONFISSÃO DE FÉ ACOMPANHADA DE ARREPENDIMENTO GERA UMA VIDA DE OBEDIÊNCIA Á
VONTADE DE DEUS.
Observe que o
segundo filho, quando recebeu a ordem do pai disse: "Não quero".
Esta é por natureza a nossa resposta às ordens de Deus - não quero. No texto
lemos que este filho disse: "Não quero; depois, arrependido, foi” (v.30).
Como já vimos a palavra arrependimento significa um redirecionamento da vontade
humana, um desejo, uma decisão de repudiar a injustiça e buscar a retidão
(Confissão de Fé, Cap. XV).
A evidência
segura de uma vida cristã, não é como falamos, e sim como vivemos e o que
fazemos. Os frutos dignos do arrependimento (Lc 3.8) são uma vida de obediência
as ordens do Pai.
Em Lucas 19.8-9
temos uma boa ilustração de alguém realmente arrependido: "E,
levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade
dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo
quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também
este é filho de Abraão" (RC). Observe que Jesus só declarou Zaqueu como um
homem salvo, quando este deu provas de seu arrependimento. A decisão de
devolver o que havia roubado era a clara evidência de que seu coração fora de
fato transformado (2 Co 5.17).
O
segundo filho embora a princípio não quisesse fazer a vontade do pai, arrependido,
mudou de posição. Igualmente, precisamos desprezar nossos pecados,
confessá-los, abandoná-los, fazer as devidas reparações e tomar providências a
fim de que não os repitamos. Poderemos pecar (1 Jo 2.1) - iremos pecar, mas o
processo de santificação jamais poderá ser obstruído. (Fl 2.13; 1.6). O Pr.
John F. McArthur Jr. diz que o arrependimento engloba o homem como um todo:
2.1. Engloba o homem intelectualmente
(Mt 12.41; Lc 11.32)
O arrependimento
se inicia quando há reconhecimento do pecado. O homem desperta para a
seriedade que seu pecado tem para Deus. Há uma consciência de que as coisas
não são como deveriam, e que algo está errado. Este é o primeiro estágio do
arrependimento. É quando eu chego a compreender que algo está errado.
2.2. Engloba o homem emocionalmente (2 Co 7.10; Jó
42.6)
Uma
pessoa pode até entristecer sem estar arrependida, como foi o caso de Judas (Mt
27.3-5),ou do moço rico (Mt 19.16-22). Entretanto, o genuíno arrependimento
sempre vem acompanhado por tristeza (Sl 51.17).
2.3. Engloba o homem volitivamente (Lc 15.17-20)
A vontade do
homem é afetada. John F. McArthur Jr. afirmou que "Onde não há mudança
visível de conduta, não se pode confiar que haja ocorrido arrependimento".
Lembra-se do filho pródigo? Em Lc 15.17-20 somos informados que ele "caiu
em si", compreendeu que algo estava errado, mas não ficou só nisso, "Levantou-se
e foi'. Houve uma tomada de decisão. Não haverá arrependimento verdadeiro até
que tenhamos feito algo a respeito do pecado. Não basta saber que é errado, ou
ficar triste por ter pecado. O pecado precisa ser abandonado.
APLICAÇÃO
1.
Jesus veio para chamar pecadores ao arrependimento. Não importa a situação da
pessoa. Não importa o tamanho do pecado, se ela se arrepender, será perdoada.
Quem
deve contar essa. BOA NOVA? (Lc 5.32).
2.
O ensino de Jesus é que os que não reconhecem o seu pecado, e dele não se
arrependem, não podem ser alcançados pela Graça Salvadora. Todos precisam ouvir
isso?
3.
Qual o nosso compromisso para com os pecadores sem Cristo?
CONCLUSÃO
A nossa
Confissão de Fé, no Cap. XV, IV, diz o seguinte: "Como não há pecado tão
pequeno que não mereça a condenação, assim também não há pecado tão grande que
possa trazer a condenação sobre os que se arrependem verdadeiramente".
Até mesmo o pior dos pecados (se podemos dizer assim) não excluirá do céu um
pecador, se ele se arrepender. É isso que Jesus quer dizer quando fala que
"meretrizes e publicanos vos precedem no Reino de Deus" (Mt 21.31).
IGREJA
PRESBITERIANA DE IPANGUAÇU-RN
Estudo da Escola
Bíblica do dia, 24/03/2013
Pr. José
Francisco.