quinta-feira, 7 de maio de 2009

O MISTÉRIO CONTINUA – (parte 2)

O MILAGRE DA PATERNIDADE E DA MATERNIDADE

(Gene Edward Veith, Jr.)


O poder criador estabelecido em Gênesis – a capacidade de criar uma nova vida – se manifestam nos seres humanos que se ajuntam e o nascimento de uma criança é um verdadeiro milagre. Isso acontece com tanta freqüência que as pessoas tendem a esquecer que é algo surpreendente e é um milagre – exceto, geralmente, quando acontece com elas.
Quando um casal tem um filho, o milagre da natureza que acontece é palpável. Embora a mãe e o pai tenham concebido a criança – que possui o seu DNA – naturalmente, foi Deus quem fez a criança por meio deles. “Tu nos teceste no seio de minha mãe” (Sl 139.13). Deus, o doador da vida, na verdade está presente e trabalhando na concepção e na gravidez.
Quando as crianças nascem, estão num estado de total dependência. Elas precisam dos pais, pois não sabem comer, não sabem falar, não conseguem se locomover, etc. Assim como a criança depende do cuidado dos pais, nós dependemos do cuidado do nosso Pai, não somente quando somos jovens, mas, por toda á vida.
Os pais – como Deus – não só trazem o filho ao mundo, como também sustentam a vida de seu filho. Ou seja, é Deus agindo por meio dos pais. Além do mais, os pais são instrumentos usados por Deus para transmitir a fé para seus filhos. É tarefa dos pais ensinar “a criança no caminho em que deve andar” (Pv 22.6). A família funciona como uma mini-igreja em si própria, e os pais são os responsáveis pelo ensino da Palavra de Deus (Dt 4.9; 6.7).
A magnitude do papel dos pais, o poder notável que os pais e as mães têm para criar, alimentar e moldar seus filhos, tanto física como espiritualmente, está relacionada ao fato de que Deus é o verdadeiro Pai. Veja a oração que Jesus ensinou: “Pai nosso que estás nos céus”. Deus promete ser seu pai, diretamente, o “Pai dos órfãos” (Sl 68.5). O fato de Deus ter escolhido o homem, esse vaso de barro comum, desorientado e possível de erros para desempenhar a paternidade é mais um de seus milagres.
A indignação de um bebê, a insistência em ser o centro do universo e querer que os adultos façam tudo o que ele quer são para Santo Agostinho um sinal do pecado original, um ato infantil de rebelião cósmica que se prolonga até mesmo quando somos adultos. Há um Mandamento claro e obrigatório, um princípio moral igual ao de não matar ou não roubar para os filhos: “Honra teu pai e tua mãe” (Ex 20.12). Segundo Lutero, os filhos precisam “compreender que seu corpo e a vida que têm foram recebidos de seus pais e que foram alimentados e cuidados por seus eles, desde o trocar das fraldas”. Aqueles que olham para essa questão e pensam sobre isso irão espontaneamente prestar honra a seus pais e estimá-los.
Os pais merecem respeito, embora eles possam ser fracos, deficientes, impotentes e esquisitos (!), eles ainda continuam sendo pai e mãe concedidos por Deus. O relacionamento entre pais e filhos continua mesmo depois que eles crescem e se tornam adultos. Ainda são filhas e filhos. Enquanto os pais estiverem vivos, devem ser honrados. O Apóstolo Paulo adverte: “se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente (não cristão)” (1Tm 5.8). Rejeitar a família é equivalente a rejeitar a Deus, uma vez que ele está na família.
Numa família bem-estruturada, os pais amam os filhos e servem a eles. Os filhos amam e servem a seus pais. A mulher ama e serve a seu marido. E o marido ama e serve a sua mulher. Do mesmo modo, como os empregados e empregadores, os governantes e cidadãos, os pastores e membros amam e servem uns aos outros.
Reconhecer a autoridade tende a ser uma resposta ao amor e serviço que os filhos receberam. Os filhos obedecerão mais prontamente aos pais que eles sabem que o amam. Como diz Lutero sobre a tarefa de ser pai: “Todos agimos como se Deus tivesse nos dado filhos para nosso lazer e diversão, como se não tivéssemos nada a ver com o que eles aprendem ou modo como eles vivem”.
Os pais não são vocacionados para essa nobre função com o fim de negligenciar, mimar nem maltratar os seus filhos. O abuso de crianças, a crueldade mental, a negligência, a frieza de coração, as brigas domésticas, a incitação dos filhos à ira (Ef 6.4) – nada disso tem a ver com as intenções de Deus para a família.
Os pais são bênçãos para os filhos, os filhos são bênçãos para os pais, o marido é uma bênção para a mulher e a mulher uma bênção para o marido. Esse é o milagre de Deus para a família – apesar de nossa carne passível de erros e fracassos, Deus continua a derramar o seu amor por meio dos seres humanos que ele colocou em famílias. 

Que Deus abençoe as famílias!!!!