O natal é uma celebração cristã? Há motivos para não festejar
a data? Rev. Hernandes Dias Lopes faz uma reflexão sobre o assunto
É tempo de natal! As comemorações se iniciam muito antes da
data oficial da celebração. Igrejas cristãs em todo o mundo realizam atividades
alusivas ao nascimento de Jesus.
Neste período há também especulações sobre ser certo ou
errado o cristão festejar a data. A forte comercialização no período faz com
que o verdadeiro sentido do natal se perca. Será?
"O Natal é uma festa cristã e
não pagã. Há uma onda entre alguns cristãos, na atualidade, taxando aqueles que
comemoram o Natal de serem infiéis e heterodoxos, dizendo que essa comemoração
não é legítima nem cristã. Precisamos, a bem da verdade, pontuar algumas
coisas:
1. A distorção do Natal
Ao longo dos anos o Natal tem sido
desfigurado com algumas inovações estranhas às Escrituras. Vejamos: Primeiro, o
Papai-Noel. O bojudo velhinho Papai-Noel, garoto propaganda do comércio guloso,
tem sido o grande personagem do Natal secularizado, trazendo a ideia de que
Natal é comércio e consumismo. Natal, porém, não é presente do homem para o
homem, é presente de Deus para o homem. Natal não é a festa do consumismo; é a
festa da graça. Natal não é festa terrena; é festa celestial. Natal é a festa
da salvação. Segundo, os símbolos do Natal secularizado. Há muitos símbolos que
foram sendo agregados ao Natal, que nada tem a ver com ele, como o presépio, a
árvore natalina, as luzes, os trenós, a troca de presentes. Essa embalagem,
embora, tão atraente, esconde em vez de revelar o verdadeiro Natal. Encantar-se
com a embalagem e dispensar o conteúdo que ela pretende apresentar é um
lamentável equívoco. Terceiro, os banquetes gastronômicos e a troca de
presentes não expressam o sentido do Natal. Embora, nada haja de errado
celebrarmos com a família e amigos, degustando as iguarias deliciosas provindas
do próprio Deus e manifestarmos alegria e expressarmos amor na doação ou mesmo
troca de presentes, esse não é o cerne do Natal. Longe de lançar luz sobre o
seu sentido, cobre-o com um véu.
2. A proibição do Natal
Tão grave quando a distorção do Natal
é a proibição da celebração do Natal. Na igreja primitiva a festa do ágape,
realizada como prelúdio da santa ceia foi distorcida. A igreja não deixou de
celebrar a ceia por causa dessa distorção. Ao contrário, aboliu a distorção e
continuou com a ceia. Não podemos jogar a criança fora com a água da bacia. Não
podemos considerar o Natal, o nascimento do Salvador, celebrado com entusiasmo
tanto pelos anjos como pelos homens, uma festa pagã. Pagão são os acréscimos
feitos pelos homens, não o Natal de Jesus. Não celebramos os acréscimos,
celebramos Jesus! Não celebramos o Papai-Noel, celebramos o Filho de Deus. Não
celebramos a árvore enfeitada, celebramos o Verbo que se fez carne. Não
celebramos os banquetes gastronômicos, celebramos o banquete da graça. Não
celebramos a troca de presentes, celebramos Jesus, a dádiva suprema de Deus.
3. A celebração do Natal
O Natal de Jesus
Cristo foi celebrado com grande entusiasmo em Belém. O anjo de Deus apareceu
aos pastores e disse-lhes: “Não temais, eis que vos trago boa nova de grande
alegria, que será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o
Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). Natal é a boa nova do nascimento
de Jesus. É o cumprimento de um plano traçado na eternidade. É a consumação da
mensagem dos profetas. É a realização da expectativa do povo de Deus. Natal é a
encarnação do Verbo de Deus. É Deus vestindo pele humana. Natal é Deus se
fazendo homem e o eterno entrando no tempo. Natal é Jesus sendo apresentado
como o Salvador do mundo, o Messias prometido, o Senhor soberano do universo.
Quando essa mensagem foi proclamada, os céus se cobriram de anjos, que
cantaram: “Glórias a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens, a
quem ele quer bem” (Lc 2.14). O verdadeiro Natal traz glória a Deus no céu e
paz na terra entre os homens. Natal é boa nova de grande alegria para todo o
povo. O verdadeiro Natal foi celebrado com efusiva alegria no céu e na terra.
Portanto, prossigamos em celebrar o nascimento do nosso glorioso
Salvador!"
Rev. Hernandes Dias Lopes