O Conselho Federal de Psicologia puniu, na sexta-feira, 31 de julho, a psicóloga Rozângela Alves Justino, há 28 anos na profissão, com censura pública. A psicóloga entende que a homossexualidade pode ser curada.
Com a punição, mais branda do que a cassação do registro profissional, Rozângela poderá atuar como psicóloga, mas terá que rever sua prática para não infringir o Código de Ética da Psicologia e a resolução do Conselho, de 1999. A resolução afirma que a homossexualidade não constitui doença, distúrbio ou perversão.
Na interpretação do Conselho, Rozângela, que trabalha no Rio de Janeiro, demonstrou tratar a homossexualidade como uma doença ao oferecer terapia para que gays passassem a ser heterossexuais.
“Estou me sentindo amordaçada e impedida de ajudar as pessoas que, voluntariamente, desejam largar a atração por pessoas do mesmo sexo”, disse a psicóloga à imprensa. Ela anunciou que vai ignorar a decisão do Conselho.
O presidente do Conselho federal, Humberto Verona, argumentou que Rozêngela foi condenada com censura pública “para que toda a sociedade tenha conhecimento e ela não repita essa prática. Havendo insistência, ela vai arcar com todas as consequências”.
Os nove conselheiros votaram, por unanimidade, pela censura pública à psicóloga carioca. O advogado de Rozângela informou que vai recorrer da decisão do Conselho.
O bispo da diocese anglicana dissidente do Recife, Robinson Calvacanti, solidarizou-se com a psicóloga cristã, encorajou-a a prosseguir o seu trabalho profissional e protestou contra “essa ato de perseguição, heterofóbico do Conselho Federal de Psicologia.”