O poder do louvor está condicionado à sua fonte de inspiração. Por quê
cantamos? De onde vem nossa motivação e nossas palavras? A música é usada por
Deus, pelo homem e pelo Diabo. Estas são as três origens possíveis para as
expressões musicais e artísticas em geral.
Algumas músicas populares nos chamam a atenção por carregarem um sentido
espiritual maligno. São letras que falam de fatos e situações que nos fazem
lembrar o que a bíblia diz sobre Satanás. Parece que o autor é o próprio
inimigo. Entre estas estão aquelas que expressam desprezo, crítica e afronta ao
Senhor Jesus e à sua obra. Existem também cânticos em homenagem explícita aos
demônios. Algumas letras são elaboradas por eles mesmos através de seus
médiuns. São usadas em cultos satânicos para invocações e louvores aos
espíritos das trevas
Entretanto, a grande maioria das músicas que conhecemos são simples
expressões do sentimento e da inteligência humana. Têm seu valor artístico e
cultural, mas o Diabo poderá se aproveitar também destas, principalmente quando
houver danças sensuais e letras pecaminosas.
Existem, porém, músicas inspiradas pelo Espírito Santo. Os salmos
bíblicos são os melhores exemplos. Eles são, em sua maior parte, expressões
magníficas de louvor a Deus. Em outros casos apresentam confissões,
lamentações, súplicas, profissões de fé, etc., mas sempre inspirados,
motivados, pelo Espírito de Deus. Alguns salmos específicos parecem ter sido
ditados pelo Senhor. São proféticos. Alguns deles anunciavam a vida e obra do
Messias. É desse tipo de música que precisamos em nossas igrejas, e, graças a
Deus, ele no-las tem dado.
O verdadeiro louvor é aquele produzido mediante tal inspiração. Não se
trata de uma poesia composta pela alma. Não é mero resultado da inteligência e
do sentimento, mas obra do Espírito Santo. Ele nos envolve, capacita o nosso
espírito e usa nossa alma, inteligência e sentimentos apenas como instrumentos
e canais da sua mensagem. O homem participa com sua vontade, sinceridade e
gratidão, apresentando-se como um vaso limpo que possa conter a oferta do
Espírito para Deus. Ainda que use suas próprias palavras, a inspiração e o
poder serão do Espírito.
O verdadeiro louvor foi criado no céu e esta continua sendo a sua
origem. Assim como o governo humano só aceita como pagamento o dinheiro que ele
mesmo produz, Deus só aceita o louvor produzido pelo Espírito Santo. O que
passar disso é falso. Não haveremos de convencê-lo por meio de "palavras
persuasivas de sabedoria humana". Não será através de vocábulos eruditos
que vamos alegrar seu coração.
O fogo do altar que ardia no tabernáculo foi aceso por Deus. Os
sacerdotes ficaram então responsáveis por sua manutenção (Lv.9.24; 6.12-13).
Quando os filhos de Aarão, Nadabe e Abiú, levaram fogo de outra origem ao
santuário, foram mortos imediatamente (Lv.10.1-2). Hoje, pode ser que Deus não
esteja matando fisicamente os que se chegam a ele com palavras falsas, mas tais
pessoas já estão espiritualmente mortas.
O fogo é um dos símbolos do Espírito Santo. Precisamos mantê-lo aceso em
nossas vidas. Isto se dá através da oração e da santificação. Suas chamas farão
subir o incenso suave ao Senhor. Seu coração ficará satisfeito e ele nos
abençoará. Quando falta o fogo do Espírito, tentamos acender outro fogo,
motivando as emoções e o corpo físico. Dessa forma, podemos até realizar uma
festa carnal, mas não faremos um culto onde os anjos possam louvar juntamente
conosco.
"Não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos
do Espírito; falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais;
cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração." (Efésios 5.18-19).
Autor: Anísio Renato de Andrade – Bacharel em
Teologia.