segunda-feira, 20 de agosto de 2012

REFLEXÃO: O AVÔ E O NETO


Um frágil e velho homem foi viver com o filho, a nora e o neto de quatro anos. As mãos do homem tremiam a vista embaralhada e o seu passo, hesitante. A família comia à mesa, mas, para o avô ancião, aquele era um ato que se tornara bastante difícil: derramava o leite na toalha, os alimentos caíam da mesa para o chão... A bagunça que se formava foi irritando fortemente o filho e a nora. “Nós temos que fazer algo sobre o meu pai”, disse certo dia o filho. “Já tivemos bastante do seu leite derramado, ouvindo-o comer ruidosamente, e muito da sua comida no chão”. Assim, o marido e a esposa prepararam uma mesa pequena no canto da sala. Lá o avô comia sozinho, enquanto o resto da família desfrutava o jantar. Desde que o avô quebrara dois pratos, a comida dele vinha servida em uma tigela de madeira. Quando a família olhava de relance na direção dele, às vezes, percebia uma lágrima em seu olhar, por estar só. Ainda assim, as únicas palavras que o casal tinha para ele eram de advertências acentuadas quando ele derrubava um arfo ou derramava comida. O neto de quatro anos assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai notou que seu filho estava brincando no chão com sucatas de madeira. Ele perguntou docemente para a criança: “O que você está fazendo?”. Da mesma maneira dócil, o menino respondeu: “Oh, estou fabricando uma pequena tigela para você e mamãe comerem sua comida quando eu crescer”. E voltou a trabalhar. As palavras do menino golpearam os pais, que ficaram mudos. Então, lágrimas começaram a fluir nos rostos deles. Apesar de nenhuma palavra ter sido falada, ambos souberam o que devia ser feito. Aquela noite o rapaz pegou a mão do pai e, com suavidade, o conduziu à mesa familiar. Para o resto de seus dias de vida, ele comeu sempre com a família. Por alguma razão, nem o marido nem a esposa pareciam se preocupar mais quando um garfo era derrubado, ou o leite era derramado, ou a toalha ficava suja. As crianças são relativamente perceptivas. Os olhos delas sempre observam, os ouvidos sempre escutam e a mente processa as mensagens que elas observam. Se elas nos veem pacientemente providenciar uma atmosfera feliz em nossa casa, para nossos familiares, elas imitarão essa atitude para o resto da vida. O pai sábio percebe diariamente que alicerce está sendo construído para o futuro da criança. Sejamos sábios construtores do bem em nossas funções.

Você já pensou que um dia ficará velho? Está se preparando para isso?
O Mandamento nos ordena amar os nossos pais, assim como eles são, independentemente de suas virtudes e qualidades.

Do livro: ABRINDO CAMINHOS
Parábolas e reflexões – Paulinas
Digitado por: Rev. Zé Francisco.

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