sábado, 12 de abril de 2014

CREIO EM DEUS -- Lição 02

Texto Básico: Dt 6.4

Objetivo da Lição: Conhecer como Deus se autorrevela na Bíblia.
INTRODUÇÃO
No Breve Catecismo de Westminster, temos a seguinte pergunta; O que é Deus? Resposta: Deus é espírito (Jo 4.24), infinito, eterno e imutável em seu ser (SI 90.2; Ml 3.6; Tg 1.17; 1 Rs 8.27; Jr 23.24; Is 40.22); sabedoria (SI 147.5; Rm 16.27); poder (Gn 17.1; Ap 19.6); santidade (Is 57.15; Jo 17.11; Ap 4.8); justiça (Dt32.4); bondade (SI 100.5; Rm 2.4) e verdade (SI 31.5; SI 117.2)
Deus é espírito. Esta declaração significa que Deus é imaterial, completamente distinto de qualquer ser biológico, sem corpo físico; não se funde e nem se confunde com a natureza. Nenhum ícone retirado da ordem natural pode representar a divindade, que pertence a outro universo além, acima e incomparavelmente diverso do nosso. O contato entre Deus, um ser genuinamente espiritual, e o homem, espiritualizado por criação e por regeneração, dar-se-á sempre por iniciativa divina, que se efetiva concretamente pela encarnação do Filho, pela palavra das Escrituras e pelo testemunho interno do Espírito Santo.
Hoje estudaremos o conceito bíblico de Deus.

EXPOSIÇÃO

1.    HA UM SO DEUS, VIVO E VERDADEIRO
A Bíblia, no estágio final da revelação, desconhece a existência de outros deuses, a não ser a Trindade, união absolutamente igualitária e consensual em essência, natureza e objetivos do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O Deus das Escrituras revelou-se a si mesmo, deu- se a conhecer, primeiramente a uma nação limitada racial, geográfica e culturalmente, os judeus; depois, em Cristo Jesus, o Filho, humanizou-se, universalizou-se, mostrou-se a todas as raças, viabilizando-lhe a adoração em todos os lugares, por qualquer indivíduo de qualquer etnia. O Deus dos cristãos, encarnado em Cristo, único, universal e onisciente, Senhor e Salvador, habita a Igreja e tabernacula com e em cada regenerado. O cristianismo, como fazia o judaísmo, repudia o politeísmo com sua consequente polilatria por meio de ícones físicos ou imaginários.
A Bíblia nega peremptoriamente a existência real de qualquer divindade além, acima ou abaixo de Javé tanto na ordem natural (embaixo na terra) como na espiritual superior (acima, nos céus), ou na espiritual inferior (nas águas debaixo da terra). Destes respectivos universos (cósmico, espiritual superior e espiritual inferior) o homem estava, e ainda está, retirando imagens de deuses imaginários e, portanto, falsos. Contra tais idolatrias, iconificadas ou não, o Deus verdadeiro e vivo se levanta veementemente, porque adorar outro deus, que não seja o verdadeiramente real, não passa de adultério espiritual, uma afronta ao Deus vivo e verdadeiro.
2.    UNIDADE TRINITÁRIA
A Trindade expressa-se na confissão da Igreja pelo Credo dos Apóstolos (Sínodo de Milão, 390), onde se afirma objetiva e enfaticamente a crença trina nos seguintes termos: "Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra. Creio em Jesus Cristo seu único Filho, nosso Senhor...Creio no Espírito Santo".
Diga-se, para dúvida não ficar, que o povo de Deus em Cristo Jesus não é e nem pode ser triteísta, não crê em um panteon de três divindades com ministérios, poderes e atribuições independentes, unidas apenas por convenção social ou por afinidades espirituais. Os eleitos redimidos creem num Deus único, de pessoas distintas em sua individualidade, mas coiguais, consubstanciais, absolutamente consensuais em majestade, potestade, santidade, eternidade, afinidade, essencialidade e glória. Entre o Pai, o Filho e o Espírito não há e nem haverá conflito de espécie alguma.
O amor e a comunhão que Deus exige dos homens, a Trindade vive-os perfeita e profundamente na inter-relação solidária e igualitária do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A perfeição das pessoas trinitárias permite uma comunhão santíssima, harmônica e irrestrita entre elas, eliminando a possibilidade de contradições e de divergências, e isto em caráter absoluto e eterno, pois Deus é imutável exatamente por ser irretocavelmente perfeito. Nele não há nem sombra de variação.
3.    BASES HISTÓRICA E BÍBLICA
3.1. Base Histórica
A palavra "trindade" não se encontra nas Escrituras; foi usada por Tertuliano no final do segundo século da era cristã. O designativo pertence à Igreja, adotado no Concílio de Niceia, em 325 d.C., mas a doutrina trinitária, sem dúvida alguma, é bíblica.
Velho Testamento
Vemos essa doutrina, embora incipientemente, já no Velho Testamento.
Na criação, percebem-se a presença do Pai, a ordenar; do Verbo Criador (Jesus Cristo), a Palavra produtivamente eficaz; do Espírito de Deus, pairando sobre as águas primevas, certamente como vitalizador da criação (Gn 1.1-3). O Deus que dá origem a todas as coisas, no primeiro capítulo de Gênesis, chama-se "Helohim", plural de "Heloah". Pode ser um plural de majestade, mas nada nos impede, exegeticamente, de crer tratar- se de uma referência implícita à Trindade, quando comparado com a pluralização do verbo fazer no versículo 26 do mesmo capítulo: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Entendemos, por outro lado, que a personificação da Sabedoria (Pv 8.22- 36; Jó 28.23-27) refere-se a Jesus Cristo, o revelador do Pai e instrumento da onisciência de Deus.
Ninguém pode negar, honestamente, a presença do Espírito Santo, eficientemente atuante, implícita ou explicitamente, em todos os eventos e pronunciamentos revelacionais vetotestamentários (verifique, por exemplo, Êx31.3; Nm 11.25; Jz 3.10; Is 61.1; Jl 2.28; Ez 36.26,27). Calvino entendia que o Anjo de Javé, em textos como Gn 16.7; 24.7; 48.16 cf 1 Rs 19.5; 2 Rs 19.35; 2 Sm 24.16, é designação da Segunda Pessoa trinitária, Jesus Cristo, por ter atributos divinos e aceitar a adoração, que somente a Deus se admitia em Israel.

Novo Testamento
No Novo Testamento a Trindade se revela claramente: Na encarnação (Lc 1.35). No batismo de Jesus (Lc 3.21,22). Na ordenação batismal (Mt 28.19). No Pentecostes (At 2.32,33). Na Bênção Apostólica (2 Co 13.13). Os quatro evangelhos mostram a indissolúvel interdependência operativa das pessoas trinitárias; do Pai, que está no Filho cheio do Espírito, e do Filho que envia, comissiona o Parácleto pelo qual sua presença se efetiva na Igreja. A nossa Confissão de Fé, a de Westminster, diz que o Filho é eternamente gerado do Pai, e que o Espírito é eternamente procedente do Pai e do Filho.
Cristo e o Espírito não são "modos de ser" do Pai, são pessoas distintas. Nenhuma obra divina, no entanto, se realizou e se realiza sem o concurso das três pessoas da Trindade.
As Escrituras, pois, sustentam, sem reservas e concessões, a existência de uma única divindade operante nos céus e na terra, autora, regedora e mantenedora da criação, redentora dos eleitos e autorreveladora em Cristo Jesus. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus. Não há entre as pessoas trinitárias contrastes, conflitos ou diferenças ideológicas, pois são absolutamente coiguais, consensuais em santidade, poder, soberania, justiça, bondade, amor e sabedoria. Há três pessoas distintas na divindade, mas não há três deuses. Há um só Deus, trino, onisciente, onipotente, onipresente, Criador, Salvador, Mantenedor e Redentor.
PONTOS PARA DISCUTIR

1. Qual a natureza de Deus, segundo a Bíblia?

2. É possível compreender e explicar a doutrina da Trindade? 
3. Qual a base, no AT, para a defesa da doutrina da Trindade?
Retirado da Revista "Creio e Confesso" - Volume 23 - Editora Z3 ideias.

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