segunda-feira, 24 de março de 2014

ATIVIDADE CRIADORA DE DEUS NO RELACIONAMENTO (2)


TIMÓTEO 2:11-14 - (...Continuação 5).
Voltemos para a 1ª Epístola de Paulo a Timóteo: “11 A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão. 12 E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém,
em silêncio. 13 Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva. 14 E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão”.
Prestemos atenção para o fato de que Paulo começa falando em silêncio
e submissão no v. 11 e termina citando a palavra silêncio no final do v. 12. Ter de falar sobre estas coisas não é nada simpático. Mas Paulo escreve estas palavras sob a liderança do Espírito Santo. Paulo queria ensinar às mulheres e a toda igreja.
Paulo diz: “E não permito que a mulher ensine (ao homem, no caso), nem exerça autoridade de homem”. Precisamos reconhecer que aqui o homem é o objeto de dois verbos (ensinar e exercer) embora a palavra “homem” só apareça depois do segundo verbo (exercer) — a ideia é de exercer autoridade. Tudo isso está num contexto que envolve de forma ampla a vida da Igreja. O que Paulo tem em mente aqui é o ensinar verdades espirituais. Ele não está dizendo que a mulher não pode ensinar ao marido como usar a máquina de lavar pratos ou como cozinhar. Ela não está exercendo autoridade sobre o homem ao fazer isso, mas está desempenhando seu papel de auxiliadora. O que Paulo não permite é a mulher ensinar ao homem as verdades bíblicas.
As palavras centrais aqui no texto são: mulher e homem. É por causa das distinções e atribuições existentes entre os dois sexos que Paulo estabelece uma diretriz. O apóstolo faz isso como porta-
voz de Cristo, com a autoridade plena de um apóstolo. Como veremos adiante, as mulheres certamente são encorajadas a ensinar
a outras mulheres e crianças (Tito 2:3-4; 2 Tm 3:15)
Na Igreja a mulher não tem a permissão de Deus para ensinar ao homem e de exercer autoridade sobre o homem, a menos que ela vire de cabeça para baixo a ordem específica de Deus. É um mandamento
mais amplo do que simplesmente o proibir que a mulher
tenha um ofício na igreja (pastora, presbítera, diaconisa). Por inferência
fica bem claro que isso também é proibido, porque uma das formas primordiais de se exercer autoridade na Igreja é ensinar à Igreja. Pedir que uma mulher venha à frente e ensine a toda a congregação
é uma violação do que o Espírito Santo está ensinando através do apóstolo.
Por quê?
O próximo versículo começa com a palavra “Porque” ou “Pois”: “Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva” (v. 13). Paulo aqui dá a razão do por que a mulher não pode ensinar. Tudo é por causa
da ordem criadora de Deus. E ele diz isso muito objetivamente.
Alguém poderia afirmar: “Se vamos nos submeter a este argumento
então nós mulheres não deveríamos estar submissas aos homens e sim aos animais, porque eles foram criados primeiro do que o homem”. Meus irmãos, aqui o apóstolo Paulo não está tratando
simplesmente da ordem cronológica da criação. Não! Paulo fala dessa forma porque tem em vista o modo como Deus estabeleceu
a relação entre o homem e a mulher. Ele está pensando em quem é o cabeça e quem tem a autoridade para desempenhar o papel de líder. É nessa relação que ele diz: “... primeiro, foi formado Adão, depois, Eva”. Então, para Paulo, este argumento da ordem criadora de Deus determina quem é o cabeça e quem está em submissão na família e também na Igreja; na atividade de quem deve ensinar e exercer autoridade.
Casamento e Igreja x Liderança
Pensemos de forma clara. Qual foi o argumento que Paulo usou para definir quem é o cabeça no casamento? Ele usou o mesmo argumento
que usou para estabelecer quem é o líder e autoridade na igreja. Então vemos que, tanto o casamento como o funcionamento da Igreja
estão ligados à questão de quem é o cabeça, quem é a autoridade: Adão foi formado primeiro e depois Eva. Ou seja, se abrirmos mão da liderança masculina na Igreja, isso implica em que também estaremos
quebrando um preceito bíblico — quem deve assumir a liderança no lar. Os dois papéis têm a mesma base teológica.
Papéis Invertidos (1 Tm 2:14)
Mas Paulo adiciona ao seu argumento da criação, uma ilustração com relação à queda no v. 14: “E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão”.
Compare esta expressão de Paulo com Gênesis 3:13. Ali vemos o que Eva disse para Deus: “A serpente me enganou, e eu comi”. Veja que Paulo está citando as próprias palavras de Eva; ele não está inventando uma história. Se pudermos ver isso em um contexto mais amplo, veremos que foi exatamente quando os papéis foram invertidos, na hora da tentação, que a queda aconteceu. Pensemos nisto. A serpente vem conversar com Eva e não com Adão. Vem conversar um assunto exatamente com quem não deveria, porque Eva deveria se submeter à liderança do seu marido. A serpente inverte as prerrogativas. Ela fere e quebra a autoridade de Adão.
A serpente vai a Eva e começa a tentá-la. Adão está junto, mas não se manifesta; não assume a sua liderança como deveria fazer. Adão dá a entender à sua esposa que ela pode e deve agir por conta própria, que deve assumir uma atitude de autoridade sozinha sem a decisão do cabeça, sem a decisão do marido. Por isso Eva confessa
a Deus que foi enganada (“A serpente me enganou e eu comi” — v. 13). Mas ela vai em frente e entrega o fruto proibido a Adão que “estava com ela”. Embora Paulo diga que Adão não foi iludido, ele, seguindo erradamente a liderança de sua esposa, come do fruto proibido; ele não assume a liderança e não adverte a sua mulher do erro, mas torna-se cúmplice. Dessa forma concluímos que, por causa da inversão dos papéis ocorreu a queda do homem.
Paulo cita isso para ilustrar o que acontece quando as atribuições, quando os papéis são invertidos. Não estamos dizendo que a culpa
é toda de Eva, ao contrário, dizemos que a culpa maior é de Adão, porque ele negligencia seu papel de cabeça e se deixa levar
pela astúcia de Satanás. Fica bem claro que a serpente sabia a quem deveria enganar e conseguiu seu intento.
Vemos que Paulo não usa aqui um argumento cultural, um costume
da época para resolver um problema que Timóteo enfrentava
na igreja de Éfeso. Está claro que Paulo não permite que a mulher ensine aos homens tendo em vista o primeiro casal, quando a mulher
foi enganada e quando foi quebrada a ordem da criação. Paulo está claramente exercendo sua autoridade apostólica para dizer que a mulher não pode ensinar na igreja porque esta é uma prerrogativa
daquele que tem a autoridade do ensino e da liderança na igreja — o homem; e Paulo faz isso tomando como base a ordem da criação de Deus.

...Continua...

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