sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS NOVE MARCAS - 01

TEXTO BÍBLICOO presbítero à senhora eleita e aos seus filhos, a quem eu amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade, por causa da verdade que permanece em nós e conosco estará para sempre, a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor. Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai. Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. (2 João 1:1-4, 8).

INTRODUÇÃO: David Wells, autor e teólogo, reportou algumas descobertas interessantes de uma pesquisa feita em sete seminários, em 1993. Essas descobertas o deixou chocado: "Estes estudantes estão insatisfeitos com a situação atual da igreja. Eles creem que a igreja perdeu sua visão e esperam mais do que a igreja lhes tem dado". O próprio Wells concordou: "Nem o desejo nem o discernimento deles neste aspecto é incorreto. De fato, enquanto não experimentamos uma insatisfação santa com o estado atual das coisas, não podemos plantar as sementes da reforma. Na verdade, a insatisfação sozinha não é o suficiente”.
Por todos os lados, há insatisfação com a igreja. As prateleiras das livrarias evangélicas estão abarrotadas de livros que contêm prescrições para o que a aflige. Os palestrantes de conferências subsistem das enfermidades das igrejas que parecem sobreviver aos remédios que lhes são ministrados. Pastores exultam erroneamente e se esgotam de modo trágico, tornando-se confusos e inseguros. Os crentes são deixados a vaguear como ovelhas que não têm pastor. Mas a insatisfação não é o suficiente. Precisamos de algo mais. O que é a igreja em sua natureza e essência? O que distingue e caracteriza a igreja?

EXPOSIÇÃO DO ESTUDO
1. NOSSOS HISTORIADORES

John Stott: "Estas são as marcas de uma igreja ideal — amor, sofrimento, santidade, sã doutrina, autenticidade, evangelização e humildade. Estas marcas são o que Cristo deseja achar em suas igrejas, enquanto anda entre elas".
Em 1530, Melanchthon elaborou a Confissão de Augsburgo, no Artigo VII, afirmou que: "Ensina-se também que sempre haverá e permanecerá uma única santa igreja cristã, que é a congregação de todos os crentes, entre os quais o evangelho é pregado puramente e os santos sacramentos são administrados de acordo com o evangelho".
Thomas Cranmer diz: "A Igreja visível de Cristo é uma congregação de fiéis, na qual é pregada a pura Palavra de Deus, e são devidamente administrados os Sacramentos conforme a Instituição de Cristo em todas as coisas que necessariamente se requerem neles”. 
Calvino escreveu: "Onde quer que vejamos a palavra de Deus ser sinceramente pregada e ouvida, onde vemos os sacramentos serem administrados segundo a instituição de Cristo, aí de modo nenhum se há de contestar estar presente uma igreja de Deus". 
A Confissão Belga (1561), Artigo 29, disse:
As marcas para conhecer a verdadeira igreja são estas: ela mantém a pura pregação do Evangelho, a pura administração dos sacramentos como Cristo os instituiu, e o exercício da disciplina eclesiástica para castigar os pecados. Em resumo: ela se orienta segundo a pura Palavra de Deus, rejeitando todo o contrário a esta Palavra e reconhecendo Jesus Cristo como o único Cabeça. 
Podemos ver nestas duas marcas – a proclamação do evangelho e a observância dos sacramentos – tanto a criação como a preservação da igreja – a fonte da verdade de Deus e o vaso gracioso que contém e revela a verdade. A igreja é gerada pela pregação correta da Palavra.


2. A IGREJA CONTEMPORÂNEA REFLETE O MUNDO

A igreja não é perfeita. Mas, graças a Deus, muitas igrejas imperfeitas são saudáveis. Entretanto, receio que uma quantidade ainda maior de igrejas não o sejam – mesmo entre aquelas que afirmam a divindade de Cristo e a plena autoridade das Escrituras.
O que nos trouxe a esta situação problemática? Muitas causas são sugeridas. Várias condições culturais que infestam a igreja têm sido observadas. A entrada nas igrejas de um neopaganismo subjetivo e não-histórico, o problema é a secularização. 
Esta série de estudo é um plano que visa recuperar a pregação bíblica e a liderança da igreja num tempo em que muitas igrejas estão definhando num cristianismo meramente nominal e nocional, com todo o pragmatismo e insignificância resultantes. O propósito de muitas igrejas evangélicas mudou do glorificar a Deus para simplesmente crescimento, admitindo que esse objetivo, quando atingido, deve glorificar a Deus.
No aspecto teológico e prático, um dos problemas desse encurtamento de nossa visão é o pragmatismo sobrepujante que resulta disso: 
Se o alvo da igreja é crescer, a maneira de obter isso é fazer as pessoas sentirem-se bem. E, quando as pessoas descobrem que há duas maneiras de sentirem-se bem, elas abandonam a igreja da qual não precisam mais. A igreja relevante está plantando as sementes de sua própria irrelevância e perdendo sua identidade. A grande questão hoje é como conquistar a geração pós-guerra, que técnicas, que métodos realizarão essa mágica. As igrejas estão competindo para assegurarem-se de que elas terão o que desejam. O neopaganismo e a secularização, o pragmatismo e a ignorância são problemas sérios da igreja contemporânea.


3. MODELOS POPULARES DE IGREJA

Três modelos de igrejas são vistos hoje: tradicional, liberal e sensível aos interessados.
Há distinções doutrinárias importantíssimas nestes vários tipos de igreja, porém todos os três possuem algumas características em comum. Todas essas igrejas são, em grande parte, influenciadas pela suposição de que a reação do povo e a evidente relevância são os principais indicadores de sucesso. Os ministros sociais da igreja liberal, os músicos da igreja sensível aos interessados, os programas da igreja evangélica tradicional podem todos ser encarados como elementos que trabalham bem, agora, para que as igrejas sejam consideradas relevantes e bem-sucedidas. (que dizer de: Jó, José, Jeremias e Jesus).


4. A NECESSIDADE DE UM MODELO DIFERENTE

Precisamos de um novo modelo para a igreja. Mas, na verdade, o modelo que precisamos é o antigo.
Colocando de forma simples, precisamos de igrejas que são conscientemente distintas de nossa cultura. Precisamos de igrejas cujo principal indicador de sucesso não seja resultados evidentes, e sim fidelidade bíblica perseverante. Precisamos de igrejas que nos ajudem a recuperar aqueles aspectos do cristianismo que são distintos do mundo e que nos unem.
Duas necessidades básicas das igrejas: a pregação da mensagem e a liderança dos discípulos.


5. PREGANDO A MENSAGEM

As primeiras cinco "marcas de uma igreja saudável" que consideraremos refletem a preocupação com a pregação correta da Palavra de Deus. 
A marca 1 refere-se à própria pregação. 
A marca 2 considera a estrutura desta mensagem: a teologia bíblica. Entender a verdade de Deus como um todo coerente, que vem até nós, primeira e primordialmente, como uma revelação dEle mesmo. 
Na marca 3, consideramos o âmago da mensagem do cristianismo, enquanto procuramos um entendimento bíblico do evangelho. Quantas outras mensagens as igrejas estão pregando? 
A marca 4: um entendimento bíblico da conversão. Uma das tarefas mais dolorosas com que os pregadores se deparam é reparar os danos causados nos falsos convertidos.
A marca 5 apresenta o entendimento bíblico da evangelização. Se em nossa evangelização expressamos de modo implícito a ideia de que tornar-se um cristão é algo que nós mesmos podemos fazer, acabamos por transmitir um entendimento desastrosamente errôneo a respeito do evangelho e da conversão.

6. LIDERANDO OS DISCÍPULOS

O outro grupo de problemas nas igrejas contemporâneas está relacionado à administração correta dos limites e das características que identificam os cristãos. Generalizando, são problemas vinculados à liderança dos discípulos. 
Na marca 6, abordamos a questão de toda a estrutura propícia ao discipulado: o entendimento bíblico da membresia na igreja. Neste último século, todos os cristãos ignoraram o ensino referente à natureza corporativa do seguir a Cristo. 
Na marca 7 exploramos um entendimento bíblico a respeito da disciplina na igreja. Há comportamentos que a igreja não deve tolerar e ensinos inaceitáveis? 
Na marca 8, examinaremos o discipulado e o crescimento cristão. A evangelização que não resulta em discipulado é não somente evangelização incompleta, mas também é completamente inconcebível. 
Por fim, na marca 9 veremos que precisamos redescobrir, em nossas igrejas, o entendimento bíblico referente à liderança eclesiástica. 
O objetivo e propósito de tudo isto é a glória de Deus, à medida que O tornamos conhecido... Durante toda a história, Deus tem desejado tornar-se conhecido (Veja: Dt 4.34-35; Jó 37.6-7; Sl 22.21-22; 106.8; Is 49.22-23; 64.4; Ez 20.34-38; 28.25-26; 36.11; 37.6; 17.26).


CONCLUSÃO
João Calvino costumava chamar este mundo de teatro da majestade de Deus. Outros se referiram à história como um grande desfile que culmina na glória de Deus. Mark Ross o afirmou desta maneira:
“Somos uma das principais peças da evidência de Deus... A grande preocupação de Paulo [em Efésios 4.1-6] quanto à igreja era que esta manifestasse e demonstrasse a glória de Deus, vindicando, assim, o caráter de Deus contra toda a zombaria das esferas demoníacas, a zombaria de que Deus não é digno de vivermos para Ele... Deus confiou à sua igreja a glória de seu
 próprio nome”.

Estudo aplicado na EBD, dia 04/08/2013 – Igreja Presbiteriana de Ipanguaçu-Rn

Pr. José Francisco.

Retirado do Livro Nove Marcas de Uma Igreja Saudável de Mark Dever.

Nenhum comentário: