sábado, 23 de fevereiro de 2013

A ORIGEM DA SOCIEDADE – UM RESUMO


A vida em sociedade é cheia de benefícios e limitações que nos levam a diversos questionamentos que pedem explicações lógicas. Há duas idéias distintas sobre a mesma: a ideia do “fundamento natural da sociedade”, que afirma ser a sociedade, fruto da própria natureza humana – conseqüência da escolha – com maior número de adeptos respeitáveis e que exercem maior influência na vida do Estado. Alguns destes são: o mais antigos é Aristóteles (séc. IV a.C.), que dizia “o homem é naturalmente um animal político” e “só um individuo de natureza vil e superior ao homem procuraria viver isolado dos outros homens sem que a isso fosse constrangido”. Sendo diferente dos demais animais, pois possui a razão, o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto. Cícero (séc. I a.C.), tinha a mesma ideia, dizia que “a espécie humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas disposto, na abundancia de todos os bens, procura o a apoio comum”. Tomás de Aquino, o mais expressivo seguidor de Aristóteles, reafirmou o mesmo pensamento. Para esses, fatores naturais determinam que o homem procure a permanente associação com outros homens. Na modernidade, o Italiano Ranelletti, o mais notável, argumentou a partir das observações que o homem é induzido por uma necessidade natural, sendo o associar uma condição essencial de vida. O que não ocorre com os demais irracionais que se agrupam por mero instinto, sem, contudo haver aperfeiçoamento. A ideia é que “a sociedade é o produto da conjugação de um simples impulso associativo natural e da cooperação da vontade humana”.


A outra ideia oposta, afirma que a sociedade é, tão-só, o produto de um acordo de vontades, uma espécie de contrato hipotético entre os homens – seus autores são classificados de contratualistas. O ponto comum entre eles é a negativa do impulso associativo natural, elevando a vontade humana justificando a existência da sociedade. Citam a “A República de Platão” para falar de organização social tal como fez os Utopista do século XVI, como Thomas Moore, ou Tommaso Campanella em “Cidade do Sol”. Descrevem uma organização social isenta de males e das deficiências que viam em todas as sociedades. Exemplo disso é a obras de Thomas Hobbes, “Leviatã”, publicado e 1651. Sua expressão clássica é: “guerra de todos contra todos”, o homem luta quando é ameaçado ou estando inseguro, passando a agredir antes de serem agredidos. Hobbes e suas leis de: a) cada homem deve esforçar-se pela paz, enquanto tiver esperança de alcançá-la, deve buscar e utilizar todas as ajudas e vantagens da guerra; b) cada um deve consentir, em acordo com os demais, considerando o necessário para a paz e a defesa de si mesmo, renunciando seu direito a tudo, para satisfazer a relação com todos, em comum liberdade concedida com respeito a si próprio. Para ele, uma comunidade é formada por acordo. Com isso nasce o conceito de Estado como sendo uma pessoa denominada de soberano com poder absoluto, e cada um dos que o rodeiam é seu súdito. No final do séc. XVII, os trabalhos de Locke, mas a oposição clara e sistematizada, reagiram às idéias absolutistas de Hobbes. Montesquieu defendia as leis naturais que levam o homem a escolher a vida em sociedade, resultante da consciência de si, e da sua condição e de seu estado. Rousseau retomou a linha de apreciação de Hobbes, explicando a existência e a organização social, adotando posição semelhante à de Montesquieu do “bom selvagem”. Ele afirmava que a ordem social é o direito sagrado para todos, vindo não da natureza, mas das convenções. Essa ideia é que cada indivíduo pode ter uma vontade própria legislada pela “liberdade e igualdade”. Muitas das idéias de Rousseau são consideradas fundamentais para a democracia. Como exemplo, temos a predominância da vontade popular, a liberdade natural e busca de igualdade. Atualmente predomina a aceitação de que a sociedade é resultante natural do homem, sem excluir a participação da consciência e da vontade humanas. Mas não se pode negar a influencia prática que o contratualismo exerceu com suas idéias democráticas. “A sociedade organizada é o centro, e o homem como um ser social não vive isolado fora dela”.


Trabalho apresentado no curso de teologia pelo então bacharelando José Francisco, hoje pastor na Igreja Presbiteriana de Ipanguaçu-Rn.

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