Não se levanta pequeno protesto,
em alguns círculos, até mesmo questionar se as línguas são para hoje. Dizer que
elas cessaram usualmente evoca uma resposta parecida com esta: “A igreja do
Novo Testamento teve este dom, e assim nós devemos, portanto, ter!” “Tudo o que
eu quero é o que eles tiveram!” “Não há nenhum verso na Bíblia que diga que não
podemos tê-los hoje!”.
Em primeiro
lugar, que a igreja primitiva teve o dom em si e de si mesmo não requer que
devamos tê-lo; e do mesmo modo, não prova que não devamos. Depois, ter o que
eles tiveram pode não ser tão bom no fim das contas – como você gostaria de
viver sem um Cânon da Escritura completo, sem um padrão certo para medir as
reivindicações religiosas? Isto seria um passo para trás, não para frente. Além
do mais, que não há nenhum verso que precisamente declare o assunto é
discutível (como veremos), e mesmo se não houvesse nenhum, a teologia Cristã
nunca descansou meramente em textos provas, mas antes em induções traçadas a
partir de toda a Bíblia (já procurou um único versículo isolado das Escrituras
para provar a Trindade?). E mais, também não há nenhum verso das Escrituras na
Bíblia que diga que podemos ter o dom hoje.
A questão nunca
será resolvida com base em opiniões emocionais – “Eu quero o que eles tiveram!”
Ela pode ser somente resolvida pelos ensinos das Escrituras; esta é o único
Padrão capaz de fornecer a resposta.
EVIDÊNCIA
A Bíblia declara em diversas
maneiras e provê diversas razões porque as línguas não podem ser uma parte da
igreja hoje.
1. Paulo declara diretamente em 1
Coríntios 13:8 que as línguas cessariam. Na última epístola de Paulo e em
outras epístolas do Novo Testamento, as línguas estão impressionantemente
ausentes. É significativo também que por quase dezenove séculos este dom de
línguas esteve ausenta da vida da igreja e nunca reivindicado por qualquer
grupo legitimamente Cristão (veja B.B. Warfield, Milagres Falsificados , The
Banner of Truth Trust). O que quer que possa ser obscuro sobre esta passagem, o
fato claro é que o apóstolo inspirado disse que elas cessariam. E elas
cessaram. Se dezenove séculos de ausência não é uma “cessação”, é difícil
imaginar o que mais poderia qualificar.
2. O Padrão da história Bíblica é
que os dons miraculosos eram dados para curtos períodos de tempo e removidos
então. Assumir que eles devem ter remanescido é uma suposição impossível de
sustentar.
3. A história do Novo Testamento
dá claro registro que o dons miraculosos foram desaparecendo mesmo antes da
morte dos próprios apóstolos.
4. A revelação cessou, e assim o
dom de línguas, que era um dom revelatório, cessou também.
5. O propósito das línguas foi
cumprido, e assim elas não são mais necessárias. Elas eram para servir como um
sinal para autenticar o evangelho e demonstrar a unidade dentro do corpo de
Cristo. Com a igreja Cristã e sua unidade como um fato estabelecido, os sinais
dos mesmos não serviriam para nenhum propósito.
6. A completa inferioridade do
dom de línguas para a profecia (1 Coríntios 14:1-3) ou mesmo ensino (verso 19),
faz dele desnecessário. Ele realmente não pode realizar nada senão o que pode
ser melhor e mais facilmente realizado pelo ensino.
7. A própria atitude do apóstolo
Paulo para com as línguas expressa em 1 Coríntios 14 e suas impressionantes
restrições colocadas em cima do dom, quase eliminam as línguas completamente
(por exemplo, verso 19). A atitude é tão severa e as regras são tantas, que o
exercício apropriado do dom é quase impossível, mesmo se ele fosse para os
nossos dias.
Objeção:
1 Corinthians 14:39
A objeção é frequentemente
levantada que em 1 Coríntios 14:39 Paulo diz não proibir as línguas. Não nos
demanda isto que elas sejam permitidas hoje?
A questão é justa, mas a resposta
pode não ser tão simples como o questionador pode pensar. Paulo não ordena que
nós cegamente aceitemos todas as reivindicações de ser o dom de línguas; de
outra maneira, isto seria um endosso para muitos cultos e religiões pagãs bem
como para fraudes óbvias dentro da própria igreja. Ele obviamente não pretendia
proibir o dom como ele é legitimamente dado e apropriadamente exercitado; este,
no contexto (versos 26-40), é claramente o ponto de Paulo. Como temos visto,
por muitas razões não há o dom legítimo de línguas hoje; assim, este verso não
nos requer aceitar as reivindicações daqueles que dizem possuí-lo (não obstante
quão sinceros eles possam ser). Além do mais, mesmo se o dom fosse dado hoje,
seria difícil, senão impossível, achá-lo exercitado de acordo com os regulamentos
que Paulo deu para ele (veja as doze regras listadas acima; eu, pessoalmente,
nunca ouviu o testemunho de reuniões onde se falam línguas nas quais todas
aquelas regras sejam respeitadas), e onde quer que aqueles regulamentos não
sejam respeitados, este mandamento (verso 39) não pode se aplicar.
Por causa do abuso e
mal-entendimento dos Coríntios sobre o dom, através dos primeiros trinta e oito
versos de 1 Coríntios 14, Paulo severamente restringe o dom de línguas;
deveras, ele dificilmente teria uma boa palavra para dizer sobre o dom. Consequentemente,
ele tacitamente deu o mandamento do verso 39, para que os Coríntios não
pensassem que ele sentiu ser o dom inteiramente errado; era errado somente na
sua violação dos princípios que ele estabeleceu. Para que um homem reivindique
que o mandamento do verso 39 se lhe aplica, então, ele deve ser capaz de
demonstrar que, 1) Deus dá o dom de línguas hoje (dando respostas para as
razões Bíblicas dadas acima), e 2) seu dom está sendo apropriadamente exercido e
está de acordo com as regulamentações apostólicas para ele. Somente então o
verso 39 pode se aplicar a ele.
CONCLUSÃO
O dom de línguas
era o dom de idiomas, um dom miraculoso direcionado para os incrédulos, mas
pouquíssimo enfatizado no Novo Testamento. O dom foi dado somente para
relativamente uns poucos na igreja primitiva e nunca foi pretendido ser
possuído por todos os crentes. Mesmo enquanto o dom era dado, certas limitações
severas foram colocadas para o seu uso. Depois da fase fundacional da igreja
com a morte dos apóstolos, o dom não foi mais dado. Segue-se naturalmente,
então, que o dom de interpretação de línguas cessou também. (Do Livro Línguas estranhas entre nos Crentes)
Fred G. Zaspel
Word of Life Baptist Church
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Tradução livre: Felipe Sabino de
Araújo Neto
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http://www.monergismo.com/livros2/zaspel/dons/018.htm
(No próximo: O
Dom das Línguas Estranhas e da Palavra de Profecia? – Aguarde).
REV. JOSÉ FRANCISCO – IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL
IGREJA PRESBITERIANA DE
IPANGUAÇU-RN
VIVENDO E
CRESCENDO NO EVANGELHO
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