quarta-feira, 16 de maio de 2012

OMBRO AMIGO! PEDAGOGIA DA CADEIRA


Procura-se um ombro. Não uma pessoa, mas um ombro. Onde a gente possa chorar ou encostar na hora da mágoa que sentimos dentro da nossa casa, exatamente no lugar em que deveríamos nos sentir seguros e felizes. Sim, nossa casa às vezes torna-se um vale de lágrimas. Sentimos necessidade de apoio espiritual e emocional. 
Nos tempos de Josué, Deus preparou umas cidades de refúgio. Eram lugares para onde o pecador deveria correr e abrigar-se quando porventura cometesse um assassinato por engano. O culpado saía cheio de mágoa, de indecisões, de medo, de lágrimas, e acabava sentindo solidão porque tinha que fugir às pessoas da sua cidade para escapar do vingador. Entre as cidades refúgio, havia uma cujo nome era Siquém, que significa: Ombro. 
Era como se Deus estivesse dizendo ao pecador culpado e machucado: “venha, tem um Ombro esperando por você!” 
Na cidade Ombro, o pecador chorava, contava sua história, era compreendido e abrigado. Até hoje pessoas chorosas e com feridas abertas procuram desesperadamente por esse lugar e nem sempre encontram. 
Deus coloca pessoas maravilhosas em nosso caminho. São eloquentes, leais, amáveis, verdadeiras, e possuem um conhecimento profundo. Elas têm uma inteligência acima da média, têm olhos atentos para nos avisar do perigo. Mãos prontas para toda boa obra. 
O que procuramos é um Ombro. E isso nem sempre achamos no nosso círculo de convivência. Ansiamos pelo cuidado dos outros o tempo todo e a nossa busca até se confunde com a história do próprio ser humano. 
A alma da criança anseia sedenta pelo colo da mãe, onde nos momentos mais agudos da sua dorzinha de barriga, sempre encontrou um abrigo. 
Já no primeiro dia de aula, reclama a atenção que em casa era só para ela e que agora é dividida com mais quarenta. 
Pouco tempo depois, ao brincar sozinha no quintal, lamenta não ter um adulto que possa consertar seu brinquedo quebrado, ou espantar o cachorro que para na calçada e olha curioso em sua direção. 
O adolescente cheio de dúvidas precisa conversar sobre sexualidade e drogas, mas olhando para todos os lados, não encontra alguém interessado em ouvi-lo e que numa linguagem informal possa responder-lhe algumas perguntas. 
Poucos dias e o primeiro amor bate à porta. Enquanto vira os olhos para o nada e olha para lugar nenhum, a jovem enamorada suspira: “Acho que estou amando”. Mas quem poderá se assentar com ela para falar melhor sobre esses sentimentos tão misteriosos? 
Vem à vida adulta e com ela as dúvidas de gente grande. Aí percebemos que não conhecemos bem a pessoa que por tanto tempo esteve ao nosso lado. Às vezes pensamos que não conhecemos nem a nós mesmos direito. Onde estão os amigos? 
As mãos já estão trêmulas, a voz já falha quando chega à velhice. As pernas outrora tão velozes, mal param em pé. A mente já não se lembra de tudo. Filhos, netos, vizinhos, bisnetos, sobrinhos, ninguém nos visita mais com tanta frequência. Voltamos no tempo, querendo o colo que há tempos não temos mais. 



Assim é a vida 
Sentar ao lado para ajudar o outro, aconselhar, ouvir, interessar-se socorrer. É isso que chamo de “Pedagogia da Cadeira”, um tipo de ministério que tanto falta em nossos dias. 
É uma viagem de aprendizado com alguém que encontrou tempo para assentar-se com os pecadores. 
É um trabalho educacional para ajudar aqueles que precisam e desejam ser ajudados.
                                                                                              
 Capelão escolar: Pr. José Francisco - digitado por: Rev. Zé Francisco.

Pedagogia da Cadeira - Sérgio Rodrigues Ferreira
Pedagogia da Cadeira é um livro empolgante e desafiador. Com sua linguagem moderna, o autor nos leva a uma reflexão profunda da nossa postura diante dos percalços alheios. É um convite a uma nova pedagogia de sentar-se para ouvir, assim como Jesus fazia.
Como o autor, Sérgio Ferreira bem nos lembra, mantenha sempre uma cadeira vazia perto de você porque haverá pessoas em busca desse espaço pedagógico e curativo.

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