quinta-feira, 15 de novembro de 2012

CRER E PENSAR JUNTOS

Prefácio do Livro "crer é também pensar"


Ninguém deseja um cristianismo frio, triste, intelectualizado.
Mas será que isso significa que temos que evitar a todo custo o “intelectualismo”? Não é a experiência o que realmente importa, e não a doutrina? Muitos estudantes fecham suas mentes ao fecharem seus livros, convencidos de que ao intelecto compete apenas um papel secundário, se tanto, na vida cristã. Até que ponto têm eles razão? Qual é o lugar da mente na vida do cristão iluminado pelo Espírito Santo?
Tais perguntas são de vital importância prática, e afetam todos os aspectos de nossa fé. Por exemplo, até que ponto devemos apelar à razão das pessoas em nossa apresentação do evangelho? A “fé” implica em algo completamente irracional? O senso comum tem algum papel a desempenhar na conduta do cristão?
Tendo esses e outros problemas em vista, o Rev. John Stott aborda neste livreto o lugar da mente na vida cristã. explica por que o uso da mente é tão importante para o cristão, e como se aplica em aspectos práticos de sua vida. E faz um vigoroso apelo aos cristãos para mostrarem “uma devoção inflamada pela verdade”.

CRIADO PARA PENSAR

Começo com a criação. Deus fez o homem à sua própria imagem, e um  dos aspectos mais nobres da semelhança de Deus no homem é a capacidade  de pensar. É verdade que todas as criaturas infra-humanas têm cérebro, alguns  rudimentos, outros mais desenvolvidos. O Sr. W.S. Anthony, do Instituto de  Psicologia Experimental de Oxford, apresentou um trabalho perante a  Associação Britânica, em setembro de 1957, no qual descreveu algumas  experiências com ratos. Ele pôs obstáculos às entradas que continham  alimento e água, frustrando-lhes as tentativas de encontrar o caminho naquele  labirinto. Descobriu que, diante do labirinto mais complicado, seus ratos  demonstraram o que ele denominou de “dúvidas intelectual primitiva”! Isso  bem pode ser verdade. Todavia, mesmo que algumas criaturas tenham  dúvidas, somente o homem tem o que a Bíblia chama de “entendimento”.
A Escritura assegura e evidencia isso a partir do momento da criação do  homem. Em Gênesis 2 e 3 vemos Deus comunicando-se com o homem de um  modo segundo o qual Ele não se comunica com os animais. Ele espera que o homem colabore consigo, consciente e inteligentemente, no cultivo e na  conservação do jardim em que o colocara , e que saiba diferenciar- tanto  racional como moralmente - entre o que lhe é permitido e o que lhe proibiu  de fazer. Ainda mais, Deus chama o homem para dar nomes aos animais,  simbolizando assim o senhorio que lhe dera sobre essas criaturas. E Deus cria  a mulher de maneira tal que o homem imediatamente a reconhece como  companheira idônea de sua vida, e então irrompe espontaneamente primeiro  poema de amor da História!
Esta racionalidade básica do homem, por criação, é admitida em toda a  Escritura. Na realidade, sobre esse fato se apóia o argumento normal que,  sendo o homem diferente dos animais, ele deve comportar-se também  diferentemente. “Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento”.  

*Livro escrito por John Stott e pode ser baixado em downloads no site http://www.vivendopelapalavra.com.

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