Não existe casamento tão ruim que não possa ser consertado. Não existe casamento tão bom que não possa ser melhorado.
Introdução: o casamento nasceu no Éden.
Deus instituiu e celebrou as núpcias do primeiro casal. O noivo eufórico e
radiante exclamou: “esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne”
(Gênesis 2.23). A harmonia entre o casal era completa: os dois era uma só
carne!
Mas o pecado entrou na história do
casal. Os dois foram expulsos do Éden. A harmonia acabou, a paz desapareceu, a
felicidade evaporou... As acusações mútuas, os ressentimentos e outras formas
de sofrimento se instalaram junto ao casal. Sobrou a insegurança, o medo, o
desespero.
A história de Adão e Eva tem muita coisa
em comum com a história de vários casais de nossa época. Muitos começam a vida
conjugal no Éden, mas depois tudo fica pálido, insípido, sem sal, sem sabor.
Ou, o que é pior, turvo, ameaçador. Mas não existe casamento tão ruim, que não
possa ser consertado.
Essa palestra pretende mostrar que a
felicidade daqueles primeiros dias, meses ou anos pode ser reconquistada. O
sonho não acabou. É possível tornar uma família feliz.
O COMPROMISSO
O casamento foi instituído por Deus, na
Criação. “Criou Deus, pois, o homem à sua
semelhança, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os
abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a” (Gn 1.27,28). “Por isso
deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só
carne” (Gn 2.24).
O casamento foi instituído por Deus para
a felicidade do ser humano. Por intermédio dele ocorre a “propagação da raça
humana por uma sucessão legítima”. Mas o seu principal objetivo é o companheirismo
entre os cônjuges. A procriação é uma bênção adicional.
O que protegia o casamento do fracasso
não era ato sexual pré-nupcial, mas o compromisso.
O amor que unia os cônjuges era fruto desse compromisso. O casamento de nossos dias é bem diferente. Os
pretendentes têm amplas oportunidades de se conhecer antes da decisão final.
Teoricamente suas possibilidades de fazer um bom casamento, de estabelecer uma
união harmônica e duradoura são bem maiores. Mas isso não tem acontecido porque
eles têm feito deste sentimento emocional subjetivo, denominado amor, a base do
seu casamento. E um sentimento, sujeito a muitas vicissitudes, não pode
garantir o êxito de uma instituição tão importante.
Para transformar o casamento que você
tem no casamento que você quer, o ponto de partida é a conscientização de que o
verdadeiro fundamento do matrimonio é o compromisso.
O amor é importante, mas até ele deve estar baseado no compromisso. Pois, como disse Erich Fromm: “Amar alguém não é apenas um sentimento forte. É uma decisão, um
julgamento, uma promessa”. Casamento
que tem como base o amor não tem futuro. A maioria dos casais tem uma
compreensão do amor emocional e superficial. Eles se apaixonam, se casam,
deixam de amor e pedem o divórcio.
O
compromisso estabelece alvos a serem alcançados
Segundo James Hunter, de “O Monge e o
Executivo”, Compromisso é Sustentar suas
escolhas. Ao fazermos os votos conjugais, assumimos o compromisso de amar, honrar, cuidar e defender o nosso cônjuge e
ser-lhe fiel, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade, na
alegria e na dor. Comprometemos também a viver ao seu lado até que a morte nos
separe. E estes compromissos se tornam a nossa meta, o nosso alvo. Todo
casamento está sujeito a crises, mas quando o casal leva a sério o compromisso e o seu alvo é viver juntos
até que a morte os separe, torna-se mais fácil superar as crises.
O
Compromisso Produz Segurança
O amor é algo sublime, mas só o compromisso produz Segurança. Todos os
que estão casados, pelo menos há alguns anos, sabem que nenhuma união
significativa ou duradoura pode ser construída sobre a filosofia: ‘viveremos
juntos enquanto o amor durar’. O casamento só irá durar sob o compromisso. Só o compromisso é que pode dar segurança ao casamento.
Pensamento:
“o cônjuge mais feliz não é aquele que se
casou com a melhor pessoa, mas aquele que consegue extrair o que há de melhor
na pessoa com quem se casou”.
O AMOR
O fundamento do matrimonio é o compromisso. Mas é o Amor que lhe dar alegria, romantismo,
sabor. Sem amor o casamento será frio, desinteressante, monótono. Por isso o
casal deve cuidar do amor, alimentar
o amor, investir no amor (1Co
13.1-3). Para transformar o casamento que você tem no casamento que você quer,
é necessário cultivar o amor.
FICAR MAIS TEMPO JUNTOS
“Um estudo feito por um sociólogo
Húngaro, Karoly Varge, que incluiu 30.000 pessoas em onze países, destaca que a
estabilidade do casamento e do lar depende do tempo gasto em conversar. Quanto
mais tempo gastamos um com o outro, tanto mais desejamos a companhia
recíproca”. Marido e mulher precisam
ficar juntos para cultivar o amor. Ficar mais tempo juntos é importante
para cultivar o amor e, também, para resolver no nascedouro os problemas que
possam surgir entre os cônjuges.
As cortesias, as amabilidades, o
romantismo e o carinho do período de namoro não podem cessar após o casamento. O amor
que dura não é o que nos levou ao altar, mas aquele manifestado e
experimentado todos os dia. (1Co 13.4-7). E quando não existe mais amor? “A única coisa que se podem fazer é aprender
a amar de novo”. Cultivar o amor faz com que ele cresça e amadureça. E
ressuscite, caso tenha morrido.
A COMUNICAÇÃO DO AMOR
Sentir-se amado é uma das necessidades
básicas do ser humano. Mas, amar não é fácil. Difícil também é saber a forma
correta de comunicar ao nosso cônjuge o nosso amor. O Dr, Gary Chapman,
conselheiro matrimonial, depois de estudos e pesquisas, reuniu em cinco grupos
as formas das pessoas expressam e recebem manifestações de amor. Ele
classificou esses grupos e deu-lhes a denominação de As Cincos Linguagens do Amor. São elas: (1) palavras de afirmação (2)
qualidade de tempo (3) receber presentes (4) formas de servir e (5) toque
físico. (faço tudo por minha esposa, e ela continua insatisfeita) (dar vinho por água)?
(1) palavras
de afirmação: Elogios, palavras de apreciação ou encorajamento para
elevar a auto-estima e se sentir amadas
e felizes. Esses instrumentos criam intimidade, curam feridas e permitem a
livre expressão dessas pessoas.
(2)
qualidade de tempo: algumas
pessoas só captam a declaração e a afirmação de amor de seu cônjuge por meio de
atenção dedicada a elas. Elas só se sentem amadas, aceitas e queridas quando
seu cônjuge dedica-lhe tempo, compartilhando, ouvindo e participando de suas
atividades. Elas precisam da companhia
atenciosa de seu cônjuge. Necessidade emocional e psicológica de ser
curtidas pelo cônjuge.
(3) receber
presentes: Outras só captam a declaração e a afirmação de amor de seu
cônjuge através dos presentes que ele lhe dá. Os presentes são símbolos visuais
do amor. O valor monetário do presente é secundário. A menos que haja
discrepância entre o que se deu e o que se poderia oferecer. O presente
demonstra preocupação e amor pelo cônjuge.
(4) formas
de servir: outras só se sentem amadas quando seu cônjuge faz coisas que
elas apreciam. Elas captam a declaração e a afirmação de amor de seu cônjuge
por meio dos serviços que o cônjuge lhe presta, fazendo para elas aquilo que
elas consideram importante. – exemplo: ajudar a cuidar dos filhos, ajudar nas
tarefas domésticas – preparar os pratos que apreciam, dar-lhe tudo nas
mãos. Elas só sentem-se amadas quando
são servidas.
(5) toque
físico: Existem também aquelas que só captam a declaração e a afirmação de
amor de seu cônjuge por meio de toque físico.
Pode ser afago, abraço, beijo ou outras formas de toques amorosos. O
toque amoroso varia de uma pessoa para outra. Mas todas têm algo em comum:
emocionalmente anseiam pelo toque físico de seu cônjuge. Os elogios, as
palavras de apreciação, as palavras de encorajamento, a companhia atenciosa do cônjuge,
os presentes ou outras coisas que seu cônjuge faz para elas não satisfazem as
necessidades emocionais e psicológicas dessas pessoas. Ainda que isso seja
importante para elas, não será o suficiente para que se sintam realmente
amadas.
COMO
DESCOBRIR A LINGUAGEM DO AMOR?
1)
Preste atenção nas reclamações de seu
cônjuge;
2)
Estimule seu cônjuge a revelar-lhe suas
necessidades;
3)
Recorde o passado; paixão do namoro, por
exemplo;
4)
Sonhe com o ideal – como seria o seu
cônjuge ideal?
5)
Reveja as cinco linguagens de amor –
faça uma lista
6)
Converse francamente com seu cônjuge – 1.
Cuidado com as palavras; 2. Cuidado com o tom de voz; 3. Cuidado com o momento
certo para falar.
Lembre-se
de que investir na felicidade de seu cônjuge é investir em sua própria
felicidade.
Do Livro Oficina de casamento, Rev. Adão Carlos Nascimento
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