Brian Croft é o pastor da Auburndale Baptist Church, em Louisville (Kentucky). Além de contribuir para o blog do ministério 9 Marks, Brian também escreve em seu próprio blog, em: practicalshepherding.com. Brian é casado com Cara, e têm quatro filhos.
Como um
pastor enfrenta o ser atacado por
alguns de seus membros de igreja mais apoiadores?
Uma das situações
mais dolorosas com que você se depara no ministério ocorre quando aqueles que
são seus maiores apoiadores se voltam contra você. Posso lembrar que tremi ao
ler estas palavras de Spurgeon: “Prepare-se para quando o seu mais querido
irmão o trair”. O quê? Você está dizendo que isso acontecerá.
Em mais de 16 anos de ministério, ainda posso lembrar a
carta mais dolorosa e odiosa que já recebi. Era de um dos mais queridos
apoiadores e defensores de meu ministério e de mim mesmo, um irmão que acabara
de deixar a igreja por causa de uma decisão difícil que tivemos de tomar e que
o afetava pessoalmente.
Como você
enfrenta esse tipo de traição? Três sugestões:
Reaja com longevidade em mente. A reação natural que todos temos é lidar
como se o problema TIVESSE de ser resolvido agora mesmo. O fato é que raramente
temos o poder de produzir qualquer tipo de reconciliação entre nós e a parte
ofendida, especialmente se eles interrompem a comunhão e abandonam a igreja.
Isso não significa que não tentamos, mas o fato é que frequentemente a
reconciliação não acontece com rapidez. Isso nos leva à próxima sugestão.
Não diga nem faça qualquer coisa que você
lamentará anos depois. Embora o pastor seja frequentemente o
alvo, ele também tem o poder e as condições na igreja para manipular a situação
em seu favor. Por exemplo, pessoas saem furiosas por causa de uma situação, e
na próxima assembleia a congregação quer saber por quê. Quando me vi nessa
situação e fui tentado a expressar para a congregação, naquele momento, toda a
mágoa, ira, frustração e desapontamento, não o fiz pela graça de Deus. Não
cometa esse erro. Eu queria, mas não parecia correto. Quando olho para trás e
recordo aquela assembleia, atacar verbalmente aquelas pessoas que não estavam
presentes teria sido pecaminoso e teria fechado a porta para uma reconciliação
futura com elas, anos depois. Por isso, permaneci em silêncio.
Assegure-se de ter outros homens ao seu
redor para ajudá-lo a discernir as acusações. Essa é a razão por que você precisa de
outros pastores ao seu redor. Um ataque pessoal contra você, seu caráter e seu
ministério exige uma opinião mais objetiva para avaliar acuradamente as
acusações. Um ataque pessoal dirigido por um membro de igreja amado sempre
incitará as emoções que obscurecerão o seu julgamento. Deixe que outros
pastores que o conhecem bem e podem falar honestamente sobre a sua vida avaliem
as críticas. Há verdade nelas? Outros homens biblicamente qualificados em sua
igreja que conhecem a pessoa que o ataca serão os seus melhores meios de
discernimento. Então, submeta-se a esses homens.
A razão por que resolvi escrever sobre isto é esta carta
significativa que recebi na semana passada. Foi
escrita pela mesma pessoa que escreveu a mais dolorosa carta que mencionei
antes. A essência da carta é resumida nesta seção:
Por vários anos, tenho lutado contra a
ideia de escrever-lhe. Realmente, eu não sabia o que dizer ou como tratar do
assunto. Quero pedir-lhe perdão pela carta que lhe escrevi quando deixei a
igreja. Senti-me magoado e traído por você, quando na realidade eu estava
enganado. Por favor, aceite meu sincero pedido de perdão.
Uma carta bastante
amável foi também enviada para minha esposa. Quão bondoso é o Senhor para nós
nesses momentos! Embora eu ainda sustente a decisão que tive de fazer,
certamente fiz algumas decisões dolorosos em meio ao processo de lidar com
aquela situação desagradável. A carta mais recente nos levou, eu e minha
esposa, a refletir sobre a humildade genuína dessa pessoa e sobre a graça de
Deus o dom da reconciliação com alguém que era e ainda é muito querido para
nós.
Infelizmente, como
muitos de vocês, também poderia escrever este post sobre outras situações que
ainda não foram resolvidas, e lágrimas se formam em meus olhos quando penso
nesses relacionamentos desgastados. Isso sempre fará parte do ministério
pastoral. No entanto, estou aprendendo que o horário de Deus para essas
questões é comumente bem mais devagar do que o nosso. Deus nos amadurece como
pastores à medida que esperamos. Portanto, enquanto isso, nos dolorosos
momentos de traição, atente para estas sugestões. Apegue-se a Cristo como sua
consolação, alegria e aquele que sempre estará com você nesses momentos. Não se
esqueça de pedir a Deus que um dia restaure qualquer relacionamento que ainda
está rompido. Estou aprendendo com a admirável bondade e poder de Deus. Ele é
capaz.
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