sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Por que Fazer Missões?

 “Missões” tem sido a palavra mais ouvida atualmente em nossos círculos. Não seria um exagero, perguntam alguns? Por que se fala tanto em missões, ultimamente? Talvez a pergunta deveria ser: por que não se falou mais em missões anteriormente? O espírito missionário precisa caracterizar a Igreja se ela quiser ser igreja de Cristo. Não se concebe uma igreja viva, dinâmica e crescente, sem o espírito missionário. Ele faz parte da própria natureza da igreja, como agente do reino de Deus. Propagar as boas novas do Evangelho, ser o sal da terra e a luz do mundo, influenciar a sociedade, tudo isso é tarefa da igreja como corpo vivo, como agente transformador. A igreja é enviada ao mundo por Cristo assim como Cristo foi enviado ao mundo pelo Pai. É o que se entende por “apostolado da igreja”. Jesus disse na Sua oração sacerdotal: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo” (João 17:18). Por isso, queremos dar algumas respostas à questão em epígrafe: Por que Missões?

 Porque é um mandamento de Cristo
 Os mandamentos de Cristo não são sem propósito nem arbitrários. Eles têm uma razão, uma finalidade. Mas isto será visto depois. Aqui queremos apenas estabelecer o argumento de que não nos cabe discutir uma ordem superior. Se ensinamos aos nossos filhos que não é legítimo questionar ordens de superiores, sejam dos próprios pais ou de professores, patrões, governos, etc, porque a autoridade sobre nós constituída é ministro de Deus (Rm 13:1-2; Ef 6:1-2, 5-7, etc), com que direito podemos questionar um mandamento emanado do próprio Senhor da igreja?
Aos apóstolos e discípulos Seus, Jesus disse: Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século (Mt 28:19-20). É verdade que esta ordem foi dada primeiramente aos apóstolos e alguns dos aspectos nela envolvidos dizem respeito mais particularmente a eles, como os que iriam estabelecer a igreja neotestamentária e dar-lhe organização formal. Batizar os primeiros discípulos e ensinar-lhes “a guardar todas as coisas” que Jesus tinha ordenado só os apóstolos poderiam fazer, porque só eles receberam essa autoridade e só eles receberam de Jesus  os ensinamentos, tanto aqueles que Ele lhes tinha dado pessoalmente, durante Seu ministério terreno, como os que deu mais tarde, por revelação do Espírito Santo, para que escrevessem as Escrituras do Novo Testamento. Jesus tinha prometido isso a eles, conforme João 14:26: mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”  e 16:12-14: Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora;  quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.  Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.

 Os apóstolos estabeleceram a igreja com oficiais e governo e a implantaram em, praticamente, todas as regiões do mundo conhecido. Não só nos campos mencionados em Atos dos Apóstolos e nas epístolas, mas conforme a tradição,  em vários outros lugares como a Índia, a Etiópia, etc, etc. A partir dos apóstolos, o trabalho missionário passou a ser função essencial da igreja, parte da sua própria natureza. É interessante que não encontramos os apóstolos dando um outro mandamento, semelhante ao de Cristo, em seus escritos. Encontramos sim, o testemunho de que estavam cumprindo a sua tarefa de “pregar”, porque esse foi o mandamento que receberam (cf. At 5:42; 16:6; Rm 15:20; 1 Co 1:17; 9:16; 2 Co 2:12; Ef 3:8, Tt 1:3etc.). Mas nem por isso a igreja do período apostólico deixou de ser missionária. Em Atos 8:4 lemos que, entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. A igreja não precisou de outro mandamento. Entendeu que aquele, dado aos apóstolos, se aplicava a ela também e apenas seguiu o exemplo dos que iniciaram e estabeleceram esse trabalho. Isto também não quer dizer que os apóstolos não ensinaram a igreja sobre a sua tarefa de agente do Reino. Paulo ordenou a Timóteo que ensinasse a homens fiéis que pudessem, por sua vez, ensinar a outros:  E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros ( 2Tm 2:2). É assim que a igreja vem aprendendo e transmitindo o ensinamento de Cristo. Pedro disse que nossa tarefa, como raça eleita e sacerdócio santo, é proclamar as virtudes de Deus: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pd 2:9). A igreja só pode cumprir sua tarefa de ensinar a outros e proclamar as virtudes daquele que a redimiu se estiver presente entre os homens, em todos os lugares, e essa presença se faz através da sua expansão. E a sua expansão foi o motivo da ordem “Ide e fazei discípulos de todas as nações”.

Agosto é o mês de Missões na Igreja presbiteriana do Brasil. Em 12 de agosto de 1859, desembarcou, vindo dos estados Unidos da América, o Missº. Ashebel Green Simonton. Nascia o presbiterianisno em terra brasileira. Oremos por missões, pois a obra é inacabada.

Pr. josé francisco.

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