terça-feira, 17 de março de 2009

O relatório da vergonha

Conferência Episcopal dos EUA divulga documento que mostra a dimensão dos crimes sexuais cometidos por padres.
Somente no ano de 2008, a Igreja Católica nos Estados Unidos desembolsou mais de US$ 400 milhões (algo perto de 1 bilhão de reais) devido ao problema dos padres pedófilos – sacerdotes que cometem abuso sexual contra menores. Quase tudo foi destinado a cobrir indenizações determinadas pela Justiça a vítimas e suas famílias ou para compor acordos com elas. A informação consta de relatório divulgado esta semana pela Conferência Episcopal americana. Apesar da cifra estratosférica, as despesas do ano passado foram 30% menores que as de 2007 (526 milhões de dólares), quebrando uma escalada de valores que já durava três anos. Contudo, a quantidade de denúncias aumentou – foram 803 supostos novos casos de abusos por parte de membros do clero em 2008, contra 692 relatos n ano anterior.
Cerca de 500 pessoas receberam o dinheiro no ano passado. A Igreja destinou ainda US$ 22 milhões (cerca de 55 milhões de reais) em tratamentos médicos e psicológicos para as vítimas. Contudo, a maioria dos casos que desencadearam as indenizações ocorreu nas décadas de 1960 e 70, segundo relatório da Conferência Episcopal americana. O documento, elaborado a partir de informações colhidas em quase duzentas paróquias e dioceses dos EUA, é bem completo e desce a minúcias. Segundo as estatísticas, pelo menos uma a cada cinco vítimas tinha menos de 10 anos quando sofreu o abuso. Muitos dos religiosos apontados como agressores já morreram ou não exercem mais o sacerdócio
O relatório destaca ainda a adoção da Carta para a Proteção das Crianças, que foi aprovada pelos bispos católicos americanos em 2002. Naquele ano, o problema veio à tona quando se descobriu que o arcebispo de Boston, Bernard Law, protegeu subordinados que haviam cometido abusos contra jovens membros de suas igrejas. O clérigo foi muito criticado porque não levou as denúncias às autoridades judiciárias, preferindo tratar do problema internamente. Um dos padres pedófilos havia sido transferido de paróquia diversas vezes, sempre cometendo novos crimes onde chegava.

(Fonte: Agência EFE)

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