segunda-feira, 14 de abril de 2014

A DOUTRINA DA PERSEVERANÇA DOS DANTOS

EVIDÊNCIAS BÍBLICAS DA DOUTRINA
Vamos começar com uma promessa bíblica que se cumpre em cada eleito de Deus (os verdadeiros israelitas), Jr 32:38-40: “Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias... Farei com eles aliança eterna segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim”.
O que diz o salmista no Sl 34:7? “O anjo do Senhor acampa se ao redor dos que o temem, e os livra”. É por isto que o salvo persevera na salvação: porque não somos deixados por nossa própria conta. O anjo do Senhor nos livra do pecado, da nossa natureza pecaminosa, e do arqui-inimigo das nossas almas.
E Jesus, o que diz? “Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5:24). “Em verdade, em verdade vos digo: Quem crê, tem a vida eterna”(Jo 6:47). “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente...
“(Jo 6:51). “Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14). Estes, e muitos outros textos que poderiam ser acrescentados, afirmam a mesma coisa: aqueles em cujos corações foi aplicada a obra da redenção, pela fé, passaram definitivamente da morte para a vida. A vida que receberam é eterna e não transitória. Aquele que come do pão do céu vive eternamente. Quem bebe da água da vida nunca mais terá sede, para sempre. A fonte não seca; o suprimento é abundante. Esta é a natureza da nova vida que recebemos de Cristo: vida eterna.
O que Jesus quer enfatizar com esta linguagem? Ele deixa bem claro no capítulo 10:27-29:
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar.
Pode haver ensino mais claro do que este da doutrina da perseverança dos santos? A doutrina da perseverança dos santos não é doutrina apenas calvinista, nem agostiniana, nem paulina; é, sim, o ensino inequívoco do Senhor Jesus. Ninguém pode arrebatar-nos das mãos de Deus. Não há poder no mundo visível ou invisível capaz de separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus. Por quê? Jesus responde:
A vontade de quem me enviou é esta: Que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, Eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer, tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia. (Jo 6:39-40).
Passemos agora para as cartas do apóstolo Paulo: “O pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e, sim, da graça ‘, diz ele em Rm 6:14. O que este texto quer dizer é que, no estado de graça, não apenas estamos livres da condenação da lei, mas também do domínio do pecado. Antes, reinou o pecado; agora, reina a graça pela justiça para a vida eterna (5:21), Não se trata de exortação, mas de promessa; não temos aqui um imperativo, mas um indicativo. É uma afirmativa inspirada que nos assegura que o pecado não terá domínio sobre os salvos. Na vida dos redimidos quem prevalecerá é a graça, e não o pecado.
Em Romanos 14:4, Paulo está exortando os que não comiam carne a que não julgassem os que comiam. Neste contexto ele pergunta: “Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster” Esta era a convicção do apóstolo: Deus é poderoso para sustentar os seus servos. A perseverança dos salvos manifesta a eficácia da força do poder de Deus. Perseverar na graça não é obra humana, mas divina; não é obra natural, é sobrenatural.
Em Fp 1:6, o apóstolo manifesta a convicção que tinha desta verdade aos crentes de Filipos: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós, há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus”. É irreversível; a obra da redenção, uma vez iniciada, será inevitavelmente consumada, visto que foi determinada na eternidade. Não poderia ser de outro modo, pois “os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis (sem arrependimento)59” (Rm 1 1:29). Se a vocação do povo de Israel como povo escolhido para receber a graça (comum) da influência evangélica é irrevogável (Rm 11:25-26), que dirá a vocação para a salvação, a graça especial da redenção?
Na carta aos Hebreus também encontramos um texto digno de consideração:
Porque com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito: Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei nos seus corações as minhas leis, e sobre as suas mentes as inscreverei... Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades  para sempre. Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado. (Hb 10: 14-18).
O argumento do autor de Hebreus, aqui, é que o sacrifício de Cristo foi eficaz para aperfeiçoar para sempre os santos. Deus havia prometido que colocaria no coração do Seu povo as Suas leis; e que os perdoaria de tal sorte, que não mais lembraria das suas iniquidades para sempre. Pois bem, Ele o fez. O sacrifício de Cristo tem valor eterno; redime para sempre.
Podemos concluir com 1 Pedro 1:5. Pedro está escrevendo aos “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo...” (1:2). Ele começa a sua carta, como Paulo em Efésios, bendizendo “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos; (ou seja) para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros.. (1:3-4). Para vós outros, quem? Para os eleitos. O que mais? “.. que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1:5). O que Pedro nos diz aqui, é que a consumação da nossa salvação (a posse plena da nossa herança celestial) é segura (está reservada), porque é o próprio poder de Deus que nos guardará até lá. É o próprio Espírito Santo quem age com todo o Seu poder, guardando nos até a consumação plena da nossa redenção. Por isso exultemos, irmãos, embora no presente, se necessário, sejamos contristados por várias provações. Pois tudo tem como objetivo confirmar a fé, e redundará em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.
Muitos outros textos poderiam ser relacionados aqui. Mas, se estes não forem suficientes para convencer-nos da gloriosa e confortadora verdade da perseverança dos santos, outros o fariam?

Do Livro "A Doutrina da perseverança dos santos - Extraído do livro: Calvinismo, As Antigas Doutrinas da Graça, páginas 89-100. Editora Os Puritanos.

Continua... PECAR? É POSSÍVEL; APOSTATAR? NUNCA.

Nenhum comentário: