Segundo Wayne
Cordeiro*, a décima primeira característica da igreja irresistível, aquela que
Deus ama abençoar, é a humildade. Ela é demonstrada quando a igreja segue o
ensinamento encontrado em Tiago 4.10 e se humilha, de modo que o Senhor possa
elevá-la no tempo devido. Esse ensinamento também está presente em 1Pedro
5.5,6: "[...] 'Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos
humildes'. Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele
os exalte no tempo devido".
Humildade
é lembrar quem somos à luz de quem é Deus. Como cristãos, temos uma tarefa
vital que não queremos perder de vista. É fácil nos envolvermos em muitas
coisas e perdermos aquilo que Deus espera que sejamos. Mas somos chamados para
servir a Deus e para dedicar a nossa vida a questões importantes. Às vezes o
que é importante pode surpreender-nos. Mateus 10.42 diz que até um copo de água
fresca dado em nome de Jesus não ficará sem recompensa. Nosso convite é para
representarmos e irradiarmos Cristo, sermos embaixadores dele, pensarmos o que
ele pensa e falarmos o que ele fala. Nosso chamado é para servir a Deus de
qualquer maneira que ele nos peça.
A
Bíblia diz em João 10.10 que o Diabo tem o propósito de nos destruir. Uma das
principais maneiras pela qual ele tenta fazer isso é por meio da distração. Se
focarmos os olhos nas sutilezas do pecado, será bem menor a probabilidade de
enchermos nossa alma com Cristo, o verdadeiro pão da vida. É fácil distrair-nos
do nosso chamado. Conta-se a história de uma centopeia que viajava por uma
estrada. Um rato saiu correndo atrás dela e disse:
—
Ei,
você tem tantas pernas, como sabe que perna deve colocar na frente?
—
Para
ser franca, nunca parei para pensar nisso — respondeu a centopeia.
O inseto começou
então a considerar todas as possibilidades, e isso a distraiu de tal modo que
ela não foi mais capaz de sair do lugar. Não sabia qual perna mexerem primeiro
lugar, em segundo, em
terceiro e assim por diante.
O mesmo vale no nosso
caso. A humildade impede que nos distraiamos e nos desviemos da nossa tarefa
principal. O oposto da humildade é o orgulho,
que nos enreda os pés de modo que desaprendemos a andar. Ele ergue a cabeça
sempre que a atitude que adotamos em relação à nossa posição, aos nossos bens e
às nossas realizações — a nós mesmos, enfim — vai além de um justificável
respeito próprio.
E claro que
existe um tipo saudável de orgulho — por exemplo, não é errado sentir orgulho
da nossa herança, ou do time de futebol da nossa filha. No entanto, o orgulho
se torna pecado quando nos achamos melhores do que somos, ou quando começamos a
acreditar que somos os grandes responsáveis por nosso sucesso, ou quando
pensamos em nós mesmos como se fôssemos o centro do universo. Esse tipo
perigoso de orgulho pode ser traiçoeiro se encontrado em nossas igrejas.
O orgulho pode
assumir a forma de poder quando acreditamos que merecemos determinado sucesso.
Ou pode tomar a forma do excesso de confiança. Ou pode ser a sutil transição
para o sentimento de superioridade, quando começamos a nos imaginar à prova de
bala. Basta termos algumas histórias bem-sucedidas para contar e já acreditamos
que o nosso modo de ver uma situação é o mais correto. E fácil escorregar pela
ladeira da irresponsabilidade e da aversão à correção.
Por outro lado,
humildade não tem a ver com sermos severos demais ao nos repreendermos. Tem a
ver com servir e exaltar a Cristo. Na prática, a humildade se faz presente
quando descobrimos que nossa maior alegria é doarmos nossa vida. A recompensa
não é o aplauso, mas a consciência de que conseguimos servir a Cristo. Esse
tipo de humildade não se adquire facilmente. Mas pode ser obtida
intencionalmente. O motivo? A humildade não é algo natural para nós, seres
humanos. Atos de humildade devem ser intencionalmente planejados e então
implementados com consistência até se tornarem naturais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário