segunda-feira, 4 de novembro de 2013

HUMILDADE, UMA MARCA CRISTÃ

Segundo Wayne Cordeiro*, a décima primeira característica da igreja irresistível, aquela que Deus ama abençoar, é a humildade. Ela é demonstrada quando a igreja segue o ensinamento encontrado em Tiago 4.10 e se humilha, de modo que o Senhor possa elevá-la no tempo devido. Esse ensinamento também está presente em 1Pedro 5.5,6: "[...] 'Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes'. Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido".
Humildade é lembrar quem somos à luz de quem é Deus. Como cristãos, temos uma tarefa vital que não queremos perder de vista. É fácil nos envolvermos em muitas coisas e perdermos aquilo que Deus espera que sejamos. Mas somos chamados para servir a Deus e para dedicar a nossa vida a questões importantes. Às vezes o que é importante pode surpreender-nos. Mateus 10.42 diz que até um copo de água fresca dado em nome de Jesus não ficará sem recompensa. Nosso convite é para representarmos e irradiarmos Cristo, sermos embaixadores dele, pensarmos o que ele pensa e falarmos o que ele fala. Nosso chamado é para servir a Deus de qualquer maneira que ele nos peça.
A Bíblia diz em João 10.10 que o Diabo tem o propósito de nos destruir. Uma das principais maneiras pela qual ele tenta fazer isso é por meio da distração. Se focarmos os olhos nas sutilezas do pecado, será bem menor a probabilidade de enchermos nossa alma com Cristo, o verdadeiro pão da vida. É fácil distrair-nos do nosso chamado. Conta-se a história de uma centopeia que viajava por uma estrada. Um rato saiu correndo atrás dela e disse:
   Ei, você tem tantas pernas, como sabe que perna deve colocar na frente?
   Para ser franca, nunca parei para pensar nisso — respondeu a centopeia.
O inseto começou então a considerar todas as possibilidades, e isso a distraiu de tal modo que ela não foi mais capaz de sair do lugar. Não sabia qual perna mexerem primeiro lugar, em segundo, em terceiro e assim por diante.
O mesmo vale no nosso caso. A humildade impede que nos distraiamos e nos desviemos da nossa tarefa principal. O oposto da humildade é o orgulho, que nos enreda os pés de modo que desaprendemos a andar. Ele ergue a cabeça sempre que a atitude que adotamos em relação à nossa posição, aos nossos bens e às nossas realizações — a nós mesmos, enfim — vai além de um justificável respeito próprio.
E claro que existe um tipo saudável de orgulho — por exemplo, não é errado sentir orgulho da nossa herança, ou do time de futebol da nossa filha. No entanto, o orgulho se torna pecado quando nos achamos melhores do que somos, ou quando começamos a acreditar que somos os grandes responsáveis por nosso sucesso, ou quando pensamos em nós mesmos como se fôssemos o centro do universo. Esse tipo perigoso de orgulho pode ser traiçoeiro se encontrado em nossas igrejas.
O orgulho pode assumir a forma de poder quando acreditamos que merecemos determinado sucesso. Ou pode tomar a forma do excesso de confiança. Ou pode ser a sutil transição para o sentimento de superioridade, quando começamos a nos imaginar à prova de bala. Basta termos algumas histórias bem-sucedidas para contar e já acreditamos que o nosso modo de ver uma situação é o mais correto. E fácil escorregar pela ladeira da irresponsabilidade e da aversão à correção.
Por outro lado, humildade não tem a ver com sermos severos demais ao nos repreendermos. Tem a ver com servir e exaltar a Cristo. Na prática, a humildade se faz presente quando descobrimos que nossa maior alegria é doarmos nossa vida. A recompensa não é o aplauso, mas a consciência de que conseguimos servir a Cristo. Esse tipo de humildade não se adquire facilmente. Mas pode ser obtida intencionalmente. O motivo? A humildade não é algo natural para nós, seres humanos. Atos de humildade devem ser intencionalmente planejados e então implementados com consistência até se tornarem naturais.

*CORDEIRO, Wayne. A Igreja Irresistível, São Paulo, Editora Vida, 2012, p. 130/1.

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