Existem diversos elementos relacionados à qualidade e ao poder do
louvor: a música, a letra, sua origem e seu propósito. Entretanto, ainda que
determinada composição musical seja feita sob a unção do Espírito Santo e
contenha todas as características desejáveis, sua aceitação diante de Deus vai
depender também de quem está cantando, ou seja, sua situação espiritual. Uma
linda obra de arte pode ser destruída se estiver em mãos erradas ou em mãos
sujas.
"Aos retos fica bem o louvor" (Salmo 33.1). Deus não quer o
louvor do ímpio, nem do cristão que estiver em pecado (Salmo 50.16-17). O que o
Senhor deseja nesses casos é a conversão e o arrependimento. Se um filho
ofendeu ao pai, deverá se reconciliar antes de tentar agradá-lo com palavras.
Se estivermos sujos diante de Deus, nossa oferta se tornará abominável
aos seus olhos, ainda que ela represente um sacrifício para nós (I Sm15.22;
Is.1.13; Mt 5.23-24). Toda espécie de oração que fizermos será rejeitada
(Pv 28.9), a não ser aquela que venha trazer nossa confissão de pecado. Nossa
música se tornará um barulho insuportável aos ouvidos de Deus (Am 5.23). Assim,
o louvor será apenas um rito religioso vazio.
Aquele de louva e adora ao Senhor precisa estar puro, afim de não
contaminar e inutilizar a sua oferta. Isto é válido para todos os cristãos e
especialmente para os que se dedicam ao ministério na casa de Deus.
"Purificai-vos, vós que levais os vasos do Senhor" (Is 52.11).
O profeta Malaquias disse que Deus, como um lavandeiro e um ourives,
purificaria os levitas para que trouxessem ofertas aceitáveis diante do altar
(Ml 3.1-4). Vemos, nessa passagem, dois processos purificadores:
1- O lavandeiro trabalha com sabão e água, que é um símbolo da palavra
de Deus (João 15.3; Ef 5.26). Quando pecamos, O Senhor nos fala amorosamente
para que tomemos atitudes de conserto.
2 - O ourives trabalha com fogo, que simboliza a tribulação e a ira de
Deus (I Pd 1.6-7; Jr 4.4). Quando não damos ouvidos à palavra, entramos em
tribulações. O fogo age mais profundamente, destruindo impurezas que a água não
conseguiu tirar. Muitas tribulações poderiam ser evitadas se tomássemos as
atitudes certas no tempo certo. Quando somos atribulados, nossa consciência se
desperta para o reconhecimento do pecado.
Precisamos receber a palavra de Deus e corrigir as nossas ações antes
que venha o fogo do ourives. O arrependimento, a confissão e o conserto farão
com que o nosso louvor seja puro e suba diante de Deus como oferta suave e
aprazível.
Autor: Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.
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