terça-feira, 12 de junho de 2012

CARTA AOS PAIS (do Brasil)


Queridos pais, para o Brasil tornar-se o país do futuro, com a justiça sendo uma de suas bases sólidas é necessário enraizar a justiça de Deus - não a dos homens - no coração dos nossos filhos, futuro desta nação. É absolutamente imprescindível acontecer uma transformação radical na mente e coração do povo. As leis brasileiras não podem criar em cada cidadão um senso de justiça, nem mesmo assegurar que a punição será executada, pois o "jeitinho brasileiro" está tão arraigado, apegado à cultura, que sempre encontra um modo de burlar as leis. É exatamente por isso, que grande parte deste livro enfocará disciplina e correção de filhos. Muito depende de você, papai e mamãe! Por quê? Não é preciso apenas uma disciplina justa, correta e amorosa. Existe algo ainda mais importante!
Sem dúvida alguma, creio que a maior necessidade dos filhos é ter modelos a seguir. Não me refiro a modelos encontrados em revistas de moda, nem nos desfiles apresentados na TV, pessoas bonitas, com cabelos impecavelmente penteados, corpos perfeitos, peles bem tratadas e posturas elegantes. O propósito delas é nítido: chamar a atenção do consumidor para algum produto. Refiro-me, porém, a fornecer exemplos a nossas crianças, adolescentes e jovens de como a vida deve ser vivida. Como pais, às vezes esquecemos que desfilamos na passarela da vida ante pequeninos olhos, mostrando-lhes o cotidiano; como vivê-lo, seus valores. Quer queiramos ou não, estamos no palco diante de uma plateia que observa atentamente cada um de nossos movimentos. Essas crianças não pagam entrada, não fazem anotações e nem mesmo têm consciência de que assistem a um "show". Mas ele está se desenrolando. Cada dia, crianças, adolescentes e jovens - futuros adultos estão sendo ensinados pelos pais, vizinhos, parentes, amigos, líderes da comunidade, da igreja, do governo. Analisando nossas vidas como pais, que tipo de valores nossos filhos têm aprendido? Num momento de franqueza e lucidez, diríamos que muito da vida nos é oferecido graciosamente, como apanhar uma flor, apreciar um pôr do sol, abraçar uma criança. Entretanto, nos entregamos a anseios que nos levam a construir castelos efêmeros e temporários, erguidos com dispendiosos carros, brinquedos caríssimos, sons de última linha (que amanhã já estarão ultrapassados), etc. É a valorização do status. Desejamos que nossos filhos cresçam pacientes, bondosos, tendo consideração pelos outros, porém eles convivem com pais descontrolados, que esbravejam obscenidades enquanto dirigem no trânsito. Cremos na integridade, na honestidade e intencionamos ver em nossos filhos essas qualidades. No entanto, eles sabem que sonegamos o imposto de renda. Tomamos posição veemente contra drogas, mas em diversos lares as crianças vêm seus pais anestesiados pelo álcool. Sonhamos que venham a ter um casamento feliz e harmonioso, entretanto eles têm que suportar em casa um ambiente de ódio, inveja, ciúme, competição, palavrões, brigas, incompreensões, explosões e separações. O que os filhos assimilam em relação às prioridades da vida? Percebem que não valorizamos relacionamentos familiares como deveríamos, enquanto dinheiro, realização pessoal e profissional nos obcecam. O que aprendem sobre moralidade? Ficam frente à TV assistindo horas de violência, sexo e infidelidade conjugal. Muitos dos próprios lideres de comunidade e da igreja lhes oferecem o mesmo exemplo. Deus nos ajude, somos péssimos modelos! Em Mateus 18.6-7, Jesus advertiu:

"Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse jogado na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos - mas ai do homem pelo qual vem o escândalo.” O maior impacto que podemos causar na vida de nossos filhos é através da forma que vivemos.

Muitas vezes, o que transmitimos a eles é: “Faça o que digo, mas não faça o que faço". Isso é errado! Seria correto se, convictos de sermos bons exemplos (inclusive no que tange a honestidade sobre nossos erros, assumindo a responsabilidade, pedindo perdão, pois não somos perfeitos), disséssemos: "Faça o que faço" - como o grande apóstolo Paulo disse à igreja de Cristo: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo." I Coríntios 11.1. Que assim seja!
Que Deus lhes dê ânimo e coragem no decorrer da leitura e estudo deste livro, na assimilação de seus conceitos em suas vidas e em seu relacionamento paternal/filial. O Brasil, neste momento de crise, precisa, desesperadamente, de filhos de justiça.
Que o Senhor os encha de sabedoria para cumprirem a parte que lhes cabe.

Abraços,
Jaime Kemp

Do Livro: Nós Temos Filhos - Jaime Kemp.



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