quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Espiritualidade Reformada

Espiritualidade é um tema recorrente nas mentes das pessoas modernas. Com o seu secularismo e materialismo prevalecentes, a cultura moderna tem falhado em satisfazer seus consumidores. Muitos estão se dando conta da veracidade do que disse Moisés aos filhos de Israel: “Não só de pão viverá o homem” (Dt 8.3). Com Cristo, em seu Sermão do Monte, indaga-se: “Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” (Mt 6.25). O resultado é um novo interesse em descobrir e abraçar com apreço as dimensões interiores e espirituais da vida humana.
O Cristianismo histórico sempre partilhou deste interesse. Fundamental à fé cristã é a convicção de que “Deus é Espírito” (Jo 4.24), e que os seres humanos são criados à imagem de Deus (Gn 1.26,27). Avaliando o estado do homem caído, o apóstolo Paulo declarou que os homens estão “alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração” (Ef 4.18). Cristo mesmo declarou “se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3).
O cultivo da vida espiritual se tem direcionado por caminhos diferentes e por tradições cristãs diferentes. O catolicismo romano tem oferecido uma espiritualidade de ritualismo e administração sacramental e, alternativamente, as disciplinas da vida monástica e a busca do misticismo. A tradição metodista wesleiana, o movimento de santidade e, mais recentemente, o pentecostalismo e o movimento carismático têm oferecido uma espiritualidade com menos conteúdo cerimonial ou intelectual e uma grande porção de emoção e subjetivismo.
O problema com grande parte da espiritualidade atual é que ela não está atada solidamente à Escritura e com muita frequência se degenera em misticismo antibíblico. Em contraste, o Cristianismo Reformado tem seguido uma vereda propriamente sua, fortemente determinada por sua preocupação em testar todas as coisas pela Escritura e em desenvolver uma vida espiritual moldada pelos ensinos e diretrizes bíblicos. A espiritualidade reformada é a solidificação da convicção de que “Toda a Escritura é dada por inspiração de Deus e útil para a doutrina, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16). Em plena dependência do Espírito Santo, ela almeja empreender o que John Murray chamou de “a piedade inteligente”, unindo o conhecimento bíblico com a piedade profundamente sincera. Dos pregadores, estudiosos e escritores que têm fomentado este tipo de espiritualidade bíblica, nenhum jamais excedeu os puritanos ingleses e seus contemporâneos escoceses e holandeses. Seu legado supera em embasar na Bíblia toda a espiritualidade, a experiência e os afetos.
Hoje se faz extremamente necessária a dupla ênfase de promover a nutrição tanto da mente quanto da alma. De um lado, confrontamos o problema da ortodoxia reformada árida, que possui o ensino doutrinário correto, porém carente da ênfase no viver vibrante e santo. O resultado é que as pessoas se curvam diante da doutrina de Deus sem aquela união vital e espiritual com o Deus da doutrina. Do outro lado, um cristianismo pentecostal e carismático oferece emocionalismo em protesto contra um cristianismo formal e sem vida, porém não está radicado solidamente na Escritura. O resultado é que as pessoas se curvam diante do alimento humano, e não diante do Deus Trino.
Desejo assim encorajar o estudo cuidadoso desta rica herança da reforma, a qual nos move mais profundamente à amizade íntima com Deus, através de nosso Irmão mais velho, o Senhor Jesus Cristo.
Soli Deo Gloria!
Fonte: trecho do livro "Espiritualidade Reformada" de Joel Beeke.
Crédito: http://www.ministeriofiel.com.br/
Joel Beeke é presidente e professor de teologia sistemática no Puritan Reformed Theological Seminary (EUA) e pastor da Heritage Netherlands Reformed...

Você se Preocupa com o Inferno?

R. C. Sproul Jr.
Nós somos pechincheiros inveterados. Somos adeptos da arte de barganhar. Romanos 1 nos ensina que, em nossa condição caída, todos nós negamos o Deus que sabemos existir. Nós sabemos que somos culpados diante dele, mas nós suprimimos essa verdade pela injustiça. Todavia, nós não queremos ser completa e definitivamente egoístas, absolutamente desenfreados. Então, nós nos sujeitamos a diversas criaturas, deuses que nós mesmos criamos. Nós estamos dispostos a ter alguém que chamemos de Deus, desde que isso mantenha o Deus vivo em xeque. Estamos dispostos a admitir alguma medida de culpa – “ninguém é perfeito” – a fim de evitarmos penetrar na plenitude da nossa perversidade. E estamos dispostos a temer alguns inconvenientes menores, desde que isso nos mantenha longe do terror.
Quando Jesus pregou o seu Sermão do Monte, ele tratou a sua audiência como se composta de crentes. Ele disse aos que estavam reunidos que eles eram a luz do mundo e o sal que preserva o mundo. Os descrentes, contudo, não deixaram de ser abordados. Ao ordenar que os crentes deixassem de lado seus ínfimos temores e abraçassem uma paixão resoluta pelo reino de Deus, ao repreender os que estavam ajuntados por se preocuparem com o que haveriam de comer e o que haveriam de vestir, ele disse: “Porque os gentios é que procuram todas estas coisas” (Mateus 6.32).
Esse preocupar-se é, também, barganhar. É uma tentativa de silenciar aquele temor horripilante, trocando-o por um temor meramente incômodo. É uma grande vitória poder suspirar, com alívio, depois de honestamente perguntar-se: “Qual a pior coisa que poderia acontecer?”. Se eu não tiver o bastante para comer, isso poderia ser ruim, sob certa perspectiva. Se eu não tiver nada para vestir, isso também poderia ser ruim, sob certa perspectiva. Qualquer uma dessas privações poderia, no máximo, levar-me à morte, por inanição ou por exposição a intempéries. Parece que, em nossos dias, isso está na raiz de nossos temores. Nós vivemos em uma cultura em que a morte é vista como uma opção a ser retardada. Exercícios, dietas, cirurgias, cosméticos e Photoshop são as ferramentas de trabalho pelas quais nós desviamos os nossos olhos da verdade de que estamos morrendo.
Nós não chegamos, contudo, ao fim da nossa barganha. Nós preferimos nos preocupar com o que comeremos ou vestiremos a nos preocupar com a morte. Mas nós preferimos nos preocupar com a morte a nos preocupar com o inferno. Afinal de contas, a morte acontece apenas uma vez, e acabou. O inferno, por outro lado, é para sempre. Eu diria que, muito mais aterrorizante do que a dor do inferno, é a sua duração. Uma grande medida de dor por um tempo relativamente curto é menos do que uma dor que dura para sempre. O que deveria preocupar os descrentes não é aquele que pode matar o corpo, mas aquele que pode matar tanto o corpo como a alma (Mateus 10.28).
Isso, por outro lado, deveria nos ensinar pelo que deveríamos ser mais gratos. Esse grande temor já não está diante daqueles que confiam somente na obra consumada de Cristo. O que nós estamos fazendo, desperdiçando nosso tempo preocupando-nos com os temores barganhados dos gentios, quando nós já estamos livres do seu supremo temor? Por que nós deveríamos nos preocupar com o que comeremos, quando nos fartamos no corpo e no sangue de nosso Senhor? Por que deveríamos nos preocupar com o que vestiremos, quando estamos vestidos da sua justiça?
O inferno, contudo, não deveria sair de nosso radar, ainda que não mais precisemos temê-lo. Primeiro, nós somos chamados a constantes agradecimentos e ações de graças pelo fato de que jamais experimentaremos o inferno. Somos chamados a lembrar-nos de que, na cruz, Cristo desceu ao inferno por nós, de que ele recebeu toda a ira e o furor do Pai que eram devidos a nós por nossos pecados. Mas, em segundo lugar, o inferno não desapareceu. Por que nós estamos preocupados com o que comeremos ou vestiremos, enquanto há pessoas lá fora que terminarão no inferno, a menos que se arrependam, mas que estão preocupadas apenas com o que comerão ou vestirão? Já é ruim o suficiente que os que desejam negar que o inferno exista se preocupem com bobagens. Quão pior é que nós, os quais afirmamos a realidade do inferno, nos preocupemos com bobagens?
Quando nós buscamos em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, não estamos meramente buscando passar pelos portões antes que eles fechem. Não é meramente a nossa entrada que buscamos, ao buscarmos o reino. Em vez disso, nós estamos envolvidos no projeto de ver a glória do reinado de Cristo sobre todas as coisas ser conhecida por todo o globo. O que significa que nós buscamos o reino ao buscarmos ser usados pelo Rei para ajuntar os eleitos dos quatro cantos do mundo. Nós buscamos o reino ao proclamarmos as boas novas a um mundo perdido e moribundo. Nós buscamos o reino quando o Espírito nos usa para tirar os tições não apenas do fogo, mas do fogo que nunca se apaga.
Nenhum de nós está consciente o bastante do inferno. Se estivéssemos, seríamos marcados tanto por gratidão como por urgência: gratidão pelo nosso próprio resgate, trabalhando com urgência para o resgate de outros. O inferno é real, e o inferno é para sempre.

Dr. R.C. Sproul Jr. é o fundador do Ministério Highlands e professor parceiro do Ministério Ligonier.
25 de Setembro de 2014 - Vida Cristã - http://www.ministeriofiel.com.br/

terça-feira, 30 de setembro de 2014

O Voto e a Igreja Cidadã

Pastoral à Igreja Cidadã

A igreja é a principal expressão da presença de Deus no mundo. Um povo santo, que celebra o Cristo ressurreto todas as vezes que congrega em comunidade, caminha pelas ruas da cidade, professa um ofício com dedicação e honra ou mesmo quando cuida da família com devoção. É povo formado por gente que deseja se parecer com Jesus.

1. A dupla cidadania
No Sermão do Monte, o Senhor Jesus apresenta o significado de uma vida vivida debaixo da dinâmica do governo de Deus sobre todas as coisas. As bem-aventuranças sinalizam um modelo de contracultura, onde o discípulo de Cristo é chamado ao protagonismo no reino dos homens, na medida em que se rende ao senhorio daquele cujo propósito na vida foi o serviço humilde, em cumprimento à vontade do Pai. 

1.1. Povo quebrantado (Mt 5.3-4)
Os cidadãos do reino de Deus são aqueles que primeiro reconhecem a insuficiência dos esforços humanos como caminho de salvação (Ef 2.8). Os que entram no reino dos céus são aqueles que sabem não serem merecedores desse reino; são desprovidos de qualquer justiça própria; são humildes/pobres de espírito e, por isso, choram, quebrantados, o choro do arrependimento e da contrição. (2Cr 7.14)

1.2. Povo humilde (Mt 5.5-6)
Povo manso/humilde é povo que entende o seu lugar no mundo, debaixo do senhorio de Cristo. Suas bandeiras serão sempre as da entrega sacrificial em amor. É povo comprometido com as causas da justiça restaurativa, desejoso por ver os valores do Reino sendo sinalizados sobre a terra (Mt 6.33).

1.3. Povo compassivo (Mt 5.7-9)
O povo de Deus, cheio da graça de Deus, é povo generoso. É gente que trata o seu próximo como criatura feita à imagem de Deus, e não como inimigo em potencial. É gente promotora de paz – não a paz “ausência de guerra”, mas a shalom, a paz que promove bem-estar completo e qualidade de vida para a coletividade. 

1.4. Povo perseguido (Mt 5.10-12)
Não há garantias de segurança para quem escolhe o caminho do discipulado. Assim como o evangelho atrai a tantos, a outros tantos ele repele. O caminho da cruz envolve arrependimento e renúncia da justiça própria; isso ofenderá muitos. A igreja cidadã compreende que o seu compromisso maior é com o eterno. Ela é esperançosa e perseverante; sua fé no Cristo ressurreto não admite o desespero.

2. Os desafios do nosso tempo 
2.1. O desafio de conhecer a realidade
O mundo que se apresenta diante de nós é marcado pela secularização, a pluralidade religiosa e o relativismo ético. A igreja do Senhor Jesus, comprometida com a missão de Deus, deve buscar conhecer a realidade em que está inserida. Deve ouvir o clamor do mundo e prestar atenção nas dores, bem como nas flores. O povo de Deus é peregrino, mas também é indígena, ou seja, da terra. Está de passagem, porém tem um compromisso com a realidade como ela se apresenta. O povo de Deus reconhece na pluralidade de manifestações culturais, científicas e religiosas, oportunidades potenciais para um serviço cristão que parta das reais necessidades de um mundo fraturado pela ação do mal.

2.2. O desafio de discernir a realidade
A igreja cidadã saberá ter objetividade em relação às necessidades reais do mundo em que vive. Lucidez é essa capacidade de avaliar com inteligência as conjunturas, nas suas dinâmicas de vida e de morte. Discernir a realidade é fazer uma aproximação crítica, atenta ao controle e à manipulação da grande mídia e de outros poderes, buscando sempre entender o porquê de as coisas serem como são. O Espírito Santo guiará a Igreja nesse entendimento.

2.3. O desafio de interceder pela realidade
O povo de Deus é chamado a interceder não somente pelas causas individuais. É preciso um posicionamento sério de oração pelas causas coletivas, pelas questões que envolvem a cidade, a nação e o mundo. Cremos em um Deus que pode transformar realidades. Por isso, é preciso compromisso intencional de intercessão pelo mundo, e estar atento às questões que envolvem as grandes estruturas para a vida em sociedade.
A igreja deve orar pela libertação de grupos oprimidos, pela saída dos homens maus dos lugares de poder, pela consolidação e garantia dos espaços democráticos de expressão. 

2.4. O desafio de intervir na realidade
Todo cristão precisa dar a sua contribuição de intervenção na realidade.
Essa contribuição responde à pergunta “O que me cabe fazer?”. A igreja brasileira constrói a sua identidade por afirmação e não somente por antagonismo.
Nós não somos salvos pelas obras, mas elas foram preparadas por Deus para que andássemos nelas (Ef 2.10). É dessa forma que a igreja intervirá propositivamente na realidade social. O Brasil é, notadamente, uma nação religiosa. Nem sempre o Estado anda em compasso com os anseios da Nação. A igreja se posiciona, no espírito de Cristo, através das causas que são legitimadas pelos valores do reino de Deus. O exercício de uma cidadania responsável é um conceito de santidade cristã.

Fonte: Cartilha Os Evangélicos e a Transformação Social, p. 28-32.  ULTIMATO - Setembro-outubro 2014

O voto evangélico


Às vésperas das eleições, o Brasil respira política – para o bem ou para o mal. O debate que vai além dos interesses individuais é sadio e necessário. No entanto, não é raro perceber que muitos diálogos são moldados por polarizações irrelevantes, interesses corporativos ou mesmo descontroles emocionais. O meio evangélico não está a salvo dessas tentações. Somos movidos, muitas vezes, por discursos pretensamente religiosos, mas pouco cristãos, e por práticas não muito éticas, mesmo usando o nome de Deus.
Por isso, publicamos a seguir dois importantes textos que podem ajudar o cristão a tomar decisões e posturas mais corretas nesta arena que toma conta do país. O primeiro chama-se “Decálogo do Voto Evangélico”, publicado na década de 90 pela então Aliança Evangélica Brasileira (AEvB). Já o segundo texto – “Pastoral à Igreja Cidadã” – foi escrito recentemente e faz parte da cartilha “Os Evangélicos e a Transformação Social”, da Aliança Cristã Evangélica Brasileira, fundada em 2010. Se o primeiro texto norteia uma postura cristã individual diante das eleições, o segundo valoriza a identidade comunitária e cidadã da igreja não somente em tempo de eleições.

Decálogo do Voto Evangélico
I. O voto é intransferível e inegociável. Com ele o cristão expressa sua consciência como cidadão. Por isso, o voto precisa refletir a compreensão que o cristão tem de seu país, estado e município.

II. O cristão não deve violar a sua consciência política. Ele não deve negar sua maneira de ver a realidade social, mesmo que um líder da igreja tente conduzir o voto da comunidade noutra direção.

III. Os pastores e líderes têm obrigação de orientar os fiéis sobre como votar com ética e com discernimento. No entanto, a bem de sua credibilidade, o pastor evitará transformar o processo de elucidação política num projeto de manipulação e indução político-partidário.

IV. Os líderes evangélicos devem ser lúcidos e democráticos. Portanto, melhor do que indicar em quem a comunidade deve votar é organizar debates multipartidários, nos quais, simultânea ou alternadamente, representantes das correntes partidárias possam ser ouvidos sem preconceitos.

V. A diversidade social, econômica e ideológica que caracteriza a igreja evangélica no Brasil impõe que não sejam conduzidos processos de apoio a candidatos ou partidos dentro da igreja, sob pena de constranger os eleitores (o que é criminoso) e de dividir a comunidade.

VI. Nenhum cristão deve se sentir obrigado a votar em um candidato pelo simples fato de ele se confessar cristão evangélico. Antes disso, os evangélicos devem discernir se os candidatos ditos cristãos são pessoas lúcidas e comprometidos com as causas da justiça e da verdade. E mais: é fundamental que o candidato evangélico queira se eleger para propósitos maiores do que apenas defender os interesses imediatos de um grupo religioso ou de uma denominação evangélica. É óbvio que a igreja tem interesses que passam também pela dimensão político-institucional. Todavia, é mesquinho e pequeno demais pretender eleger alguém apenas para defender interesses restritos às causas temporais da igreja. Um político de fé evangélica tem que ser, sobretudo, um evangélico na política e não apenas um “despachante” de igrejas. Ao defender os direitos universais do homem, a democracia, o estado leigo, entre outras conquistas, o cristão estará defendendo a Igreja.

VII. Os fins não justificam os meios. Portanto, o eleitor cristão não deve jamais aceitar a desculpa de que um evangélico político votou de determinada maneira porque obteve a promessa de que, em assim fazendo, conseguiria alguns benefícios para a igreja, sejam rádios, concessões de TV, terrenos para templos, linhas de crédito bancário, propriedades, tratamento especial perante a lei ou outros “trocos”, ainda que menores. Conquanto todos assumamos que nos bastidores da política haja acordos e composições de interesse, não se pode, entretanto, admitir que tais “acertos” impliquem a prostituição da consciência cristã, mesmo que a “recompensa” seja, aparentemente, muito boa para a expansão da causa evangélica. Jesus Cristo não aceitou ganhar os “reinos deste mundo” por quaisquer meios, Ele preferiu o caminho da cruz.

VIII. Os votos para Presidente da República e para cargos majoritários devem, sobretudo, basear-se em programas de governo e no conjunto das forças partidárias por detrás de tais candidaturas, que, no Brasil, são, em extremo, determinantes; não em função de “boatos” do tipo: “O candidato tal é ateu”; ou: “O fulano vai fechar as igrejas”; ou: “O sicrano não vai dar nada para os evangélicos”; ou ainda: “O beltrano é bom porque dará muito para os evangélicos”. É bom saber que a Constituição do país não dá a quem quer que seja o poder de limitar a liberdade religiosa de qualquer grupo. Além disso, é válido observar que aqueles que espalham tais boatos, quase sempre, têm a intenção de induzir os votos dos eleitores assustados e impressionados, na direção de um candidato com o qual estejam comprometidos.

IX. Sempre que um eleitor evangélico estiver diante de um impasse do tipo: “o candidato evangélico é ótimo, mas seu partido não é o que eu gosto”, é compreensível que dê um “voto de confiança” a esse irmão na fé, desde que ele tenha as qualificações para o cargo. Entretanto, é de bom alvitre considerar que ninguém atua sozinho, por melhor que seja o irmão em questão, ele dificilmente transcenderá a agremiação política de que é membro, ou as forças políticas que o apoiem.

X. Nenhum eleitor evangélico deve se sentir culpado por ter opinião política diferente da de seu pastor ou líder espiritual. O pastor deve ser obedecido em tudo aquilo que ensina sobre a Palavra de Deus, de acordo com ela. No entanto, no âmbito político-partidário, a opinião do pastor deve ser ouvida apenas como a palavra de um cidadão, e não como uma profecia divina.

Fonte: Núcleo de Apoio Cristão - Revista ULTIMATO Nº 350

Escolha uma igreja e volte!


Os “desigrejados” precisam voltar às suas igrejas de origem ou a outras igrejas. Só não podem continuar fora delas. A lenha fora da fogueira se apaga. O médico e pastor Paulo Brito, da Igreja Missionária Evangélica Maranata, na rua Conde do Bonfim, no Rio de Janeiro, dá excelentes dicas para quem quer voltar.

1. Não escolha a sua igreja necessariamente por causa da proximidade em relação a sua residência.

2. Escolha uma igreja cuja linha teológica ou litúrgica afine com você. Se você gosta de louvar a Deus com cânticos e palmas, não faz sentido você procurar uma igreja diferente e vice-versa.

3. Escolha uma igreja cujo pastor ministre ao seu coração. Você tem o direito de não se identificar com uma igreja cujas pregações não alimentem a sua alma. Uma pregação vazia não combina com uma alma vazia.

4. Escolha uma igreja que valorize o estudo bíblico. Tanto você como as suas crianças precisam de Escola Dominical. Cuidado com a igreja que não dá espaço nem às crianças nem aos jovens.

5. Escolha uma igreja que seja transparente quanto à arrecadação de dízimos e ofertas, que preste relatório, que tenha um conselho fiscal.

6. Escolha uma igreja que se mostre abençoada por Deus em seu ministério.

7. Escolha uma igreja que pregue contra o pecado, que fale sobre o negar-se a si mesmo sempre que for necessário.

8. Escolha uma igreja que não tenha a presunção de ser a única, a mais bíblica, a mais santa, a mais cordial, e que tenha comunhão com outras igrejas irmãs.

A Palavra de Deus é enfática: “Não deixemos de congregar-nos, como é de costume de alguns” (Hb 10.25).

Fonte: http://www.ultimato.com.br/

Tire o celular, pois a terra é santa!

Por Calebe Ribeiro
Se Moisés tivesse um IPhone na época da sarça provavelmente ele passaria por ela sem perceber o evento, ou talvez, começaria a filmar e depois la“#SemFiltro”.
O celular nos priva muitas vezes de perceber “sarças que se queimam” por aí. O que quero mostrar é que o celular também é um forte concorrente disputando o monopólio da nossa atenção.
Não me venha com esse papo de que é possível mexer em um aplicativo enquanto se conversa com alguém e ainda assim manter a atenção concentrada nas duas coisas. Bobagem! Deixou de ser atenção concentrada e tornou-se atenção fragmentada.
Nos filmes mais antigos, depois de uma boa noite de sexo, cada um virava para o seu lado da cama e acendia um cigarro, cena clássica essa. Hoje, um casal moderno e tecnológico depois do sexo vira cada um para o seu lado e vai mexer no celular, dar uma última olhada no Facebook e no Instagram.
Acordamos com o celular na nossa mão, pois ele é o nosso despertador. Tomamos café com ele, pois ficamos mandando mensagem ou lendo as notícias. Vamos para o trabalho com ele nos nossos ouvidos, pois transformou-se no nosso Ipod. Ficamos no trabalho com ele em cima da mesa e qualquer notificação já olhamos para a tela, não respeitamos nem as reuniões, nem as aulas, olhamos mesmo. Quando vamos ao banheiro não existe melhor companheiro do que um celular, só na hora do banho que fica difícil, mas agora já inventaram um que não molha. Enfim, o celular passa mais tempo com a gente do que nossas esposas, maridos, filhos, amigos.
Estou para completar um ano de casado e percebi que toda vez que minha esposa e eu levamos o celular para a cama nos privamos de conversar um com o outro. Ficamos em silêncio olhando para a tela do celular e algumas vezes comentamos alguma coisa. Depois de desligados os celulares (de forma forçada, pois a bateria já chega nos 5%) falamos boa noite um para o outro e dormimos.
Comecei a perceber que os últimos trinta minutos do meu dia, dos quais poderia passar conversando com minha esposa, passei na verdade de olho na telinha. Engraçado que quando compartilhei essa realidade com alguns amigos eles riram e falaram passar pela mesma situação.
Propus um acordo com minha mulher, o de não levar tecnologia para a cama. Estamos nos adaptando a essa nova realidade, ficar sem o celular é como se sentir nu, somos viciados àquela zapiada rapidinha que, na verdade, leva uns 15 minutos.
Na tentativa de não passar desapercebido por nenhuma “sarça ardente”, adaptamos a ordem de Deus e nos exortamos mutuamente dizendo: Tire o celular, pois a nossa cama também é solo sagrado”.
– Calebe Ribeiro é um dos pastores de jovens da Igreja Presbiteriana do Recreio, no Rio de Janeiro (RJ). É também missionário da Missão Jovens da Verdade.

FONTE: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2014/09/26/tire-o-celular-pois-a-terra-e-santa/

RESONSABILIDADE DE PREGAR O EVANGELHO

"... vos foram anunciadas...pelo Espírito Santo enviado do céu... coisas estas que anjos anelam perscrutar" lPe 1.12. Pregar o evangelho é um glorioso privilégio. Quando o pastor inglês Charles H. Spurgeon ensinava seus alunos, no século dezenove, exortava-os, dizendo: "Filhos, se um dia a rainha da Inglaterra vos convidar para serdes embaixadores, não vos rebaixeis de posto. Vós já sois embaixadores do Rei dos reis e do Senhor dos senhores". Somos embaixadores de Deus. Trazemos uma mensagem da parte do próprio Deus, com a autoridade do próprio Deus, que nos enviou. Essa mensagem é a melhor notícia que o mundo já ouviu.
A mensagem é que Deus ama os pecadores de tal maneira que deu seu próprio Filho para morrer por eles. O evangelho fala de Cristo, seu nascimento, sua vida, sua morte, sua ressurreição, seu governo, sua gloriosa vinda. O evangelho fala da salvação pela graça mediante a fé, oferecida a todos os que creem. O evangelho é uma notícia tão gloriosa que os próprios anjos gostariam de estar engajados nessa sublime missão.
Deus, porém, a cunhou a nós. Nenhuma instituição humana pode desempenhá-la. Nenhuma ordem angelical pode proclamá-la. Esse privilégio sublime e essa gigantesca responsabilidade foram dados à igreja. Cumpre-nos desempenhá-los com senso de urgência, com fidelidade e no poder da unção do Espírito. Não perca tempo. Pregue a Palavra! Proclame o evangelho!
"Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê..." (Rm 1.16). O apóstolo Paulo foi o maior bandeirante do cristianismo. Cruzou mares, atravessou desertos, percorreu todos os rincões do vasto império romano pregando o evangelho, a tempo e fora de tempo. Mesmo sendo perseguido por causa do evangelho, jamais se envergonhou dele. Pelo contrário, sentia-se devedor, estava sempre pronto e nunca se envergonhava de anunciar as boas-novas de salvação em Cristo. Hoje, muitos se envergonham do evangelho. Outros são a vergonha do evangelho.
Nós, porém, devemos pregar o evangelho, pois este é o poder de Deus. Como Deus é onipotente, o evangelho também o é. O evangelho é o poder de Deus não para a destruição, mas para a salvação. Aqueles que nele creem são libertos das algemas do pecado e são salvos da condenação do pecado. O evangelho é poderoso, pois por meio dele, os pecadores se achegam a Cristo, o Salvador, e são salvos.
No evangelho se manifesta a justiça de Deus, uma vez que o evangelho trata da morte de Cristo em nosso favor, como oferta pelo nosso pecado. O evangelho nos apresenta a gloriosa verdade de que Cristo pagou nossa dívida na cruz, cumpriu a lei por nós e satisfez as demandas da justiça divina. Agora, não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. Em vez de se envergonhar do evangelho, proclame o evangelho!


Retirado do “Cada Dia” de Agosto – Rev. Hernandes Dias.

PLANOS BEM-SUCEDIDOS

Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos (Pv 16.3).

Somos seres contingentes e limitados. Não enxergamos o que se esconde nas fímbrias do futuro. Não sabemos nem mesmo o que é melhor para nós. Não sabemos orar como convém. Muitas vezes pedimos a Deus uma pedra pensando que estamos pedindo um pão. Por essa razão, precisamos submeter a Deus nossos sonhos, planos e desígnios. Não administramos os acontecimentos, nem mesmo podemos ter a garantia de que estaremos vivos daqui a cinco minutos. Dependemos totalmente de Deus. Não podemos ficar de pé escorados no bordão da autoconfiança. Precisamos rogar a direção divina para tudo o que fazemos, a fim de sermos bem-sucedidos. Precisamos confiar ao Senhor as nossas obras, para que nossos desejos sejam estabelecidos. Não é a nossa vontade que deve prevalecer no céu, mas a vontade de Deus que deve ser realizada na terra. Não é sensato fazer por conta própria uma série de planos para depois pedir que Deus os aprove; precisamos orar para que os planos de Deus sejam os nossos planos. Os caminhos de Deus são melhores do que os nossos caminhos, e os desígnios de Deus são mais elevados do que os nossos. Os planos bem-sucedidos são aqueles que descem do céu para a terra, e não aqueles que sobem da terra ao céu.

Gotas de Sabedoria para a Alma – LPC Publicações – Digitado por: Rev. Zé Francisco.

UMA ORAÇÃO PELO BRASIL – SALMOS 144

Este salmo nos coloca nos bastidores do palácio real, onde vamos encontrar o rei Davi com o seu coração focado em Deus: Deus que era o alicerce maior de sua vida (v.1-2); O uso continuado das expressões “meu, minha” sinalizam que ele tinha uma relação diferenciada com Deus (v. 3-4) – “que é o homem....?” conceituado soberano diante dos homens, Daví sentia-se profundamente débil diante do Senhor de todos os soberanos da terra; (v. 5). Depois de reconhecer sinais inequívocos da presença divina em seu reinado, Daví termina seu salmo (v. 12-15) fazendo uma oração na qual ele coloca sua plataforma de governo, na expectativa de que o próprio Deus estendesse Sua mão graciosa para concretizá-la e assim evidenciar seu Senhorio sobre todo o povo de Judá!
Lembremos-nos de João Calvino, reformador do século XVI, que inspirou a criação da Igreja Presbiteriana. Chegou em Genebra aos 27 anos, encontrando uma cidade marcada por uma pobreza extrema, pesados impostos, baixos salários, jornadas extensas de trabalho, analfabetismo, embriaguês, prostituição, vício no jogo de cartas. Apoiado por Guilherme Farel, líder do Conselho que administrava a cidade, Calvino ensinou que a crise de Genebra era consequência direta de uma crise na relação com Deus provocada pelo pecado que estimulava a ganância. A partir deste pilar denunciou: a estocagem de alimentos (trigo) enquanto o povo passava fome, os monopólios, a especulação financeira, a imposição de uma jornada de trabalho desumana, o desrespeito do domingo como dia de descanso semanal, a cobrança de juros abusivos pelos agiotas, o desemprego causado pela ganância dos ricos. Por influência e liderança de Calvino: foi criada a primeira escola primária obrigatória da Europa; ampliou-se o atendimento médico; ofereceu-se treinamento profissional, assistência médica e alimentar para refugiados; aumentou-se o salário dos trabalhadores; combateu-se a especulação financeira; foram criados cursos profissionalizantes para capacitar a entrada no mercado de trabalho; os vagabundos da cidade foram obrigados a aprender uma profissão e a trabalharem; a administração passou a ser supervisionada e fiscalizada. Calvino, assim, cumpriu na Suíça o mesmo papel cumprido por Davi em na nação judaica: “Davi serviu a sua geração conforme o desígnio de Deus” (Atos 13.36). É este papel que o Senhor nos convoca a cumprir hoje, por isso oramos para que Ele dê ao nosso país, através do seu povo, uma juventude estabilizada, uma provisão abundante e um equilíbrio social!
Comemorando mais um ano da independência do Brasil e vivenciando o calor de uma campanha política onde candidatos nos bombardeiam com promessas que, se concretizadas, farão do Brasil o melhor país do mundo, faz-se oportuno olhar para oração de Daví como uma ORAÇÃO QUE DEVEMOS FAZER HOJE PELO BRASIL!

Publicado no Boletim da Igreja Presbiteriana de Ipanguaçu/Rn - Setembro de 2014 

Pr. Jair Francisco Macedo – ttp://www.comunidadepedraviva.com

DEUS JULGA NOSSAS INTENÇÕES

Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito (Pv 16.2).

Nosso conhecimento é limitado. Julgamos segundo as aparências. A camada de verniz que cobre a covardia e esconde a coragem muitas vezes nos impressiona a ponto de pensarmos que os robustos Eliabes são os escolhidos de Deus. Deus não enxerga as coisas como nós enxergamos. Nós vemos o exterior, Deus vê o coração. Nós contemplamos a ação, Deus julga a motivação. Podemos pensar que tudo o que fazemos é certo, mas o Senhor julga nossas intenções. Somos a geração que aplaude a atuação, que premia o desempenho, que acende as luzes do palco para o glamour da aparência. Somos uma geração que idolatra o corpo e dá prioridade à beleza física. A Bíblia afirma, porém, que enganosa é a graça e vã a formosura. Mas a pessoa que teme ao Senhor, essa será louvada. O que conta para Deus não é o que aparentamos ser, mas quem somos. Às vezes as pessoas amam não quem somos, mas quem parecemos ser. Amam não nossa verdadeira identidade, mas nossa máscara. Não somos aquilo que somos em público, mas quem somos em secreto. O que tem valor aos olhos de Deus não é o que julgamos puro, mas o que Deus considera puro.

Gotas de Sabedoria para a Alma – LPC Publicações – Digitado por: Rev. Zé Francisco.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Sacrifícios que Andam, Respiram e Vivem – R.C. Sproul.

A Bíblia de fato nos chama de “santos”. Somos santos pois fomos consagrados a Deus. Fomos separados. Chamados para uma vida diferente. A vida do cristão é uma vida de inconformidade. Essa ideia é expressa em Romanos: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rm 12.1-2)
No Antigo Testamento, a adoração era centralizada no altar, com a apresentação de sacrifícios a serem oferecidos a Deus. Na maior parte, essas ofertas de animais e de cereais eram ofertas pelo pecado. Eram símbolos que apontavam para o grande sacrifício que seria realizado na cruz. Após o Cordeiro perfeito ser morto, os sacrifícios no altar cessaram. Ofertá-los hoje seria um insulto ao sacrifício perfeito de Cristo.
Paulo convoca um novo tipo de sacrifício, um sacrifício vivo de nossos corpos. Devemos dar a Deus não nossos cereais ou animais, mas nós mesmos. Esse novo sacrifício não é um ato de expiação; não uma oferta pelo pecado. Esse sacrifício de nossos corpos a Deus é uma oferta de gratidão. Paulo inicia com a conjunção “pois”.
Em Romanos 12, o “pois” faz referência a tudo o que o apóstolo afirmou nos capítulos anteriores com respeito à obra salvadora de Cristo em nosso favor. A palavra nos conduz a única conclusão apropriada que podemos tirar de sua obra. À luz da graciosa justificação que Cristo conquistou para nós, a única conclusão sensata que podemos tirar é que devemos nos apresentar diariamente a Deus como sacrifícios que andam, respiram e vivem.
Com que se parece um sacrifício vivo? A primeira descrição de Paulo é em termos de inconformidade. “Não vos conformeis com este século.” É nesse ponto que muitos cristãos se desviam. Está claro que devemos ser inconformistas. Mas é difícil compreender precisamente para qual tipo de inconformidade fomos chamados.
Os cristãos que se entregam como um sacrifício vivo e que oferecem dessa forma sua adoração são pessoas com um padrão elevado de disciplina. Eles não se satisfazem com formas superficiais de integridade.
O método fundamental que Paulo ressalta como o meio para a vida transformada é a renovação da mente. Isso não significa nada mais, nada menos que educação. É uma convocação para dominarmos a Palavra de Deus. Precisamos ser pessoas cujas vidas mudaram, pois nossas mentes mudaram.
Para nos conformarmos a Jesus, precisamos primeiro pensar como ele. Precisamos da mente de Cristo. Precisamos valorizar o que ele valoriza e desprezar o que despreza. Precisamos ter as mesmas prioridades que ele tem. Precisamos considerar importante o que ele considera importante. Isso não acontecerá sem um domínio de sua Palavra. A chave para o crescimento espiritual é uma educação cristã profunda que exige um nível considerável de sacrifício.
Trecho do livro Deus é Santo! Como posso me aproximar dele?, lançamento da Editora Fiel.
Editado para o boletim da IPIP: Pr. José Francisco.

É DEUS QUEM TEM A ÚLTIMA PALAVRA

O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor (Pv 16.1).

Antes de construirmos uma casa, fazemos o projeto. Antes de iniciarmos uma viagem, traçamos o roteiro. Antes de começarmos um empreendimento, estabelecemos planos e metas. Nem sempre o que planejamos acontece. Somos contingentes, limitados e não conseguimos discernir todos os acontecimentos que se escondem nas dobras do futuro. Alguns pensam que nossa vida segue um curso inflexível. Acreditam num determinismo cego e radical. Outros pensam que a história está dando voltas sem jamais avançar para uma consumação. Nós, porém, cremos que Deus está no controle do universo. Ele é o Senhor da história e segura as rédeas dos acontecimentos em suas mãos. Nosso coração faz muitos planos, porém não é a nossa vontade que prevalece, mas o propósito de Deus. Não é a nossa palavra que permanece de pé, mas a resposta certa que vem dos lábios do Senhor. Deus conhece o futuro em seu eterno agora. Deus vê o que se esconde nos corredores escuros do futuro. Para ele, não há diferença entre claro e escuro. Nada escapa ao seu conhecimento. Ele domina sobre tudo e sobre todos. O controle remoto do universo está em suas onipotentes mãos. Deus é quem tem a última palavra. 
Gotas de Sabedoria para a Alma – LPC Publicações – Digitado por: Rev. Zé Francisco.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

14 - FAMÍLIA, LUGAR DE FUNDAMENTO – Salmo 127.1-5

"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam..." (Sl 127.1).

Para se erigir uma família forte é preciso edificá-la sobre o fundamento certo. Por isso, a Escritura diz: "... se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela" (SI 127.1). Deus não é apenas o idealizador da família; é, também, seu fundamento. A maior necessidade da família não é de mais dinheiro ou conforto, mas da presença de Deus.
O casal que constrói seu relacionamento sobre o frágil fun­damento dos sentimentos, naufraga quando as ondas ficam revoltas. O casal que põe sua confiança na beleza física, entra em pânico, quando o tempo esculpe rugas indisfarçáveis em seu corpo, revelando as marcas indeléveis da velhice. O casal que edifica seu casamento sobre os bens materiais, descobre que o dinheiro não oferece felicidade nem segurança. O único funda­mento seguro para se edificar uma família é o próprio Deus.

Os outros fundamentos são frágeis e não suportam as tem­pestades da vida. É como edificar uma casa sobre a areia. Quando caem as chuvas no telhado, quando sopram os vento na parede e quando batem os rios no alicerce, a casa cai e é grande a sua ruína. É tempo de você conhecer a Deus e edificar sua casa sobre ele. É tempo de você fazer de Deus o fundamento de sua vida c de sua família!
Autor: Rev. Hernandes Dias Lopes

CADA DIA, Volume 34, n° 5, Especial Família. LPC Comunicações.

13 - FAMÍLIA, LUGAR DE ADORAÇÃO – Gênesis 4.1-26.

"Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta." (Gn 4.4).
Caim e Abel aprenderam a adorar a Deus desde a infância. Sabiam que esse era o fim principal do homem. Porém, ao trazerem sua oferta a Deus, dois resultados bem distintos aconteceram. Deus não se agradou de Caim e de sua oferta, ao mesmo tempo que se agradou de Abel e de sua oferta. Tanto a vida como a oferta de Caim estavam erradas, enquanto a vida e oferta de Abel eram agradáveis a Deus.
Abel trouxe para Deus um sacrifício cruento enquanto Caim trouxe os frutos da terra. Abel trouxe um sacrifício que tipificava o sacrifício de Cristo na cruz, derramando o seu sangue para nos salvar, enquanto Caim trouxe um sacrifício que representava o esforço humano para chegar-se a Deus. A oferta errada de Caim era um reflexo de sua crença errada. E a sua crença errada desembocou em sua vida errada. Mesmo sendo exortado por Deus, Caim não se arrependeu; pelo contrário, alimentou ódio no coração por Abel e traiçoeiramente tirou sua vida.

O culto de Caim era falso, porque ele era do Maligno. Seu culto foi rejeitado, porque no seu coração não havia amor por Deus nem pelo seu irmão. Não basta ter uma religião. Não basta levantar altares em nosso lar. Não podemos comparecer diante de Deus de mãos vazias. Precisamos ter a doutrina certa, a oferta certa, a vida certa e a motivação certa.
Autor: Rev. Hernandes Dias Lopes
CADA DIA, Volume 34, n° 5, Especial Família. LPC Comunicações.

12 - FAMÍLIA, LUGAR DE RECOMEÇO – Rute 1.1-22

"Assim, voltou Noemi da terra de Moabe, com Rute, sua nora, a moabita; e chegaram a Belém..." (Rt 1.22).
Não é fácil recomeçar a vida depois de uma tragédia familiar. Muitos não conseguem retomar os sonhos depois de uma falência financeira, um casamento rompido ou um luto traumático. O livro de Rute narra a dramática histórica de uma família que morava em Belém. Houve fome naquela cidade e faltou pão, na casa do pão. Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom saíram de Belém e foram para Moabe. Foram em busca de sobrevivência e encontraram a doença e a morte.
Noemi sepultou naquela terra estrangeira seu marido e seus dois filhos. Ficou só e viúva em terra estrangeira. Seus sonhos mor­reram com seus mortos e suas esperanças foram sepultadas com eles. Um dia, ouviu que Deus visitara novamente sua terra e então, resolve voltar. Nessa volta, sua nora Rute, se junta a ela. Noemi, cujo nome significa "feliz", revoltada com Deus, muda de nome e passa a se chamar Mara, "amargura". Porém, a providência carrancuda de Deus mostrava a Noemi uma face sorridente.

Sua nora se casou com Boaz, um rico membro da família. Seu neto tornou-se avô do rei Davi e sua nora fez parte da genealogia do Messias. Quando tudo parece perdido, Deus está trabalhando para o nosso bem, escrevendo os capítulos mais emocionantes da nossa história. Nunca perca a esperança. Sempre é tempo de recomeçar!
Autor: Rev. Hernandes Dias Lopes

CADA DIA, Volume 34, n° 5, Especial Família. LPC Comunicações.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

5 Prioridades para o seu Primeiro Dia como Pastor

Ontem a congregação “instalou” você como o pastor da igreja. (Isso soa como algo que você faz a uma máquina de lavar louça, não é mesmo?). Houve orações, abraços, sorrisos, música, comida, fotos e agora é segunda-feira. Por onde você começa? Você sabe que precisa preparar excelentes sermões, discipular membros da igreja e fazer evangelismo. Mas como você de fato começa? O que você deveria fazer no seu primeiro dia?
Em certo sentido, você não deveria fazer absolutamente nada. Não, não fique em casa assistindo futebol. Só não pense que você precisa mudar tudo em três meses. Você pode ter o título, mas a posição de pastor é tanto conquistada quanto concedida. Há muito o que aprender a respeito da sua igreja antes de começar a fazer mudanças. Além do mais, Cristo prometeu que ele edificaria a sua igreja. Você não precisa tentar fabricar crescimento.
Com isso em mente, aqui estão cinco prioridades que você deve trazer para o seu primeiro dia de ministério.
Prioridade 1 –  Aprenda tudo o que você puder sobre as suas ovelhas (Envolvimento – 1 Pedro 5.1-4).
Você é um pastor. Bons pastores são tão próximos às suas ovelhas, que cheiram a ovelhas, e eles as conhecem pelo nome. Sugestões:  Leia as minutas de assembleias administrativas passadas. Aprenda tudo o que puder sobre a fundação da igreja. Qual era a declaração doutrinária original? Houve alguma revisão da declaração ou da confissão da igreja? Se sim, por quê? A igreja já sofreu divisão? Há alguma questão não resolvida?
Torne-se familiar dos "veteranos". Eles podem dar a você grande ajuda. Questione-os sobre tradições, histórias, políticas, etc. Desenvolva perguntas para fazer a cada membro da congregação, a fim de avaliar a saúde espiritual deles. O envolvimento que você ganha — e a confiança que você conquista — pode até mesmo ser mais valioso do que a informação que você juntará.
Prioridade 2 – Gaste tempo com a sua liderança (Humildade – Filipenses 2.5-8).
Sugestões:  Visite seus líderes em seus locais de trabalho. Descubra a respeito de suas famílias, sua história, seus dons e seus pontos fortes em liderança. Faça a eles as perguntas que você está planejando fazer à congregação. Pergunte a eles pelo que você pode orar, e como você pode melhor servir a igreja. Peça a avaliação deles sobre a saúde da congregação. Tenha uma lista de livros pronta para sugerir que eles leiam. Planeje um retiro com eles para que você aprenda mais sobre eles e eles sobre você. Diga a eles o que você espera aprender sobre a congregação. Discuta a história com eles. Quais eventos deveriam ser celebrados? Compartilhe as suas conversas evangelísticas. Envie e-mails para eles diariamente.
Servir os seus líderes servirá de modelo para eles sobre como servir a igreja. As primeiras pessoas que você tem de discipular são os seus líderes. Eles irão discipulá-lo também.
Prioridade 3 – Planeje a sua pregação (Os meios de Deus para o crescimento – Romanos 10.17).
Explicar e aplicar fielmente as Escrituras terá mais impacto na sua igreja do que qualquer outra coisa que você puder fazer. Pregar é a sua prioridade número 1, mas está listada aqui como número 3 por conta da progressão da linha de pensamento. A informação que você reunir influenciará no seu plano de pregação.
Visto que o evangelho é fundamental para louvor, evangelismo, discipulado, resolução de conflitos, casamentos e todas as outras situações com que a sua igreja lida, considere uma série inicial de exposições do Evangelho de Marcos ou 1 João. Esteja preparado todas as vezes que você pregar e pregue sermões excelentes.
Prioridade 4 – Encontre-se com pessoas que não estão na sua igreja (Considerar outros – Filipenses 2.4).
Encontre-se com pastores da região. Eles podem dar a você as impressões que têm da sua igreja e informações a respeito da comunidade. Considere orar publicamente por esse pastor e sua igreja no domingo seguinte.
Encontre-se com funcionários públicos da cidade. Quais mudanças estão acontecendo na comunidade? Quais são as necessidades que eles veem nela? Existe algo pelo que você possa orar? Existe algo que a sua igreja possa fazer?
Visite os vizinhos. Apresente-se às pessoas à sua volta. É impressionante o quanto você pode aprender, e ainda poderá conquistar muita confiança da qual vai precisar.
Embora as informações que você reunir desses indivíduos venham a ser úteis, procurá-los também proporcionará oportunidades evangelísticas.
Prioridade 5 – Plante uma árvore frutífera (ou um jardim) (Fidelidade – 1 Coríntios 4.2).
Coisas que produzem frutos precisam de cultivo e tempo, e observar uma árvore crescer lembrará você disso. Você começou uma maratona; mantenha o ritmo.
Exemplos:
Um pastor apresentou um plano ambicioso em seus primeiros dois meses para fazer a igreja crescer através de uma estratégia de alcance agressiva: mudar-se para um local mais visível e livrar o calendário de ministérios desgastados e inúteis. Nada do que ele propôs estava errado, mas sem conquistar a confiança para liderar, ele foi embora após nove meses. Por trás dele, estava um rebanho fraturado, ferido e castigado.
Outro pastor disse que não queria fazer nenhuma mudança por um ano enquanto não aprendesse o quanto pudesse sobre as pessoas. Agora, catorze anos mais tarde, ele os havia guiado por muitas mudanças que foram conquistadas por sua fidelidade publicamente no púlpito e, privadamente no ministério pessoal.
James Boice uma vez disse que normalmente superestimamos o que podemos fazer em um ano, mas subestimamos o que pode ser feito em dez. Se você é um pastor novinho em folha, defina agora as prioridades que, pela graça de Deus, darão frutos daqui a dez anos.
Tradução: Alan Cristie - http://www.ministeriofiel.com.br/
Robert “Bob” Johnson é pastor da Cornerstone Baptist Church em Roseville, Michigan.